sexta-feira, 14 de julho de 2017

Domingo é de pedal a fundo para conhecer o Nordeste Transmontano (Jornal Mensageiro de Bragança)




Este domingo, uma invasão de ciclistas invade o Nordeste Transmontano para participar no Bragança Granfondo, uma prova dinamizada pelo Município, organizada no âmbito do Orçamento Participativo 2017, que irá mostrar a cerca de dois mil amantes do ciclismo as paisagens e a cidade de Bragança.
Com três diferentes percursos de média montanha (adaptados às diferentes capacidades físicas dos participantes, com idades compreendidas entre os 14 e os 75 anos), o Granfondo apresenta três diferentes modalidades: o minifondo, de 66km, o médiofondo, de 104km, e o granfondo, de 157km, que ligará Portugal e Espanha, com uma direvação para Puebla de Sanábria.
Para quem não se sente tão à vontade sobre rodas, haverá uma caminha solidária, de 5km. Com a inscrição, no valor de 5 euros, os participantes terão direito à oferta de uma T-shirt, sendo que a totalidade da verba angariada reverterá para uma instituição de solidariedade - a Associação Sócio - Cultural dos Deficientes de Trás-os-Montes (ASCUDT).
Ao longo de todo o percurso estão previstos pontos de abastecimento com animação permanente, além de suporte logístico durante o percurso.
A linha de partida desta prova será na Av. Dom Sancho I, que estará encerrada ao trânsito durante o fim-de-semana.
Um evento que além do cariz desportivo vale pela dinâmica económica que trouxe ao concelho, já que a nível hoteleiro Bragança esgotou.
Prata olímpica Vanessa Fernandes é o dorsal Nº1
Vanessa Fernandes, natural de Perosinho, Vila Nova de Gaia, tem um lugar ímpar na história do desporto português.
A medalha de prata no triatlo dos Jogos Olímpicos de Pequim foi um momento inesquecível de uma atleta com profundas ligações ao ciclismo, ou não fosse filha de Venceslau Fernandes, vencedor da Volta a Portugal de 1984.
A atleta fará parte desta edição de estreia do Bragança Granfondo, aonde ser irá apresentar com o dorsal número 1, ela que foi a vencedora de 21 Taças do Mundo de triatlo, de três títulos mundiais e cinco europeus de duatlo e triatlo.
Este evento é organizado pela BikeService, com o apoio do Município de Bragança, do Ayuntamiento de Puebla de Sanábria, Velo Clube de Bragança, Amigos do Campo Redondo/Team Giant e Associação de Ciclismo de Bragança.

Escrito por AGR
Retirado de www.mdb.pt

Escrever para o boneco (11/07/2017 – Editorial do Jornal Nordeste)



A lendária história de António, o santo de Lisboa, a falar aos peixes, na sequência das orelhas moucas dos homens, já inspirou milhentas reflexões, mas continua a constituir um bom ponto de partida para falar da sina deste humilde editorialista.

Para além da função de informar sobre o curso dos acontecimentos, tentado enquadrá-los nas dinâmicas mais profundas, os jornais, primeiro, e os órgãos de comunicação social em geral, desde há quase um século, também se constituem como tribunas importantes para a partilha, a discussão e a decisão sobre o presente e o futuro das comunidades.
Se, nalguns casos, o que se vai publicando influencia realmente a decisão política, outros há que são simplesmente ignorados, como terá acontecido ao pobre santo. Fica-se com a sensação de que, apesar de reflectir a realidade do sentimento das populações, os responsáveis políticos ignoram, com ostensivo desprezo, o que por aqui se vai escrevinhando.
Ontem, uma chamada telefónica de um cidadão de Caçarelhos, no concelho de Vimioso, dava conta de que desde há cinco dias um número significativo de habitantes não tem telefone, televisão e internet: os que contam com o serviço da PT, que já não será PT, sabe-se lá. O senhor estava indignado e apelava para que a situação fosse denunciada na comunicação social. Era, dizia, inadmissível.
Apesar de todas as denúncias de tratamento discriminatório das populações da região, continuamos a sentir todos os dias a injustiça e a omissão deliberada dos direitos destas gentes, por parte de um Estado que não demonstra capacidade para cumprir o que a lei fundamental determina.
O caso das telecomunicações é só um entre muitos, com efeitos demolidores nas expectativas dos transmontanos. De facto, há situações ainda mais graves do que a sombra temporária sobre Caçarelhos, posto que há zonas, na região, absolutamente deserdadas no que respeita à rede de comunicações, mas onde continuam a viver pessoas que deveriam ser tratadas como quaisquer outras, as que vivem de palanque nas avenidas novas da capital ou na Foz do Porto, em grande moda por esse mundo.
Muitas vezes a nossa gente acumula aquela desgraça com a de nem sequer dispor de condições de mobilidade, porque há anos que não têm acesso a transportes públicos, que foram desaparecendo paulatinamente, ao mesmo tempo que os indivíduos envelheciam. Isto enquanto o “Público” anuncia que a Carris vai introduzir carreiras de bairro em Lisboa, para dar mais mobilidade às pessoas.
Os daqui resistem enquanto podem e inventam soluções originais, como acontece com gente de Mazouco, que o editorialista encontrou há tempos em Celorico da Beira. Ali vão apanhar o comboio para Lisboa e ali chegam da capital, revelando um sentido prático com que imaginam fintar as sacanices dos donos da bola, num jogo macabro em que ficamos sempre a perder.
Não tem faltado quem proteste, clame e refile, quem chame à razão. Parece que temos sempre o destino do pobre frade que ninguém quis ouvir. Talvez nos reste, não propriamente falar aos peixes, porque o mar não é já ali, mas, ao menos, convocar as bocarras dos tubarões para passar de palavras a actos que deixem marca e fiquem na memória dos que deliberadamente prejudicam as populações do interior.

Escrito por Teófilo Vaz, Diretor do Jornal Nordeste

Desfile de pendões do reino de Leão por Miranda do Douro (Jornal Nordeste)



O desfile ibérico dos pendões regressou, no sábado, a Miranda do Douro pelo 3.º ano consecutivo.
O reunir dos pendões para desfilar, foi uma iniciativa que começou há três anos, organizada pelo município de Miranda do Douro e é enquadrada nas comemorações do dia da cidade. Todavia, a história destes estandartes e bandeiras de grandes dimensões, começou há muitos anos nas cerimónias religiosas, civis e militares, do reino de Leão, do qual Miranda fazia parte no passado.
Estas peças medievais únicas são oriundas das aldeias mirandesas e das regiões espanholas de León, Aliste e Sayago.
“União” foi a palavra mais dita pelos pendoneiros que participaram no cortejo e que iam explicando aos muitos visitantes que o significado dos 60 pendões que coloriram as ruas de Miranda em tons de vermelho, verde, dourado e branco.   
De S. Martin, veio Fernando Fuentes, que visitou pela primeira vez Miranda, como pendoneiro e esclareceu a origem deste símbolo “nos militares medievais que guiaram a reconquista cristã da Península Ibérica. O pendão é a representação do povo. Nas batalhas que havia antigamente cada povo identificava-se pelo seu pendão.”
“É a unidade de um povo, seja do povo hoje aldeia, seja do antigo povo cristão no tempo da reconquista porque é aí que eles têm origem seja aqui ou em toda a terra de Leão”, foi assim que António Rodrigues Mourinho, eleito o representante dos pendões de Miranda, explicou que este é o símbolo de uma união de territórios que, apesar de separados agora, em tempos foram um só. Este desfile é uma oportunidade para reunir “povos idênticos” e celebrar “a união para o futuro.” 
Artur Nunes, presidente da câmara de Miranda, ficou satisfeito com a adesão que o desfile tem ganho, apesar de, no primeiro ano, não ter sido fácil começar a reunir os participantes. Acrescentou ainda que “são cada vez mais os que querem participar neste desfile, com uma visibilidade crescente”, deixando também em aberto a possibilidade do número de pendões vir a aumentar no futuro. 
Orgulhosamente ostentados, a atingir os 13 metros de altura e 50 quilos, os pendões são, tal como a língua mirandesa, o símbolo mais antigo das Terras de Miranda. 

Escrito por: Jornalista Débora Lopes

Frescos do fim da idade média encontrados numa capela em Vale de Porco (Mogadouro) (Jornal Nordeste)



Uma descoberta de grande valor patrimonial foi feita na Capela de Nossa Senhora da Encarnação em Vale de Porco, no concelho de Mogadouro.
Situada no lugar de Freixeda, no limite das freguesias de Vale de Porco e Castelo Branco, no concelho de Mogadouro, é na Capela de Nossa Senhora da Encarnação que se pode encontrar um mural pintado a fresco na abóbada localizada no interior da capela-mor. Para lá chegar é preciso percorrer um caminho em terra, de uns longos três quilómetros, por sinuosas curvas, até encontrar o lugar onde a descoberta foi feita. 
Há cerca de dois anos, a comissão fabriqueira, que trata deste templo de romaria e do seu espaço envolvente, decidiu fazer obras e colocar o granito da abóbada à mostra, que até então estava pintada de azul. Quando a empreitada de requalificação começou, os trabalhadores aperceberam-se da presença de uma pintura por baixo da sintética tinta azul e decidiram parar com a obra.
Ainda sem saber que estaria perante o que pode ser considerado uma relíquia cultural para a região, a comissão fabriqueira comunicou a situação à Direcção Regional de Cultura do Norte (DRCN), que enviou técnicos para fazer a peritagem da parede. 
Em relatório enviado pela Direcção Regional de Cultura, ao qual o Jornal Nordeste teve acesso, após as peritagens feitas por técnicos especializados foi possível concluir que a técnica utilizada é a pintura a fresco e que deverá ter sido feita entre os séculos XI e XIII. 
Depois de anos ao abandono, a capela e espaço envolvente têm sido recuperados, com a ajuda financeira do município de Mogadouro e agora o investimento continua com o objectivo de promover o espaço e chamar pessoas a conhecer o património ali presente. 

TESTEMUNHO: Valdemar Jorge
Tesoureiro da comissão fabriqueira
“Temos estado a investir para poder melhorar toda esta zona envolvente à capela para atrair aqui mais pessoas, não só no dia da festa, mas ao longo de todo o ano. Queremos que as pessoas conheçam e vejam o que aqui temos.”

Escrito por: Jornalista Débora Lopes
Retirado de www.jornalnordeste.com

Festival D’Onor quer dar vida à aldeia comunitária (Jornal Mensageiro de Bragança)




Levar a juventude a uma das aldeias mais envelhecidas do concelho de Bragança é o objetivo do Festival D’Onor, que nos dias 21 e 22 de julho decorre na aldeia comunitária de Rio de Onor.
Para além disso, a organização, a cargo de três jovens daquela zona do Parque Natural de Montesinho, é “ajudar a promover Rio de Onor na votação para as 7 Maravilhas - aldeias de Portugal”.
Ao longo de dois dias, no próximo fim de semana, a aldeia com pouco mais de cem habitantes, na fronteira com Espanha, recebe diversas iniciativas, como uma ronda cultural, uma homenagem ao gaiteiro Juan Prieto Ximenes ou um passeio pedestre e um de carros antigos e desportivos.
Para além de refeições comunitárias, à boa tradição transmontana, decorrem também concertos, com destaque para o dos Galandum Galundaina, Alberto Jambrina & Pablo Madrid, Zíngarus, Gira Disco e dois DJs, Chega na Hora e Gaitelinho.
O parque de campismo da aldeia estarà disposição dos participantes, de forma gratuita. Também as entradas nos concertos são gratuitas. “Só cobramos pelas refeições. São cinco e custam 35 euros”, explicou David Vaz, da organização. “Com isto, queremos dar a conhecer a aldeia e trazer jovens para o meio rural”, explicou o responsável da organização.

Escrito por AGR
Retirado de www.mdb.pt

domingo, 9 de julho de 2017

Segurança e democracia (04/07/2017) -.Editorial do Jornal Nordeste



 Vivem-se tempos paradoxais em que, apesar de todas as globalizações, festejadas ou sofridas, os indivíduos se deixam embalar em ilusões sobre redomas que os manteriam a salvo das agruras da história, mesmo quando os sinais de risco se repetem a ritmos avassaladores.
De tanta tragédia que lhes entra pelos ecrãs, vai crescendo uma resignada abulia, que convive com a esperança inglória de que mesmo que o mundo à volta esteja calcinado, há-de restar um éden onde tudo se manterá na tranquilidade que se imagina nas vidas eternas dos santos.
Desde que não rebente a bomba ao lado do nosso carro ou o tiro não nos trespasse a mioleira, celebra-se a sorte, esquecendo que a sanha assassina, quando não é atalhada com determinação e coragem, espalha a degradação até ao caos.
Não se entende, por isso, que neste país nos confrontemos com acontecimentos que seriam esperáveis no caldeirão da Ásia Central, potenciais ameaças de violência massiva e indiscriminada.
Sem segurança a democracia é uma miragem. Não era sequer pensável que uma estrutura militar vital, num país fundador da NATO, pudesse estar à mercê de bandoleiros, que poderão fazer um verdadeiro arraial de sangue nos próximos tempos, nesta Europa vergada e dividida, onde a cobardia videirinha de responsáveis políticos, mas também de milhões de cidadãos, espera mais da roleta da sorte do que da união e da solidariedade.
A gravidade do que se passou em Tancos não tem termo de comparação na história do último século. Pensemos na estrutura militar que o país manteve durante a designada guerra colonial, com largas centenas de unidades, desde os destacamentos no mato, passando pelas companhias, baterias de artilharia, batalhões, bases aéreas e da marinha, com mais de 50 000 homens em permanente mobilização. Quem viveu esses tempos não se lembrará de haver lança granadas, bazucas ou explosivos acessíveis a mãos pouco recomendáveis.
É caricato, mas inadmissível, que os paióis nacionais estejam protegidos por redes de galinheiro e a vigilância física não tenha substituído a electrónica que, pelos vistos, não era uma prioridade na gestão orçamental da defesa.
Por outro lado, é inquietante que quase uma semana depois de anunciado o desvio de material de guerra em quantidades impensáveis, se passe o tempo com justificações esfarrapadas, à espera de relatórios, enquanto as armas se podem tornar terríveis surpresas, alimentando as carpideiras e agravando o medo e o desânimo, conduzindo-nos à resignação de que o mundo continua uma selva de feras, com dentes permanentemente arreganhados.
Ainda mais grave é que o que aconteceu em Tancos vem na sequência do recente desaparecimento de armas do Comando Nacional da PSP, facto que ainda não foi esclarecido. Parece que o Afeganistão já se estendeu até ao extremo ocidente da Eurásia. Lá a anarquia dos senhores da guerra tem atingido o cúmulo da indignidade. Pelo andar da carruagem não teremos muito mais tempo para dizer, com enlevo, que somos um país seguro, tranquilo e democrático.

Escrito por Teófilo Vaz, Diretor do Jornal Nordeste
Retirado de www.jornalnordeste.com

IPB entre as 50 melhores instituições no Ranking de Xangai



O Politécnico de Bragança tem a 50.ª melhor licenciatura em tecnologia alimentar de todo o mundo.
O Instituto Politécnico de Bragança (IPB) aparece num lugar de destaque no ranking de Xangai, um dos mais valorizados internacionalmente, já que lista as melhores instituições de ensino superior de todo o mundo.
Para além do Politécnico de Bragança, de Portugal apenas as universidades de Lisboa e do Porto aparecem no topo deste ranking mundial e o IPB é o único politécnico na lista.
Neste ranking por disciplinas, o IPB ocupa o 50.º lugar da lista dos melhores cursos do mundo na área de tecnologia alimentar.
Para o presidente do instituto, Sobrinho Teixeira, ainda há alguma surpresa ao receber este resultado, mas “começam a ser demasiados e diferentes rankings a consolidar a posição do IPB”. O Instituto foi considerado por quatro vezes o melhor politécnico português pelo U-Multirank. “Há alguma surpresa pelo facto de uma instituição do interior estar a ter esta pujança a nível nacional e podia achar-se que podia haver uma menor precisão do ranking, mas começam a ser tantos que é um bocadinho inevitável admitir aquilo que de bom nos está a acontecer, a nós e sobretudo à região”, frisou.
Sobrinho Teixeira acredita que para além de incrementar a “auto-estima dos transmontanos”, que espera “possam usufruir da visibilidade que o instituto está a ter”, estes rankings “são importantes para o futuro do instituto, para a captação de alunos de estrangeiros, essencialmente, mas também serão determinantes para novos desafios”.
Sobrinho Teixeira destaca ainda “a posição que o próprio instituto consegue ter a nível mundial e principalmente neste que é o mais prestigiado ranking do mundo”.
O destaque para um curso na área da ciência e tecnologia alimentar não é, segundo Sobrinho Teixeira, um acaso e a investigação nesta área tem contribuído para que o instituto se evidencie nesta matéria.
“A área em que porventura o IPB tem uma maior visibilidade é nesta da ciência e tecnologia alimentar, nós temos um centro de investigação de montanha que é um ex-libris a nível nacional, que é reconhecido pelo seu grande valor e tem sido feita investigação, que é desenhada dentro do instituto, mas feita em colaboração com a região, as entidades e associações, não é algo que é só conseguido por nós”, salientou ainda.
No ranking de Xangai por disciplinas surgem mais de 1400 universidades de 80 países, sendo classificadas as 500 melhores.

Escrito por: Jornalista Olga Telo Cordeiro