chove sem descanso
e o descaso que sinto
tão intensamente
no meu
peito
dedilha canções tristes ao piano
que ora oiço
ora choro
ora
calo gritando
silenciosa
a dor que me consome
tudo, tão
molhado,
tão frio,
que o vento inclemente
apenas acentua
derrubando
as pequenas flores
das combalidas árvores
fustigadas,
teimosas,
fraternas,
que insistentemente
dão
frutos
é Páscoa
a hora não tarda
em chegar
apenas o
tempo
teima em passar
inexorável
como a água que corre para o
rio
galgando margens
afogando mágoas
cobrindo fráguas
descobrindo a
cruz
Mara Cepeda
Sem comentários:
Enviar um comentário