domingo, 23 de outubro de 2016

Exposição "Retrospectiva 50", de Manuel Pires no Museu Abade de Baçal



O Museu do Abade de Baçal inaugura hoje, dia 21 de outubro, pelas 18 horas, a exposição "Retrospectiva 50" do artista Manuel Pires.


Manuel Pires nasceu em Bragança no ano de 1942, tendo sido estudante do Liceu desta cidade e da Escola Comercial de Bragança. Em 1965 inicia a sua atividade artística com trabalhos em desenho e escultura, ingressando posteriormente na Escola de Artes António Arroio. Completou a sua formação artística na Escola de Cinema e Cinema de Animação no Centro Universitário de Cinema.
Entre os seus trabalhos mais significativos destacam-se a criação do símbolo / mascote do programa televisivo ZIP-ZIP; a participação no grupo de quarenta e oito artistas que produziram o Painel de 10 de junho, na Galeria de Arte Moderna de Belém (1974), de que fez o registo em filme, integrado posteriormente na Bienal de São Paulo, no Brasil; nas décadas seguintes, para além do trabalho realizado na RTP, de que se destaca uma série de programas com Agostinho da Silva (1990), realiza diversas exposições individuais.

Concerto de Outono no órgão da Igreja Matriz de Torre de Moncorvo

No próximo dia 22 de Outubro tem lugar um Concerto de Outono no órgão na Igreja de Nossa Senhora da Assunção, em Torre de Moncorvo, no âmbito da comemoração do Dia Nacional dos Bens Culturais da Igreja. 

A Câmara Municipal de Torre de Moncorvo associa-se assim ao evento “(Re)Ver a Arte Sacra”, através da programação de atividades centradas na valorização, salvaguarda e conhecimento do património da Igreja.
O concerto será realizado pelo Pároco da Igreja Matriz de Torre de Moncorvo, Sérgio Fernandes Pera.
A iniciativa tem entrada gratuita e pretende valorizar o órgão histórico, dando a conhecer à comunidade a música litúrgica.

Retirado de www.noticiasdonordeste.pt 

terça-feira, 18 de outubro de 2016

A informação e o interior



Aparentemente o país está farto das nossas lamúrias, cansado da nossa pieguice, incomodado com as inconveniências que perturbam a suave leveza dos dias, sem sintomas agudos dos males que nos roem a vida.
Já assim no-lo disseram, sobranceiros, ministros e secretários de estado, economistas fracassados, pensadores de mercearia e, para nosso governo, alguns que nos representaram, mas se inebriaram nos corredores aveludados, perdendo-se para sempre nos labirintos do esquecimento das origens.
O que estranhamos agora é que, para além desses políticos, aspirantes a tigres de papel, os fazedores de informação, a gente dos media, também se rebole na palha fofa, onde se resfolega, no espasmo do imediatismo.
Pensavam, os simplórios como nós, que a informação era um dos instrumentos fundamentais para a construção da democracia, autêntico escopo para desbastar a matéria rude, as escórias inúteis, até atingir a grande obra, iniciada pelos visionários primordiais da polis.
Ah!, se o povo estivesse informado...se ninguém sonegasse os caminhos da verdade, como poderia ser melhor este mundo de Deus...ou nosso, já agora. Mas, afinal, os grandes media, à semelhança dos políticos realmente de fraca figura, mais amigos da pança que da esperança, não se mostram capazes de iluminar a face oculta da vida, rendendo-se alegremente às agendas das diversas propagandas, ao sabor dos ventos que sopram em cada conjuntura.
Assim, o país real, calvário sem promessas de ressurreição, pode tornar-se no último papel amarrotado, lançado no caixote do lixo das memórias incómodas.
É verdadeiramente fantástica a lata dos editores cool, lisboetas ou lisboémios, que aproveitam sistematicamente as deslocações de governantes e outros políticos ao interior para, hélas, darem instruções claras para que sejam tratadas somente questões de pendor nacional ou mesmo internacional, recusando qualquer abordagem sobre as regiões ou os locais onde os políticos foram em passeata.
Para isso não precisavam de os interpelar por cá, já que os terão sempre ali à mão, nos passos perdidos de São Bento, de Belém, da Ajuda, do Palácio Foz, das Necessidades e etc…
Parece estarmos confrontados com uma outra PPP, ainda mais perversa do que as que nos têm financeiramente garrotados, com o objectivo de reduzir ao pó insignificante o trabalho hercúleo que foi, ao longo dos séculos, a humanização desta natureza, agreste mas empolgante, dura mas também generosa.
Como se não bastasse termos que suportar, quotidianamente, a salve-rainha dos acessos atascados a Lisboa, o ridículo dos grafismos multicolores, a dizer à malta das Peleias, de Espinhoso, de Vale de Frades ou de Vila d’Ala que o trânsito está entupido na segunda circular, que a fila vai até Coina, ou a entrada na Buraca apresenta dificuldades, quando por cá passam, em alegre companha, imporem-nos a sua agenda de interesses imediatistas, sem horizonte para além dos milhões que as audiências poderão proporcionar, não é, naturalmente, aceitável.
Não temos que ser somente a ultra periferia, ostensivamente encarada como desprezível, mas que serve como uma luva o desígnio de aproveitar fundos europeus para erguer os muros invisíveis, mas reais, que nos vedam o acesso ao futuro. Na verdade, nua e crua, os políticos e os media deixam claro que, como diz o nosso povo, fazemos tanta falta neste país como os cães na missa.

Por Teófilo Vaz

Duas investigadoras do IPB entre as mais influentes do mundo



Fazem investigação na área agroalimentar e integram o grupo restrito de um por cento dos cientistas mais citados em todo o mundo.
Duas investigadoras do Centro de Investigação de Montanha (CIMO) do Instituto Politécnico de Bragança (IPB) integram o ranking internacional dos mais influentes da Thomson Reuters. Estão no grupo restrito de um por cento dos cientistas mais citados em todo o mundo, surgindo entre os 132 cientistas mais influentes na área de ciências agrícolas.
São as únicas mulheres e as únicas cientistas de um politécnico entre os seis portugueses que figuram na lista.
Depois da bioquímica Isabel Ferreira já no ano passado ter liderado esta lista entre os portugueses, lugar que repete, em 2016 mais uma investigadora do politécnico, Lillian Barros, surge agora no segundo lugar do ranking dos cientistas mais citados na área agroalimentar, um ranking que incluiu no total seis investigadores portugueses.
Fazem parte da mesma equipa, o BioChemCore, liderada por Isabel Ferreira, que foi a primeira investigadora portuguesa a aparecer no ranking, que trabalha num projecto que desenvolve aditivos naturais, como corantes e conservantes, para substituir compostos sintéticos.
A investigadora frisa que não trabalha para entrar em rankings, mas aprecia o reconhecimento.
“É muito importante, embora a investigação e ciência que fazemos não seja a pensar em rankings, mas é sempre um reconhecimento muito importante e motivador”, frisa.
Isabel Ferreira salienta o facto de por mais um ano ser possível “manter o Instituto Politécnico tão bem representado neste ranking”. A inclusão na lista é também recebida como “um reconhecimento do percurso que não vem só de agora porque este é um prémio cumulativo que vem de toda a investigação produzida desde há 16 anos e que ultimamente se tem consolidado em torno dos novos aditivos naturais, para substituir corantes e conservantes artificiais na indústria alimentar”.
De acordo com a investigadora os resultados têm enorme potencial em muitos outros sectores, nomeadamente têxtil, o farmacêutico e o cosmético, o que dá mais visibilidade à pesquisa e componentes desenvolvidos pela equipa de cerca de 40 pessoas, entre os quais 12 em pós-doutoramento.
Lillian Barros está também orgulhosa com esta entrada na lista e acredita que este tipo de distinção pode ser uma motivação para quem estuda no IPB.
“Isso é extremamente importante e um reconhecimento de todo o trabalho que temos tido ao longo destes anos, é um grande orgulho integrar esta equipa e ver que o nosso trabalho está a ser reconhecido”, afirma.
A investigadora da área de engenharia de biotecnologia considera que “é um orgulho para quem estuda no IPB haver duas investigadoras que integram essa lista porque no nosso país não são muitos e pode ser um motivo pelo qual eles possam continuar nesta área de investigação”.

Jornalista: Olga Telo Cordeiro

Concurso de ideias para dar outra vida ao Parque de Montesinho



O Instituto Politécnico de Bragança quer dar um melhor aproveitamento ao Parque Natural de Montesinho e às suas estruturas, colocando-as ao serviço da população.
O projeto, que inclui um concurso de ideias que decorre até amanhã, dia 14, pretende criar uma sensibilidade especial para a proteção da natureza, ao mesmo tempo que se tenta envolver mais a comunidade numa área protegida com sinais cada vez maiores de abandono.
“Temos de arranjar uma simbiose entre o que é o Parque e pô-lo ao serviço da natureza. Se o Plano de Ordenamento não permite que as pessoas tomem contacto com esta área protegida e se tornem mais sensíveis à conservação da natureza, isso tem de ser corrigido.
Se o plano é castrador, tem de ser corrigido. Essa é uma ação que mostra que as pessoas podem amar a natureza e ajudar a conservá-la”, frisou o presidente do IPB, Sobrinho Teixeira, à margem de uma expedição de caráter científico e de integração dos novos alunos, que juntou mais de 400 pessoas. 

Escrito por: AGR
Retirado de www.mdb.pt
  

A Rádio Brigantia tem 30 anos



Já são muitas as histórias desta rádio, tantas que não é possível, para não ser injusto, contá-las em tão curto espaço de jornal.
Queremos partilhar apenas com os leitores algumas caras e depoimentos de quem já por cá passou e deixou saudades.

João Faiões
(jornalista SIC)
Lembro-me bem como tudo começou. Foram quatro amigos que me desafiaram a criarmos juntos uma rádio em Bragança, visto que, na altura, estávamos nos meados dos anos oitenta, esta era a única capital de distrito que não tinha uma rádio. Como eu já estava a fazer rádio naquela altura na Antena 1, no Porto, era o único que tinha alguns conhecimentos técnicos, daí o desafio que acabei por aceitar. Fundámos assim a Rádio Brigantia. Nessa altura, quando a rádio começou a funcionar, passava uma semana lá no Porto e outra cá em Bragança.

Afonso de Sousa
(jornalista da Rádio TSF)
Foi no início do Verão de 1987 que conheci a Brigantia e foi logo amor à primeira vista. Estive lá um mês. Aquele ambiente, ainda muito “pirata” e “naif” impregnou-se-me na pele e na vida. Voltei algum tempo depois, não muito, para continuar uma vida que, obviamente não sabia, me traria até hoje com esse vício.
A Brigantia faz anos e todos os que por lá passámos também. Estamos todos de parabéns. Foi lá e com ela que aprendi o essencial de “fazer rádio”. Foi lá, com ela e com mais alguns que crescemos juntos, que fizemos sempre por fazer o melhor e por aprender sempre mais.
A Brigantia faz anos e está mais crescida e madura. É feminina e toca-nos no coração. No dia 17 de Outubro damos-lhe os parabéns e por força do que hoje somos, temos também que alargar os abraços aos quatro “maduros” que lhe deram ser, Faiões, Sidónio, Pinheiro e Raposo.
Obrigado e parabéns, rádio do “nosso” coração.

Ana Fragoso
(assessoria e comunicação)
A Brigantia foi a minha verdadeira escola de jornalismo. Foram dez anos de aprendizagem constante, de amizade, de trabalho, de alegria. Ser jornalista sempre foi a minha grande paixão e, particularmente, trabalhar na rádio a minha maior realização. A Brigantia era a rádio do instantâneo, do direto, do atrevimento, da aventura. Como jornalista vivia de microfone na mão, sempre na rua, sempre em contacto com a população, com os decisores políticos, sempre em permanente comunicação. Saí com saudade e mantenho na minha gaveta das boas e grandes recordações muitas das aventuras que vivi na rádio do coração. Ouvir o nome Rádio Brigantia ainda me faz sorrir.
Parabéns a todos aqueles que por lá passaram e a todos quantos a mantêm viva até hoje.

Liliana Carona
(jornalista Rádio Renascença)
Foi em 2008 que cheguei a Bragança, sem conhecer ninguém, depois de ter enviado currículos para todo o país em busca de um lugar ao sol na rádio. A “Brigantia” respondeu-me, dizendo que teria que passar por uma semana à experiência. Fui gentilmente recebida pelo João Faiões e pela doce Ana Fragoso, conheci o Paulo Afonso, a comunicativa Carla Ferreira, o divertido Sidónio e pouco tempo mais tarde, a Sandra Bento que viria a ser a chefe de redação, exigente e competente como só ela sabia ser. Toda a equipa dotada de um profissionalismo raro. O Paulo Afonso era quase que um “chato”, na parte da dicção/locução radiofónica, mas graças a ele aprendi muito nessa área da colocação de voz e postura frente ao microfone. Quis o destino que a minha permanência ali, durasse pouco mais de um ano, mas não há uma só entrevista, uma só conquista profissional, em que eu não recorde, sem falsas modéstias, que comecei com os melhores, numa das melhores terras do mundo: Bragança, ou direi Brigantia? Tenho saudades vossas e das torradas gigantes com pão a sério.