quarta-feira, 29 de abril de 2015

“O silêncio, a memória, o tempo”


“O silêncio, a memória, o tempo” é o tema da mostra documental patente na sala de leitura e ao longo dos claustros do Arquivo Distrital de Bragança, reúne cerca de 4 mil volumes.

A exposição, assinala os 150 anos do nascimento do Abade Baçal e está dividida em 2 núcleos: o bibliográfico e a parte de arquivo. A mostra reúne os documentos mais representativos da instituição, desde os livros da autoria do Padre António Vieira, do século XV aos cartazes da autoria de PEDRO CARDIM. Na passada quarta-feira, o Arquivo Distrital de Bragança promoveu o “Dia Aberto”, abrindo as suas portas à comunidade, de forma divulgar o património arquivístico do distrito de Bragança.

Feira das Cantarinhas dinamiza centro da cidade

Entre 1 e 3 de Maio, Bragança volta a transformar-se num mega mercado ao ar livre, com cerca de 400 comerciantes espalhados por vários locais da cidade, ou não fosse tempo da Feira das Cantarinhas, que pelo segundo ano regressa ao centro, "dado o sucesso do ano passado", explicou o presidente da câmara, Hernâni Dias.
O evento, cuja origem se perde nos tempos, mas que se tem mantido, "contribuiu para a dinamização do centro histórico e para a captação de turistas, o número de comerciantes que vêm mostra a importância da iniciativa para Bragança e o movimento económico que esta tem", referiu durante a apresentação pública do certame, na passada segunda-feira.
A Feira das Cantarinhas resulta há vários anos de uma parceria entre o município e a Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Bragança (ACISB), com a colaboração da União das Freguesias da Sé, Santa Maria e Meixedo.

Escrito por Glória Lopes

Retirado de www.mdb.pt  

Bombeiros assinalam 125 anos com comemorações até ao fim do ano

No próximo dia 30 de maio os Bombeiros Voluntários de Bragança assinalam 125 anos de existência. O aniversário é motivo para um vasto programa de comemorações que se realizam entre 30 de abril e 8 de dezembro, cujo ponto alto será o Dia Nacional do Bombeiro, a 14 de maio, por se realizarem em Bragança as comemorações nacionais, com a presença da ministra da Administração Interna. "É uma forma de marcar a passagem pelos 125 anos, uma data que os bombeiros comemoram", explicou Rui Correia, presidente da associação humanitária dos Bombeiros Voluntários de Bragança.

O orçamento para os 125 anos é da ordem dos 80 mil euros, "despesas bem pensadas, sem pôr em causa o funcionamento da instituição, mas que não é austero", explicou o presidente do Conselho Fiscal, Nuno Maia. Também Rui Correia, diz que o orçamento "fica muito aquém do programado, mas temos 50% das despesas cobertas com apoios e donativos, no Natal as receitas da pista de gelo reverteram para os bombeiros", acrescentou.

Escrito por: Glória Lopes

Retirado de www.mdb.pt

Bicicletas nas ciclovias de Bragança a partir de Junho


O Município de Bragança vai disponibilizar bicicletas eléctricas aos brigantinos já a partir do mês de Junho.
Apesar de não avançar ainda os pormenores deste sistema, o presidente do Município, Hernâni Dias frisa que o objectivo é incentivar os munícipes a andar mais de bicicleta permitindo, por exemplo, que se desloquem para o trabalho neste tipo de transporte. “Vamos ter um sistema de bicicletas eléctricas partilhadas e creio que será mais um motivo para que as pessoas começam cada vez mais a usar a bicicleta como meio de transporte para se poderem deslocar no dia-a-dia permitindo que vão, por exemplo para o seu trabalho ou a fazer as suas compras”, salienta Hernâni Dias. O autarca revela ainda que o Município está a planear a construção de mais ciclovias. “Estamos a definir um plano estratégico de mobilidade onde serão contemplados mais quilómetros de ciclovias”, frisa Hernâni Dias. A partir de Junho, o Município de Bragança vai disponibilizar bicicletas públicas aos cidadãos.

Escrito por Brigantia.

Retirado de www.brigantia.pt

A Câmara Municipal de Bragança vai apoiar no próximo ano lectivo, também, os alunos do terceiro escalão que frequentem o primeiro ciclo.

Em 2015/2016, estes estudantes poderão receber uma comparticipação de 25 por cento dos manuais escolares e da alimentação. Até agora só as famílias mais carenciadas, do primeiro e segundo escalão do abono de família, recebiam apoio do Município, contributo que será agora alargado. “Havia já apoios para crianças que estavam posicionadas no escalão 1 e 2 do abono de família, mas não existia para mais ninguém. Tomámos a decisão de incluir já para o próximo ano lectivo uma comparticipação nos manuais escolares e na alimentação das crianças do escalão 3”, explica o presidente da autarquia de Bragança. Hernâni Dias considera que se trata de “um esforço financeiro do Município”, que tem como objectivo abranger a quase totalidade dos alunos entre o 1.º e o 4.º ano. “Da estimativa que fizemos, estaremos a cobrir cerca de 90 por cento das famílias que têm alunos a estudar no primeiro ciclo”, calcula o edil. Actualmente a autarquia bragançana comparticipa na totalidade os manuais escolares e as refeições, assim como do suplemento alimentar, dos alunos do primeiro escalão. Já as crianças integradas no segundo escalão beneficiam de uma redução de 50 por cento nas cantinas e no valor dos livros.

Escrito por Brigantia

Retirado de www.brigantia.pt

Produtores de castanha devem estar atentos aos sinais de infestação pela vespa asiática

Até ao final do próximo mês, os agricultores devem inspeccionar os soutos de castanheiros novos, de forma a detectarem galhas afectadas pela vespa asiática. A recomendação é de Albino Bento, presidente da Escola Superior Agrária de Bragança e investigador na área da Protecção Integrada e Luta Biológica contra Pragas no Centro de Investigação de Montanha do IPB.

O investigador reconhece que a área de novas plantações é extensa mas para evitar a propagação, os agricultores devem fazer um esforço e estar atentos aos sinais de infestação. “Temos cerca de um mês sem adultos de vespa no exterior dos gomos. Este era o período que deveria ser aproveitado pelos agricultores que fizeram plantações este ano com plantas de origem espanhola ou desconhecida a passarem várias vezes pelas novas plantações e, encontrando galhas afectadas, devem recolhê-las, destrui-las e mete-las em sacos plásticos. Isso minimizava ou reduzia o problema. Compreendo que seja muito difícil conseguir passar por toda as área plantadas este ano, que foi elevada, mas deveria ser feito um esforço nesse sentido”, frisa Albino Bento. Os investigadores na área, acreditam que o aparecimento da vespa na região transmontana se deve à importação de castanheiros espanhóis infectados. Albino Bento lamenta que continuem a ser comercializados castanheiros de viveiros localizados em regiões infestadas pela vespa. O Município de Bragança aprovou ontem uma resolução, em reunião de câmara, a apelar ao combate à vespa do castanheiro. No documento, enviado a várias entidades relacionadas com a agricultura, instituições de ensino superior, juntas de freguesia, e ao Ministério da Agricultura o Município de Bragança exige que sejam tomadas, no mais curto espaço de tempo, as medidas necessárias ao combate eficaz deste potencial flagelo económico e social para a região de Trás-os-Montes, “solicitando-se, com carácter de urgência, a introdução das medidas financeiras e legislativas capazes de garantir aos agentes da fileira as condições para vencerem esta ameaça, sem os custos por que tiveram que passar outros países”.

Escrito por Brigantia.

Retirado de www.brigantia.pt

Semana Académica reduz preço dos bilhetes

Já começou a Semana Académica de Bragança. Este ano os bilhetes custam menos 2 euros, quer nas pulseiras quer nos bilhetes diários. O presidente da Associação Académica do Instituto politécnico de Bragança, Ricardo Pinto destaca o facto de baixarem os preços e de terem no cartaz bandas constituídas por alunos do IPB.

“Entendemos que é difícil para o estudante de hoje em dia conciliar os estudos com a vida académica e conseguimos mais apoios. Conseguimos descer os preços em 2 euros na pulseira geral, que fica em 38 euros para estudantes e 50 euros para não estudantes. O preço dos bilhetes diários varia entre 5 e 12 euros”, revela Ricardo Pinto. A semana Académica começou ontem com o baile de finalistas e prolonga-se até à próxima segunda-feira. O cartaz conta com a presença de nomes como AGIR, que actua na quarta-feira, Expensive Soul e Meninos do Rio que actuam na quinta –feira e Blasted Mechanism e Putzgirlla que sobem ao palco na sexta-feira. No sábado, 2 de maio, acontece a Bênção das Pastas e é a vez de actuarem Richie Campbell e 2BGroove. No Domingo é Rui Unas quem anima a Semana Académica, que termina na próxima segunda-feira com o desfile académico e a actuação de Quim Barreiros. O orçamento da Semana Académica 2015 ronda os 100 mil euros. A festa mantém-se no pavilhão do NERBA, depois de ter estado em cima da mesa a mudança de local, devido ao mega julgamento das cartas de condução. A associação Académica lutou pela permanência no NERBA por considerar que este é “um lugar mítico para os estudantes” e pelo facto de ser mais económico O valor do aluguer do pavilhão do NERBA ronda os 8 mil euros, já uma tenda, por exemplo, poderia custar cerca de 70 mil.

Escrito por Brigantia.
Retirado de www.brigantia.pt

Recursos micológicos ainda são subaproveitados

É necessária uma estratégia conjunta para aproveitar os recursos micológicos na região. Este é um dos pressupostos que, de acordo com Anabela Martins, investigadora do Centro de Investigação de Montanha, deve ser seguido pelas autarquias da região, para potenciar o recurso endógeno que continua a ser subaproveitado. 

A ideia do trabalho em rede na área do micoturismo, na comercialização ou na regulamentação foi defendido pela docente do Instituto Politécnico de Bragança num encontro dedicado ao Micoturismo, em Alfândega da Fé. “No micoturismo, na comercialização ou na regulamentação, há que fazer um trabalho em rede, porque somos um território com baixíssima densidade populacional e se para cada autarquia houver uma política diferente de tratar um recurso isso pode vir a criar um problema. Há estratégias que podem ser conjuntas, concertadas e trabalhadas em rede”, defende Anabela Martins. O encontro, que contou com vinte participantes, foi organizada em colaboração pela Câmara Municipal de Alfândega da Fé e a Ambifungi, uma empresa do concelho que há um ano se dedica à transformação e comercialização de cogumelos selvagens. Marco Ferraz, um dos responsáveis do projecto, entende que os cogumelos são um recurso ainda desconhecido, por isso a informação é fundamental para promover o turismo ligado à micologia. “Os cogumelos são um recurso que ainda é um pouco desconhecido, e é importante promover acções de formação, exposições de fotografia, menus gastronómicos na restauração local. O objectivo é criar uma estratégia para chamar visitantes e haver a capacidades de os receber para eles voltarem, para que não façam só um passeio no Outono e outro na Primavera”, defende Marco Ferraz. O Município alfandeguense já tem vindo a proporcionar algumas iniciativas na área do turismo ligado à micologia com passeios e encontros, mas, de acordo como empreendedor, o objectivo do debate é criar uma estratégia de promoção do sector que possa contar com o envolvimento de outros agentes, como guias ou apanhadores de cogumelos selvagens com formação.

Escrito por Brigantia.

Retirado de www.brigantia.pt

terça-feira, 21 de abril de 2015

Rauss&Tuna’S arranca em Bragança no dia 8 de maio: causa solidária ajuda Lar de S. Francisco

É já nos dias 8 e 9 de maio, que a RaussTuna - Tuna Mista de Bragança apresenta o II Rauss&Tuna’S - Festival Solidário de Tunas Mistas em Bragança, que conta com quatro tunas a concurso.

O evento tem um caráter e  um  propósito  solidário e visa ajudar, através do valor total da bilheteria, no dia 9 de maio, o Lar de S. Francisco em Bragança. "Desta forma a RaussTuna espera ter novamente o Teatro Municipal repleto de gente", refere fonte da organização.

O festival inicia-se no dia 8 de maio, com a Serenata na Praça da Sé, pelas 21h00, sendo que a Magna Tuna ApocaliSCSPiana de Lisboa, a Tu Na D’ESTES de Coimbra, a TAOD de Oliveira do Douro e a Estudantina Universitária de Viseu prometem um serão de sons trovadorescos para encher de juventude a noite brigantina.
O dia 9 de maio está reservado para outras atividades e visitas de rua, sendo o dia dos ‘’Passe Calles’’ e do espetáculo no Teatro Municipal. De realçar que o “Passe Calles Solidário’’ será na Santa Casa da Misericórdia, APADI e Obra Kolping. Depois a tarde termina como “Passe Calles” de Bares percorrendo o Petrotuela, o Viaduto Café e o Café Floresta.
Pelas 21h00 de sábado, o Teatro Municipal de Bragança abre as portas ao espetáculo de palco. Por apenas dois euros qualquer interessado poderá assistir  a um espétaculo cujos lucros de bilheita revertem inteiramente para o lar de S. Francisco em Bragança.

Retirado de www.noticiasdonordeste.pt

"Portugal, Meu Remorso", espectáculo em Bragança a partir de textos de Alexandre O'Neil

"Portugal, Meu Remorso" é um espectáculo a partir de textos de Alexandre O'Neil, com direcção artística e interpretação de Ana Nave e João Reis, dramaturgia de Maria Antónia Oliveira, apoio dramatúrgico de Rui Lagartinho, espaço sonoro de Francisco Leal, espaço cénico e vídeo de Patrícia Sequeira, desenho de luz de João Cachulo e figurinos de Rafaela Mapril. 


Escrita e na personalidade de O´Neill, se transforma em combustível sem limites, desígnio perfeito para uma vida inspirada: "Algumas palavras de ódio algumas palavras de amor / O tapete que vai partir para o infinito / Esta noite ou uma noite qualquer". 

Quando, num café do Príncipe Real, nos juntámos para dar um destino ao nosso enorme apreço pelo poeta, também nós procurávamos esse difícil compromisso entre tornar legíveis as várias explosões de sentido da sua poesia e, ao mesmo tempo, revelar uma unidade dramatúrgica visível para todos nós: imagens, canções, visões periféricas. Se, em muitos aspectos, O´Neill foi um poeta incompreendido e indecifrável, como o é tantas vezes a nossa "vidinha", é certo que se tornou um dos grandes do século vinte, com vida cheia e literalmente profícua a contaminar tantas e tantas criaturas. 
Portugal, Meu Remorso é um tributo das nossas inquietações e incertezas, da nossa admiração pelo poeta que apostava tudo na vida "mesmo que errada". Esta noite ou uma noite qualquer, com algumas palavras de ódio e outras de amor, a nossa viagem é ao Portugal infinito de Alexandre O'Neill».

Onde: Teatro Municipal de Bragança
Quando: 24 de abril de 2015
Hora:21h30
Entrada: 6.00 Euros


Pudim de pescada com batata e ovo

Em Março marçagão manhãs de inverno tardes de verão! Escutei várias vezes da minha avó e tia este adágio popular sinal da proximidade da primavera e do calor que se aproxima …esperamos nós!
Assim para esta semana uma receita fresca e ligeira vistosa e fácil de fazer e sobretudo económica que os tempos ainda não estão para grandes folias.

Ingredientes:
1400 g de batata cozida com a pele
100 g  de cenoura cozida com a pele
4 ovos cozidos
5 cl de azeite
2 colheres de sopa de salsa picada
1 colher de chá de mostarda
Sal e pimenta
1 colher de chá de açafrão em pó

Pele as batatas e as cenouras e corte-as em cubos, coloque numa taça grande.
Separe as gemas cozidas das claras, pique as claras grosseiramente e junte às batatas com a salsa, tempere de sal e pimenta, acrescente a pescada limpa de pele e espinhas.
Bata as gemas com a mostarda com umas varas até obter um creme, junte em fio o azeite e bata até obter um creme como se fosse uma maionese, envolva na batata e na pescada.
Forre com pelicula aderente uma taça redonda e encha com o preparado da batata e pescada, aperte bem e leve ao frio durante duas horas.
Passado este tempo retire e vire sobre um prato retire a taça e a pelicula aderente, decore com tomate em gomos e salsa em rama.
Pode servir como entrada ou como prato principal, é excelente para aproveitar sobras de peixes, carnes assadas, pode fazer com atum de conserva.
Tem sempre um belo aspecto visual e é económico … é fazer muito com pouco!

“Às sextas feiras pode ver o Chef Hélio Loureiro no Porto Canal, na rubrica “pau para toda a colher”, às 11h30”

Escrito por Chef Hélio Loureiro
Publicada em www.mdb.pt

Amadeu Ferreira: um luxo

Padre, médico, professor: no discurso rural português, fazia-se diferença entre alma, corpo e espírito; entre vocação, enquanto chamamento do Alto, e profissão, arbitrada pelos homens. O mestre-escola nem sempre cursara, e bastava-se minimamente habilitado; médico ou físico podia ser um barbeiro sangrador, alguma discreta mezinheira. Já padre era um estado vinculado ao Além, exigindo, afora uma fé poderosa, doze anos penitentes, de indiferença às seduções do mundo e sacrificado estudo. Outros cursos venciam-se pela metade, ou nem isso. Um ministro coroado significava refrigério último para vidas cansadas, que a medicina não salvara. No seu lado festivo, uma voz bem colocada, o gesto paramentado, a centralidade de igreja ou alturas de branca ermida, tudo conduzia ao sonho de multiplicar tonsuras.
Na lotaria desse desejo, jogavam forte questões de logística, inseguranças, débil situação económica. Sem meios ou família para vigiar sete anos de externato, um seminário descansava pais ‒ alguns, em breve, emigrados ‒, e, com sorte, corroborando cura, sorria a isenção parcial ou total de despesas, não raro, cobertas por alma nobre ou beataria investindo no Juízo Final.
Faltava um ingrediente: vocação. Hoc opus, hic labor est, diria Virgílio. Agora é que eram elas. Para evitar jogo no feminino, vertíamos: aqui é que a porca torce o rabo. Lá viria vida de gemidos, pois não bastava ter acedido ao claustro: urgia dar mostras de devoção, mesmo em férias, submeter-se a regulamento impresso, juntar dois dedos de inteligência, mais necessária numa retroversão que na fácil aceitação da ortodoxia teológica. Fôssemos atentos: o chamamento viria do Alto; e, fidetecas ‒ seja, depósitos de fé, borbulhante ‒, ajudaríamos os nossos legítimos superiores na espinhosa tarefa de eleitores. Enfim, um tirocínio de doze anos culminava em escolhidos do Céu. Eis-nos marcados, ungidos, qual o mesmo Cristo. Alegrem-se os Céus e a Terra. A primeira missa era de consagração. Estiveste quase lá, meu velho Amigo; ainda pregaste.
Vi-te, era eu adolescente, no salto de Filosofia para o curso de Teologia, entre o respeito de condiscípulos e alguns mestres, já noutra ala do edifício, sem camaratas. Cavava-se uma distância ‒ mas prestígio, dizia-me, era ter respirado ali Afonso Praça e seu jornal Cá p’ra nós, ou o vosso Radar. Fundei, então, jornais de parede; e quando, pela idade, me sentia desconsiderado, percebi que falsos mestres, sem pinga de bondade, não deixariam de ser maus, desinspirados eleitores, narcotizando o próprio Deus, cuja tutela evocavam. Com homens imperfeitos quanto eu, chamados embora, não seríamos escolhidos.
A mesquinhez dos educadores é mais grave em alegados ministros de Deus, que d’Ele colhem inspiração; e, ao drama de ser, em espírito bem formado, junta-se o drama de viver com outros, por quem nos sentimos responsáveis - família, amigos, país, universo. A fé só existe enquanto corrente de humanidade; não é um assunto pessoal. Face à totalidade - conceito perigoso, servindo às religiões, e às ideologias maiores do século XX com sua soma de desastres -, aproveitamos sucedâneos, seja partido, região, língua...
Falhada hipótese tão esperançosa, em que natureza, acidentes e conflitos esculpiram feições em barro contingente, a alternativa era assentar no precário durante quase duas décadas. Ser estudante-trabalhador e professor, com o intervalo ainda religioso de buscar um sentido na luta partidária, em que se replicava educador de classe. Muitos desses educadores informais velavam, afinal, por futuras mordomias.
Nos teus 40, encontrámo-nos frente à Faculdade de Direito, na Cidade Universitária: era uma nova vida, seguida da regulação do mercado e valores mobiliários. Não nos víramos na década de 80, por ausência minha no estrangeiro. Revimo-nos em 2002, na Quinta da Ribeirinha, Santarém. Já, aí, te lançaras na dignificação da língua-mãe, provendo-a, além do mais, de um corpus bibliográfico, seu tesouro maior. Na última década, só tenho conversas, almoços, viagens, tarefas em comum, a agradecer. No conchego amigo, compreendeste, meu doce vizinho, que há uma diferença entre ser generoso - melhor, equitativo - e ser pasto de arrivistas. Encheste, enfim, o copo de sentido, com que brindávamos regularmente. És, Amadeu Ferreira, um luxo na minha vida.
[Excerto de depoimento em Teresa Martins Marques, O Fio das Lembranças. Biografia de Amadeu Ferreira, Lisboa, Âncora Editora, 2015. Lançamento no dia 5 de Março.]

Escrito por Ernesto Rodrigues

Publicada em www.mdb.pt

Francisco, leitor de Vieira

No dia 4 de Março, às 9 da manhã (hora do Vaticano), recebia o Papa Francisco delegação portuguesa que lhe ofertava os 30 volumes da Obra Completa de outro ilustre Jesuíta, o Padre António Vieira. Às 18 horas romanas, na igreja de Santo António dos Portugueses, onde Vieira pregara, o bispo Carlos de Azevedo apresentava essa colecção de sermões, cartas, profética, vária. Organizei o nono volume dos Sermões, segunda parte de Maria Rosa Mística; e anotei o volume XV, com o grande especialista em parenética João Francisco Marques (1929), cuja morte no dia 6, sexta, turvou iniciativa que congrega 52 investigadores nacionais e brasileiros, coordenada por dois centros de investigação da Faculdade de Letras de Lisboa, em especial, pelo Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias, que dirijo, substituindo José Eduardo Franco, alma do projecto vieirino. A Academia de Letras de Trás-os-Montes patrocinou tal aventura.
Como não pude ir a Roma, veio o Papa até mim, na capa e matéria de O Futuro da Igreja (Lisboa, Clube do Autor), estreia de Fernando Calado Rodrigues, a cujo lançamento assisti, em Novembro passado. Curtas prosas no Correio da Manhã, de que sou leitor bissexto (onde, todavia, estagiei em Setembro de 1979), ninguém notará essa fragmentação própria da crónica, a tal ponto, em refundição bem cerzida, vêm concatenadas sob quatro lemas: Francisco enquanto «lufada de ar fresco na Igreja»; «O papel da Igreja na sociedade»; seu futuro (donde sai título); e «questões em aberto». A brevidade toca o essencial; e a coragem de abordar assuntos tabu perfila o autor como um agente da renovação eclesial em curso. 
Se a admiração pelo Sumo Pontífice vai de si, inscrita em gestos logo mediatizados ‒ e só um exorcismo público «não me pareceu crível» (p. 191), considera o autor num dos mais belos textos, “O Diabo não existe”  ‒, percebe-se que o caminho se faz conjugando a «revolução da ternura» e uma «gramática da simplicidade», de que saia clero mais «acolhedor», até ao «diálogo inter-religioso». Sem isso, hão-de persistir os problemas da Igreja, chagada em escândalos, «carreirismo» e pecados não exclusivamente «clericais», quais sejam a vaidade, sede de dinheiro, desvios sexuais.
Vieira (1608-1697) fez-se jesuíta professo em 1644 ou 1645, após os votos de castidade, pobreza e, dentro da obediência, obediência também ao Papa. Reconduzindo-se à ortodoxia, não era um seguidista e imitador de superfícies. Os temas, sob forma de conceitos predicáveis, raiam, por vezes, a  heresia, obrigando-o a declarar: «Até não me ouvirdes, não me condeneis.» ‒ diz noSermão da Glória de Maria, Mãe de Deus (1644), em que compara a glória de Maria com a do Criador, «a quem Maria criou», sendo que a melhor dessas duas partes é a de Maria. Em Janeiro de 1646, um lente  jesuíta de Santo Antão denunciou-o à Inquisição como possuindo dois livros de profecias, a par de acusações como a de, na presença de D. João IV, filho D. Teodósio e fidalgos, sustentar Vieira contra o capelão régio «que o Pontífice podia errar na canonização dos santos, e não era obrigatório crer o contrário» (J. Lúcio de Azevedo, História de António Vieira, I, 3.ª ed., 1992, p. 137). Uma coisa é dogma, verdade da Fé; outra é liberdade de pensamento, capaz de tudo argumentar ou questionar. Emerge esta capacidade de Vieira, de Francisco e de Fernando Calado Rodrigues.
Entre as partes que mais me tocaram está o entretítulo “O governo desconhece o valor das freguesias” (p. 102-104), a merecer atenção dos poderes civil e religioso. A primeira visita pastoral de D. José Cordeiro foi a Vinhais: «Vivem naquele concelho menos de dez mil pessoas, dispersas por uma centena de comunidades. Muitas das aldeias deixaram, há muito, de ser visitadas pelo médico. Só em quatro a escola continua a funcionar. Os únicos que as visitam regularmente ainda são o pároco e o presidente da junta.» Esta «situação inquietante» pede um viático político imediato. Na falta deste (que não virá), e no quadro de além-Marão, urge o empenho que Vieira dedicou ao além-mar de iniquidades, ao seu Maranhão. Aqui, os jesuítas ensaiaram um império teocrático, de Deus na Terra; hoje, filhos da sonhada tolerância e do ecumenismo, já bastaria que os nossos conterrâneos se não sentissem abandonados… 

Escrito por Ernesto Rodrigues

Publicado em www.mdb.pt 

terça-feira, 14 de abril de 2015

Túnel do Marão vai abrir em Março do próximo ano

A Auto-estrada do Marão, entre Vila Real e Amarante, deverá abrir em Março do próximo ano. 
A garantia foi dada pelo secretário de Estado das Infra-estruturas, Transportes e Comunicações. Sérgio Monteiro, disse ontem à noite, no Porto, que nesta concessão foram poupados cerca de mil milhões de euros. “E lá está a obra do Túnel do Marão a seguir, para concluir até ao final deste ano, para estar ao serviço das pessoas a partir de Março de 2016 com uma poupança, que comparado com o contrato de PP anterior representa cerca de mil milhões de euros a menos do que aquilo que representava o contrato anterior”, realça o governante. Sérgio Monteiro falava ontem à noite na conferência “As Reformas nos Transportes, Infra-estruturas e Comunicações”, iniciativa da Distrital do Porto dos Trabalhadores Social-democratas.

Escrito por Ansiães (CIR)

Retirado de www.brigantia.pt

Ligação aérea de Bragança a Portimão já está a concurso

Já foi aberto o concurso público para a atribuição da concessão da ligação aérea entre Bragança, Vila Real, Viseu, Cascais e Portimão. O concurso foi lançado pelo governo na passada sexta-feira e publicado em Diário da República. Os interessados têm agora 47 dias para apresentarem as suas propostas.
Uma notícia recebida com agrado pelo presidente do Município de Bragança, Hernâni Dias. “É com satisfação que sabemos que foi aberto o concurso. Mais vale tarde do que nunca e esperemos que esta ligação venha servir os interesses da população e dos empresários de Bragança e de todas as pessoas que precisam dela para conseguirem ajudar ao desenvolvimento da nossa terra”, salienta o autarca. O presidente da Federação Distrital do PS de Bragança, Mota Andrade, considera que os distritos de Bragança e Vila Real estão há demasiado tempo sem ligação aérea e critica a aterragem em Tires em vez de Lisboa, o que vai fazer com que a viagem seja mais demorada do que anteriormente. Há duas questões em relação àquilo que o governo vai levar à prática: termos estado este tempo todo sem carreira aérea e o facto de demorar cerca de uma hora mais para cada lado, entre Lisboa e Tires, o que nos tempos que correm nos parece inadmissível” , considera Mota Andrade. Já José Silvano, presidente da Distrital de Bragança do PSD, José Silvano congratula-se com a abertura do concurso mas critica, no entanto, a demora no processo de restabelecimento da ligação aérea a Bragança. Por um lado congratulo-me, por outro achava que isto podia andar mais depressa para se concretizar esta ligação”, frisa José Silvano. Bragança está sem ligação aérea a Lisboa desde Novembro de 2012. Em Dezembro de 2014, o Conselho de Ministros aprovou uma despesa máxima de 7,8 milhões de euros para a concessão da rota. Já em Janeiro, o Estado revelou numa rectificação que apenas poderá pagar, em 2015, no máximo, 650 mil euros à transportadora aérea que vier a realizar a rota. O valor restante será pago em três prestações, cerca de 2,6 milhões de euros no próximo ano, o mesmo em 2017 e em 2018, o montante máximo consignado no diploma é de 1,95 milhões de euros.

Escrito por Brigantia
Retirado de www.brigantia.pt

Seis tradições do distrito de Bragança distinguidas pela EDP

Seis tradições do distrito de Bragança foram distinguidas pelo primeiro Programa de Tradições Locais e Regionais lançado este ano pela EDP, num total de 14 premiadas.Apoiar projectos que promovam ou recuperem práticas ancestrais é o objectivo da iniciativa, Para apoiar as tradições locais e a cultura popular a eléctrica criou o programa de 150 mil euros.
Entre os vencedores está a Festa dos Reis de Vale de Salgueiro, no concelho de Mirandela. Os 5000 euros de apoio atribuídos servirão para fazer a recolha de informação da tradição que será editada numa publicação. A Festa dos Reis ou dos Rapazes é conhecida por ser o dia em que as crianças são autorizadas a fumar. Mas Miguel Cunha, presidente da junta de freguesia pretende divulgar a tradição para além desse aspecto e dar-lhe outra projecção. “O objectivo inicial é promover com mais intensidade e mais dinamismo a Festa dos Reis. Queremos dar-lhe outra profundidade e conhecimento a nível nacional e que, juntamente com a tradição original, as pessoas conheçam a aldeia e os seus costumes”, salienta o responsável autárquico. Também a iniciativa “L Burro e l Gueiteiro” saiu vencedora neste programa. Miguel Nóvoa da AEPGA (Associação para o Estudo e Protecção do Gado Asinino), que organiza o festival que há 12 anos promove a cultura e saberes tradicionais e o burro mirandês, refere que o prémio pode contribuir para a sustentabilidade da iniciativa. “Os objectivos que o prémio propunha eram os que já tentamos promover. Criar um festival auto-sustentável, único, distinto no país. E a partir daí ter condições para, com o apoio da EDP, da Câmara Municipal e das Juntas de Freguesia onde o Festival irá decorrer, conseguirmos promover as nossas tradições”, refere Miguel Nóvoa. Das 122 candidaturas apresentadas, referentes a 50 municípios do Norte, Centro e Alentejo, 14 foram seleccionadas. De entre as vencedoras seis são do nordeste transmontano. Na lista das tradições do distrito distinguidas estão também o Ecomuseu Terra Mater e o projecto “Do futuro da música ao futuro da terra”, da Associação Lérias, ambos de Miranda do Douro, os Bombos de Mirandela, e ainda a banda Filarmónica de Carviçais, no concelho de Torre de Moncorvo.

Escrito por Brigantia. 

Retirado de www.brigantia.pt

Carvalhais vai ter centro hípico

A Escola Profissional de Agricultura de Carvalhais, em Mirandela está a construir um Centro Hípico. As obras da estrutura já começaram. 
O objectivo inicial foi criar melhores condições para os três cavalos existentes na instituição mas o equipamento vai também ser aberto à população. Manuel Taveira Pereira, director da Escola Profissional de Agricultura, explica que o picadeiro deste centro hípico vai poder receber competições nacionais.“O picadeiro já foi adjudicado. Tem 800 metros quadrados que dá para competições nacionais e vamos a seguir instalar boxes junto do picadeiro. A entrada da escola será um local vivo. Em que haverá hipismo. Servirá para aulas e a custos controlados equacionaremos abrir à população”, adianta o responsável. O equipamento representa um investimento de 50 mil euros, a cargo da escola. Para o rentabilizar, serão ministradas aulas de equitação. O responsável da instituição de ensino acredita que este sector pode representar uma mais-valia para a escola e região. Por isso, a escola já candidatou um curso nesta área. “Fizemos a candidatura, e vamos apresentar o curso de gestão equina que funcionará agregado ao de técnico de produção agrária. É uma área muito importante, que tem um desenvolvimento muito grande. Trás-os-Montes tem alguns privados, não muitos e penso que será uma área de negócio muito interessante”, destaca Manuel Taveira Pereira.O centro hípico terá capacidade para acomodar cinco cavalos e deverá estar concluído dentro de 2 meses.

Escrito por Brigantia.

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