sexta-feira, 28 de outubro de 2022

Estilhaço


 chove como quem chora

molhando a calçada

que calcorreio, perdida

na ânsia de nada

que tudo anseio 

nesta triste vida

de insanos sonhos

onde ando perdida,

jamais encontrada,

e, como de permeio,

passos na autoestrada

deixam vestígios

de larga passada

que minha não é

no meu pé de chinesa 

enfio uma meia

de fina tristeza...

por cima, botas de aço

crânios estilhaço

a cada pequeno passo

choro perdido

laço no vestido

frio no regaço

amamenta o filho

de pé, no terraço


De Maria Cepeda

quarta-feira, 26 de outubro de 2022

Teresa Martins Marques é escritora e ensaísta

 


Presidente do PEN Clube Português (2019-2022). Membro da direcção da Associação Portuguesa de Escritores (2008-2017). Secretária-geral da Associação Portuguesa de Escritores (2018). Desde 2016, vice-presidente do Conselho Fiscal dos Críticos Literários.  Desde 2006, investigadora integrada no Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

Doutora em Literatura e Cultura Portuguesa pela Universidade de Lisboa (2011). Mestre em Literatura Portuguesa Moderna e Contemporânea (1992) e licenciada em Filologia Românica (1975) pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

A nível profissional, foi professora orientadora de estágios no ensino secundário e autora de programas e manuais escolares para o ensino secundário. Na década de 80, enquanto assessora de um Grupo Parlamentar da Assembleia da República, participou activamente na discussão da Lei de Bases do Sistema Educativo, aprovada a 14 de Outubro de 1986 (Lei n.º 46/86). Integrou, entre 1992 e 1995, a equipa do Instituto de Lexicologia e Lexicografia da Academia das Ciências de Lisboa, colaborando na terminologia literária.

Dirigiu a edição das Obras Completas de José Rodrigues Miguéis, prefaciando os treze volumes desta colecção, editada pelos Círculo de Leitores, entre 1994 e 1996.

Coordenou, entre 1997 e 2004, a equipa de organização do espólio literário de David Mourão-Ferreira na Fundação Calouste Gulbenkian. A sua tese de doutoramento reflecte este trabalho, abordando o percurso do sujeito alusivo à viagem de regresso de Ulisses – o herói de David Mourão-Ferreira.

Integrou júris de ficção, poesia e ensaio de diversos prémios, nos quais foram galardoados Eduardo Lourenço, Maria Helena da Rocha Pereira, Eugénio Lisboa, João Rui de Sousa, Vasco Graça Moura, José Gil, Maria Velho da Costa, Lídia Jorge, Hélia Correia, Nuno Júdice, entre outros.

Excelente oradora e comunicadora, proferiu grande número de palestras e conferências, quer em Portugal, quer no estrangeiro, como, por exemplo, Brasil, França e Itália, entre outros locais, e colaborou nas mais prestigiadas revistas literárias portuguesas e brasileiras e em quatro dezenas de volumes colectivos de ensaio.

Iniciou-se na ensaística, em publicação individual, com Si On Parle du Silence de la Mer (Editora Danúbio, 1985), centrado na novela de Vercors Le Silence de la Mer, publicada em 1942 pela Éditions de Minuit.

O ensaio O Eu em Régio: a Dicotomia de Logos e Eros (1.ª ed., 1993; 2.ª ed., 1994) foi agraciado com o Prémio de Ensaio José Régio / 1989.

Em 1994, editou O Imaginário de Lisboa na Ficção Narrativa de José Rodrigues Miguéis (1ª ed., Editorial Estampa, 1994; 2ª ed., Círculo de Leitores, 1996; 3ª ed., Editorial Estampa, 1997), prefaciado por David Mourão-Ferreira, no qual analisa as representações de Lisboa a partir dos contos de José Rodrigues Miguéis, incidindo principalmente sobre Saudades para a Dona Genciana e os romances A Escola do Paraíso, O Milagre segundo SaloméUma Aventura Inquietante, Nikalai! Nikalai!, Idealista no Mundo Real, O Pão não Cai do Céu.

Em Leituras Poliédricas (1ª ed. s.e.,1996, 2ª ed. refundida e aumentada, Universitária Editora, 2002), prefaciado por Maria Lúcia Lepecki, Teresa Martins Marques reúne ensaios sobre Cesário Verde, Gomes Leal, Raul Brandão, José Régio, José Rodrigues Miguéis, Vitorino Nemésio, Eugénio Lisboa, Fernando Aires, João de Melo e Onésimo Teotónio Almeida.

A sua tese de doutoramento foi refundida e aumentada em Clave de Sol – Chave de Sombra. Memória e Inquietude em David Mourão-Ferreira (Âncora Editora, 2016), em que analisa a obra de David-Mourão Ferreira, fruto do contacto com o espólio e usando materiais literários e não literários éditos e inéditos, apresentando novas linhas de leitura acentuando as polarizações da memória e da inquietude.

Para além do ensaio, Teresa Martins Marques cultivou outros géneros, como a biografia (O Fio das Lembranças – Biografia de Amadeu Ferreira – Âncora Editora, 2015), o teatro (Anjas ao Sol – 2015), o conto (Carioca de Café – 2009; Degraus do Passado – 2014; O Avesso do Amor – 2019; Chronica Adefonsi Imperatoris – (2020) e o romance (A Mulher que Venceu Don Juan – Âncora Editora, 2013, estando em curso traduções deste livro na Roménia e na Hungria). Este último integra o Plano Nacional de Leitura para o Ensino Secundário e é tema de uma tese de mestrado- 2019, na UNESP (Brasil).

Retirado de www.escritoreslusofonos.net 

Teresa Martins Marques está de parabéns com este novo romance. Tive o privilégio de estar em sua casa poucos dias antes da edição do seu "Não Matarás - Romance de um Crime", onde a ouvi ler os dois primeiros capítulos do "Não Matarás".

Parabéns querida amiga.

Maria Cepeda

Metodologia Ekui considerada uma das cem com mais impacto no mundo

A Ekui foi destacada como uma das cem metodologias educativas mais inovadoras e com mais impacto no mundo pela organização finlandesa Hundred n hoje galardoada com o prémio HundrED Global Collection 2023.
A metodologia Ekui, criada pela professora Celmira Macedo, foi escolhida entre as mais de três mil metodologias avaliadas por aquela organização, que entregou as distinções durante a undrEDSummit, que se realizou em Helsínquia, esta quarta-feira.
Celmira Macedo, a professora transmontana oriunda de Alfândega da Fé, explicou ao Mensageiro que se trata de um reconhecimento da metodologia educativa na Finlândia, o país conhecido pela Educação. “É a primeira vez que uma entidade portuguesa é reconhecida por esta organização neste país, onde estão os melhores processos educativos do mundo. A Ekui foi escolhida por um comité científico composto por mais de mil investigadores e professores de 188 países que mapearam mais de três mil organizações do mundo. A Ekui ficou na shortlist há dois meses e, depois, recebemos a informação que tínhamos passado à final. Fomos considerados entre as cem melhores do mundo e a única portuguesa de sempre”, referiu Celmira Macedo
A EKUI é uma Metodologia multissensorial de Desenho Universal e inclusiva. Segundo a sua página na internet “é a única no mundo” que combina quatro formas de comunicação, nomeadamente a gráfica (as letras), o código Braille, a Língua Gestual Portuguesa (LGP) e o Alfabeto Fonético (sons e formas de os articular). “Usa pistas (inputs) visuais, auditivas e cinestésicos e estas pistas, quando trabalhadas ao mesmo tempo, ativam diferentes áreas no cérebro, fazendo com que a aprendizagem seja mais rápida em 50%) e mais motivadora”, explicam no site.

Publicado por Glória Lopes

Retirado de www.mdb.pt

terça-feira, 25 de outubro de 2022

NÃO MATARÁS! (Último livro de Teresa Martins Marques)

São várias as imagens que nos ocorrem, ao falar de Itália. Aparte as pessoais, que não interessam para o assunto, Itália remete para a arte renascentista, o legado imperial, o cinema de autor, as belíssimas actrizes, os fabulosos lagos do norte e, claro, o cálcio. Mas também para a política agitada, fremente e instável, a governação efémera, mas agitada e frequentemente violenta, as jogadas de bastidores, a corrupção, o poder do Vaticano em convívio com a Fé e com a Esperança, a luta pelo progresso do sul e a contínua procura de maior enriquecimento a norte, os seus agentes ativos e passivos, enfim gente muito simples e gente mui- to poderosa, a procura do bem comum e a prossecução de interesses egoístas e nem sempre legítimos. A bela, piedosa e culta Itália de Florença, dos Lagos e do Vaticano é a mesma da Política, da Máfia, das Brigadas Vermelhas e dos Escândalos Financeiros.

É desta última que nos fala Teresa Martins Marques no seu recente livro “Não Matarás – romance de um crime”! Mas não só. O relato minucioso, documentado, criteriosamente detalhado dos cinquenta e cinco dias que abalaram Itália e o Mundo no ano de 1978, vai mais longe mergulhando o leitor numa profundidade notável. Revela a Itália escondida, quase invisível, miserável, ao nível económico, mas também cívico e moral, disseca sentimentos nobres e canalhas, expõe verdades e mentiras, aponta pistas e questiona dúvidas.

Sendo um romance de um crime não é, tal como vulgarmente se apreende, um romance policial. Aqui não há dúvidas de quem são os autores materiais nem qual a vítima concreta de tão horrenda conspiração. A forma como a autora prende o leitor não passa pela curiosidade do desfecho, amplamente conhecido, mas pelo enredo em si, pelo entretecer das linhas com que foi sendo cerzido o maior crime político da história moderna italiana. Depois de escalpelizar as motivações mesquinhas e altamente egoístas de grande parte dos atores, Teresa Martins Marques brinda o leitor com um final onde traz para o conhecimento público vários personagens, indubitavelmente bons e generosos, decalcados de pessoas reais e contemporâneas. É a forma de, justa e generosamente, os homenagear.

Não Matarás, é um livro fundamental e imperdível para tutti quanti se interessarem por conhecer a forma como é possível, quando há boa fé e genuíno espírito generoso de ser- viço público, unir esforços para melhorar a vida de uma comunidade, mesmo que, ideologicamente haja um mar de diferenças entre os protagonistas. Mas é também um alerta para as enormes ciladas e dificuldades, tantas vezes inultrapassáveis, para atingir tais fins porque, paradoxalmente, o bem de todos não rima com o bem de alguns, se poderosos, egoístas e de mau carácter.

É, para finalizar, um livro para ler devagar.

E, principalmente, fazer uma pausa longa e reflexiva, na página 180 onde a Teresa transcreve o melhor dos pensamentos do antigo primeiro-ministro Aldo Moro: “Datemi da una parte milioni di voti e togliete-mi dall’altra parte un attomo di Verita, ed io saro communque perdente” (Dai-me por um lado milhões de votos e tirai-me, por outro lado, um átomo de verdade e eu ficarei perdendo) e que deveria fazer reflectir todos os eleitos desta nossa terra. Não duvido que a autora partilha deste superlativo valor da verdade.



Escrito por José Mário Leite

Retirado de www.jornalnordeste.com

segunda-feira, 24 de outubro de 2022

O meu Adriano Moreira (João Moreira, filho do Professor Adriano Moreira)

Sou filho de um homem velho, e esse homem velho chama-se Adriano Moreira. Quando era pequeno - já o meu pai era velho -, o meu pai explicou-me, com a frontalidade trasmontana que lhe era característica, que eu ia deixar de ter pai muito cedo. Cresci marcado por este medo, que condicionou muitas decisões que tomei.

Em 2011, aceitei a inevitabilidade (da falta de controlo sobre o momento) da sua da morte, e decidi ir viver para Moçambique, consciente de que lhe poderia acontecer alguma coisa enquanto lá estivesse, ou de que já pouco o gozaria no meu regresso. Voltei em 2013 e, depois disso, tive ainda mais nove anos de pai. Este homem velho viveu até ser mesmo muito velho.

No dia em que parti para Moçambique, concebi esta carta. Guardei-a na minha memória até este momento em que, de certa forma, a imprimo.

É esmagador ser-se filho da figura pública do Adriano Moreira, por boas razões, mas esta carta é sobre o meu pai, e não sobre o Académico que teve duas passagens pela política.

O casamento dos meus pais é uma das histórias mais bonitas que pode haver sobre compromisso - entre meios sociais, interesses e gerações.

Este compromisso teve dois motores: a inteligência do meu pai (sempre e em tudo na vida, racional e institucionalista) e, antes disso, a pujança emocional e força interior da minha mãe, que se projeta em tudo o que faz.

A minha mãe é apaixonada - literalmente, apaixonada - pelo meu pai desde os tempos da faculdade. E dedicou a vida a este amor, que tem muito pouco paralelo. Foi esta mãe que, sobretudo na minha adolescência, funcionou como a lente que me permitiu ver melhor o pai que tinha. Nesse processo, apercebi-me de que a dimensão pessoal do meu pai era ainda superior à dimensão da figura pública.

Neste momento em que se multiplicarão os escritos e as homenagens à figura pública, sinto necessidade de trazer a público o meu testemunho sobre o meu Pai, o que acaba também por ser a minha forma de homenagem. Faço-o a título pessoal.

O meu Adriano Moreira:

O meu pai nasceu pobre. Era filho de um polícia e de uma costureira e lutou muito para chegar onde chegou. Era, literalmente, um self made man. Esta origem teve consequências e manifestações várias, que são o ponto de partida da minha admiração.

O meu pai encarava com naturalidade o facto de ter nascido pobre. Descrevia as limitações com que vivia e a vida na aldeia, e até as dinâmicas rico-pobre ali vigentes, de forma absolutamente factual/sociológica - sem lamentar a pobreza; sem invejar a riqueza. Mais importante, orgulhava-se da sua origem. Era trasmontano de coração, e sempre lembrou - a nós e ao mundo - de onde vinha.

A relação que o meu pai tinha com a sua origem teve impacto na vida pessoal, mas teve também um impacto decisivo no seu pensamento político, com tradução em ideias muito simples: não é preciso limitar o sucesso de cada um, mas sim compensar as diferenças entre os vários pontos de partida, para que todos tenham oportunidade de sucesso; meritocracia, temperada com humanismo cristão. Lembro-me bem da primeira vez em que o meu pai me falou sobre a diferença entre igualdade à partida e igualdade à chegada...

Não tendo tido sorte no meio social (do ponto de vista do poder de compra, etc.), teve, no entanto, sorte nos pais: os meus avós, apesar do tempo em que viveram e do meio a que pertenciam, incentivaram e suportaram os estudos do meu pai (e da irmã...) até à faculdade. O meu pai não perdia uma oportunidade para lembrar - novamente, o orgulho na sua origem - que devia tudo aos meus avós, sem conseguir perceber, quando olhava para trás, como isso tinha sido possível. Passou os últimos tempos de vida preso a este pensamento e admiração, insistindo connosco para que não nos esquecêssemos que devíamos tudo ao meu avô, "António Moreira, sub-chefe da Esquadra de Campolide".

O meu pai explicava, a propósito da idade com que casou, que(para além de precisar da pessoa certa...) sentia que só poderia casar quando tivesse capacidade para sustentar uma família e os próprios pais. O meu pai era, por tudo isto, um homem profundamente agradecido!

Ao nível pessoal, este homem que nasceu pobre acabou por se casar com uma pessoa de um meio social bastante diferente, convivendo e vendo os seus filhos serem expostos a um ambiente que nada tinha que ver com o seu ponto de partida. E adaptou-se, com naturalidade: deu o que pôde aos filhos; deu o que nunca teve aos filhos - sempre e apenas com a preocupação de que não banalizássemos a nossa sorte à partida (isso sim, incomodava-o bastante).

Mas a generosidade foi, ainda antes disso, dirigida à minha mãe. O meu pai conseguiu sempre manter na esfera da minha mãe tudo o que lhe era querido, e onde não pôde manter, conseguiu parecido - tudo, em nome do respeito pela ligação umbilical da (família da) minha mãe a sítios, a lugares, a memórias; sempre, com máxima hospitalidade para todo o Clã Lima Mayer; em grande medida, com prejuízo para os seus próprios gostos e prioridades. O meu Pai era um homem profundamente generoso!

O meu pai era, também, um homem justo e decente. Ético. Seja na esfera pessoal ou profissional, tenha ou não estado certo se e quando decidiu, guiou sempre os seus processos de decisão por um imperativo de justiça e decência. Agia de acordo com a sua consciência; punha as questões de princípio acima de tudo o resto; fazia o que acreditava ser o mais correto.

Desta característica resultava outra, relacionada: o desprendimento. Com isto refiro a capacidade de aceitar, com dolo necessário ou eventual, as consequências negativas de decisões tomadas em nome dos seus princípios e do seu sentido de justiça. Porque esse é o verdadeiro teste de caráter. Foram-lhe conhecidas muitas decisões de princípio, mas é interessante cruzar cada decisão com o contexto pessoal em que foram tomadas: o processo-crime contra um Ministro da Defesa, logo no início da sua vida profissional - acabou preso, depois de tanto esforço e privação para tirar o curso...; a demissão de Ministro do Ultramar, por não conceder na visão que tinha para a África - com a consequência da perda de estatuto de jovem estrela do regime; a proteção ao irreverente Bispo da Beira, em Moçambique (forte defensor dos direitos dos indígenas e do respeito pela diversidade de culto), pela via da publicação de artigos de opinião no Jornal da Beira - criando à PIDE o constrangimento de censurar um jornal onde escrevia um antigo Ministro, sem poder antecipar as consequências; o confronto com o pequeno Ministro da Educação e a consequente demissão de Reitor, para proteger o ISCSP - voltando oficialmente as costas ao regime no verão em que nascia o seu primeiro filho; e até, numa fase mais recente, a sua demissão de Presidente do Conselho Nacional de Avaliação do Ensino Superior, por discordar das políticas de educação que estavam a ser adotadas - renunciando a um dos cargos que mais gostou de exercer, com adequação perfeita ao seu perfil e estatuto e que representava, dada a fase de vida em que já se encontrava, uma das últimas oportunidades que tinha para se manter no jogo. A questão de princípio, neste caso, levou-o ao ponto de, já Senador, aceitar participar num programa de televisão a partir da plateia, para ter a oportunidade de expressar publicamente a sua divergência da política seguida pelo então ministro responsável pelo ensino superior (convidado no referido programa), que tinha idade para ser seu filho.

Este episódio pode não ter tido a importância de outros, mas marcou-me porque o vivi em casa, já universitário, e pude testemunhar o seu caráter e personalidade com os meus próprios olhos.
O meu pai era, para terminar, um grande pai de família. Tinha um amor profundo por cada um de nós, e um profundo respeito pela maneira de ser de cada um - de cada traço de personalidade, de cada idiossincrasia.

Sendo um homem que acreditava nas instituições, vivia a sua família de forma profundamente institucional. Preocupava-se com a minha mãe e connosco, antecipava e geria todos os cenários, incluindo o da sua partida.

Quando nasceu a minha primeira filha, disse-me, contrastando com o ambiente de euforia: "parabéns, nasceu-te uma responsabilidade até ao fim da tua vida". Quatro filhos depois, revisito esta conversa com muita regularidade...

Ironicamente, dada a força da sua personalidade e a diferença de idades, o meu pai cedo aceitou que a nossa família tivesse uma organização de base matriarcal, e era o primeiro e maior admirador da minha mãe. Sempre que estávamos sozinhos, gostava de me falar sobre isso, e salientava traços de personalidade da minha mãe e episódios concretos: o perfil de bombeiro da família; o altruísmo e a força interior; a capacidade que tinha de ler o coração de cada um dos filhos; a forma incondicional como arrancou para o Brasil no pós 25 de abril, largando uma família que na realidade é um clã, sem ter qualquer perspetiva de regresso, etc., etc., etc., etc...

O meu pai viveu demais, infelizmente, porque viveu o suficiente para perder um filho, o que foi um golpe fatal: porque, para além da dor da perda, isso aconteceu em contraciclo com o momento que, coletivamente, atravessávamos, e evidenciou que não é possível gerir e antecipar todos os cenários... Foi aqui que o meu pai percebeu que as coisas já não estavam na sua mão, o que acabou por ser fonte de tranquilidade - porque o medo que tinha da morte vinha do sentido de responsabilidade que tinha sobre nós.

Seis meses depois, assumiu a sua última responsabilidade - levar a filha mais nova ao altar -, após o que entrou, finalmente, em Tempo de Vésperas, tendo vivido até ao fim tranquilo, sem medo do que o esperava, a falar-nos dos seus pais e a fazer declarações diárias de amor à minha mãe.

Este, foi o meu Adriano Moreira.

João Moreira, filho do Professor Adriano Moreira

Publicado por Diário de Notícias

www.dn.pt

"Meu amor". Isabel Moreira declara-se ao pai no dia que mais temia (Publicado por "Notícias ao Minuto" Escrito por Isabel Moreira)

 

Isabel Moreira deu graças também à "plenitude de ter dito, de ter agradecido a possibilidade da [sua] vida", ainda que esteja "cheia de medo de seguir" sem a validação assegurada do pai.

"Querido pai, meu amor, amor da minha vida". Foi desta forma que Isabel Moreira se dirigiu ao pai, Adriano Moreira, que, este domingo, perdeu a vida, aos 100 anos. Numa publicação na sua página do Facebook, a deputada do Partido Socialista (PS) abriu o coração ao pai, a quem confessou estar "cheia de medo", mas de quem se despediu com um "até já".

"Todas as palavras são, agora, sobras. Porque as dissemos todas. Porque escreveste que 'a palavra tem de ser pronunciada. Certa palavra. Dita a tempo, na ocasião apropriada. Riscos, consequências, perdas, tudo é um preço irrisório para a plenitude de ter dito'”, salientou a socialista, declarando-se ao pai.

E continuou: "A plenitude de ter dito do meu amor, a plenitude do nosso olhar inteiro, um no outro, a força da vida, a força de vida tua, a furiosa luta que há em ti para nunca deixar a mãe, para nunca nos perdermos, a plenitude de ter dito. Pai, meu amor, amor da minha vida, há dez anos escrevi-te uma carta a dizer deste amor que sempre fez do dia de hoje o dia que mais temi na vida e dez anos depois está tudo inteiro, está tudo intacto, nunca houve, entre nós, qualquer lacuna", assegurou.

Isabel Moreira deu graças também à "plenitude de ter dito, de ter agradecido a possibilidade da [sua] vida", ainda que esteja "cheia de medo de seguir" sem a validação assegurada do pai.

"Mas prometi o que sabes que prometi e que seja sempre véspera. A plenitude de ter dito, a plenitude de ter sentido, de tudo em nós fazer sentido, pai, meu amor, amor da minha vida, obrigada. Estou cheia de medo, pai, cheia de medo, mas prometi o que sabes que prometi. Até já, meu amor diário, amor da minha vida", rematou.

Retirado de noticiasaominuto.com

Publicado em Notícias ao minuto  

domingo, 23 de outubro de 2022

Professor Adriano Moreira deixou-nos hoje

 

Houve em Portugal três homens pelos quais nutro muito respeito e admiração: Sá Carneiro, Mário Soares e Adriano Moreira. Cada um deles foi um exemplo para mim.

Hoje recebemos a notícia da morte do Professor Adriano Moreira, grande Senhor, transmontano de alma e coração que nunca abandonou a sua terra natal. Todas as circunstâncias que lhe calhou viver, de alguma forma, trouxeram-no para o seu berço, para as suas origens.

Com a voz embargada, gostaria de deixar aqui um agradecimento sentido a este SÁBIO, que tanto nos ensinou, que tanto fez por nós.

Apesar dos 100 anos recém-feitos, ainda era cedo para partir. Ainda não se lhe acabara o que tinha para nos dizer…

                Cabe-nos preservar a sua memória e continuar a respeitar o seu espólio: Centro Cultural Adriano Moreira, Biblioteca Adriano Moreira, Concurso literário da Lusofonia Adriano Moreira…

                Agradecemos a luta que travou, juntamente com outras pessoas e entidades em prol do Museu da Língua que muito valorizará a cidade de Bragança, a exemplo do que faz o Museu da Língua existente em São Paulo, Brasil.

                Fica-me na memória a entrevista que nos concedeu há três anos atrás, que aos noventa e sete anos, demonstrou uma lucidez impressionante.

                À família os meus mais sentidos pêsames. Que descanse em paz.

 

Marcolino Cepeda

Até sempre Professor Adriano Moreira

Hoje, 23 de Outubro de 2022, estamos definitivamente mais pobres. Deixou-nos o Professor Adriano Moreira, um homem dono de uma sabedoria ímpar e de uma lucidez única. Com 100 anos feitos no passado dia 6 de Setembro, teve uma longa vida, mas há pessoas que nunca deviam morrer. É, para nós, um dia de luto.

Tivemos a honra de o entrevistar há três anos, tinha ele 97. Nessa entrevista, em resposta à pergunta:

“O Senhor Professor é um transmontano Radical?”

Ele respondeu: “Sou!”

“E o que é ser um transmontano radical?”

“Sabe uma coisa? Isso foi muito benéfico porque escusava de ser radical no resto!”

“Só pelo facto de ser transmontano já era radical! Muito bem!”  

“Sabe que, a experiência é existência, e nós todos somos, como dizia o Ortega, históricos, fazemo-nos…, e a circunstância varia e nós enfrentamo-la…”

“Há uma coisa que eu acho importantíssima nos transmontanos. Primeiro, são solidários.”

Este homem, que está na história do nosso país e do mundo, é transmontano. Nunca deixou de o ser. Era, como disse, um transmontano radical e solidário porque assim são os que têm a sorte de nascer em Trás-os-Montes.

Que lições de vida nos deixa este senhor? Este sábio? Quando seremos capazes de assumir aquilo que valemos, aqui, em Trás-os-Montes? Será necessário abandonar a região para fazer fortuna, para ter bons empregos, para viver com qualidade?

Sei que hoje a homenagem é para Adriano Moreira, advogado, Professor, ministro, presidente de partido, deputado, vice presidente da assembleia da república… Este senhor e as suas circunstâncias fizeram de nós melhores pessoas. Portugal deve-lhe muito.

Ontem entrevistámos o Dr. José Ribeiro, médico Cardiologista do Centro Hospitalar de Gaia/Espinho e, também, consultor de cardiologia no hospital de Bragança, papel que desempenha há vinte e quatro anos. Sem estar previsto, veio à baila o Professor Adriano Moreira. O Dr. José Ribeiro não é transmontano mas considera os transmontanos solidários. Diz que somos diferentes e que, ao longo de mais de duas décadas, fez verdadeiros amigos. Que coincidência…

Perdemos um grande homem.

Os nossos mais sinceros pêsames à família e amigos.

Adriano Moreira, na sua generosidade, entregou o seu espólio intelectual à Câmara Municipal de Bragança que tem sabido respeitar e valorizar este benefício. Também à autarquia e aos curadores do seu património, na figura do Engenheiro Jorge Nunes, deixamos os nossos sentimentos.

Até sempre Senhor Professor!

 

Maria Cepeda

sexta-feira, 21 de outubro de 2022

CURRICULUM DO DR. JOSÉ RIBEIRO, MÉDICO CARDIOLOGISTA DO CENTRO HOSPITALAR DE VILA NOVA DE GAIA/ESPINHO


CURRICULUM BREVE

Doutor José Manuel Coelho Ribeiro, médico cardiologista,  nascido em Celorico de Basto, terra de Marcelo Rebelo de Sousa, em 23 de novembro de 1963, a viver no Porto.

 

EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL

De março de 2006 até hoje

- Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho

- Consultor de Cardiologia

- Diretor da Unidade de Thorax e Circulação (a partir de junho de 2018)

- Chefe do Echo Lab (de 2001; total de 9700 estudos em 2018)

- Membro do "Time do Coração" como especialista em imagem

- Bolsa em Orientador de Ecocardiografia

De outubro a dezembro de 1996

Onze-Lieve-Vrouwziekenhuis – Aalst – Bélgica

Bolsa avançada de Ecocardiografia

Reputação internacional

  • Através de sua longa tradição de pesquisa e inovação , o Hospital OLV conquistou uma excelente reputação nacional e internacional , principalmente nas áreas de cardiologia, cirurgia cardiovascular, urologia, cirurgia geral e cirurgia neurológica.
  • O hospital é extremamente ativo no ensino, isto a nível nacional e internacional . Todos os anos, vários bolseiros científicos e estagiários têm a oportunidade de trabalhar connosco e desenvolver as suas competências e conhecimentos. Um Centro de Pesquisa de Fase 1 está vinculado ao hospital, a pesquisa é realizada e as publicações são produzidas em várias disciplinas médicas com o apoio de enfermeiros do estudo.
  • O hospital também é a sede do Instituto de Cirurgia Robótica OLV (ORSI), dedicado a fornecer treinamento, educação, gerenciamento de dados, experiência e Pesquisa e Desenvolvimento exclusivos neste campo para todos aqueles que estão envolvidos em Cirurgia Robótica em todo o mundo.

- Membro da Faculdade de Cardiologia de Portugal

- Especialista em Cardiologia

 

EDUCAÇÃO

Julho de 1988 a outubro de 1992

Graduação em Medicina no Porto

 

COMPETÊNCIAS PESSOAIS

ORGANIZAÇÃO:

- Diretor da Unidade de Thorax e Circulação do Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia desde 2018

- Chefe do Laboratório de Ecocardiografia do Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia desde 2001.

- Consultor de Cardiologia na Unidade De Saúde Local do Nordeste – Hospital de Bragança desde 1998

- Implementação de novas técnicas como ecocardiografia transesofágica, ecocardiografia intraoperatória, monitoramento da ecocardiografia na intervenção estrutural de doenças cardíacas e ecocardiografia de contraste;

- Promoveu e coordenou diversos projetos de Telemedicina na Ecocardiografia, incluindo um projeto com a cidade de Maputo - Moçambique, até hoje constituindo o mais longo programa de telemedicina transcontinental.

- Este Laboratório é atualmente um setor de referência nacional para treinamento em técnicas de Ecocardiografia e ultrassom, recebendo em média mais de 12 estagiários por ano.

- Coordenador do Programa de Acreditação do Departamento de Cardiologia incluído na Estratégia Nacional de Qualidade em Saúde iniciada em maio de 2017.

 - Coordenador da Consulta de Cardio-Oncologia.

- Membro do Time do Coração sobre Doenças Cardíacas Estruturais no Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia desde 2007.

- Participação em programas de pesquisa de imagem cardíaca, particularmente ecocardiografia transesofágica e ecocardiografia intracardiaca na intervenção em doenças cardíacas estruturais;  pesquisador em projeto de ecocardiografia tridimensional de ecocardiografia intracardiaca, um projeto pioneiro em todo o mundo.

 

Outras competências

ATIVIDADE DOCENTE (Atividades de Pós-Graduação) 

- Como membro do Conselho do SPC (sociedade portuguesa de cardiologia) em 2013-2015 e foi responsável pela Pós-Graduação em Cardiologia, tendo organizado diversos Cursos de Formação.

- Nesse contexto, representou o PSC ao nível do Conselho de Educação na Comissão de Educação da ESC no biénio 2013-2015.

- Membro da Comissão Organizadora de três edições do Congresso Português de Cardiologia nos anos de 2001, 2009 e 2015.

- Criador do projeto e fundador da Academia Cardiovascular da Sociedade Portuguesa de Cardiologia (http://www.spc.pt/escoladeformacao/) em 2014, tendo ocupado o cargo de Diretor Executivo até abril de 2017.

- Diretor do Curso de Formação em Medicina Cardiovascular e instrutor em diversos cursos como Ecocardiografia de Emergência e Eletrocardiografia.

- Editor do livro Treinamento e PSC 1949-2014 da Sociedade Portuguesa de Cardiologia comemorando os seus 65 anos.

- Organizadas quatro iniciativas de treinamento em Imagem Tridimensional - Gaia Workshop 3D; essas ações de treinamento constituíram uma referência nacional de treinamento em ecocardiografia 3D.

- Coordenou o Comitê Organizador das duas últimas reuniões de treinamento do Departamento de Cardiologia de Gaia: Gaiameeting 2015 e Gaiameeting 2017.

 

Apresentações e Conferências

Participou como palestrante convidado em mais de 70 Reuniões Científicas

(listar apenas os mais recentes)

1. Fechamento pfo: quais modalidades de orientação - o ICE é tão legal? Imagem para acompanhamento; Euroecho 2017; Lisboa 2017.

2. Seleção de mitraclip e orientação intraprodural com TEE; Euroecho 2017; Lisboa 2017.

3. Terapêutica de ressincronização cardíaca: a imagem ainda pode Reunião ajudar de Centros de Pacing; Covilhã, maio 2017.

4. Importância da imagem em intervenção cardiovascular: Mitraclip; Congresso Português de Cardiologia 2017; Vilamoura, abril de 2017.

5. Regurgitação Mitral Isquémica – elementos que predizem a reparabilidade; Congresso Português de Cardiologia 2017; Vilamoura, abril de 2017.

6. Imagem tridimensional na válvula mitral; Gaiameeting 2017; Alfandega, Porto, abril 2017.

7. Regurgitação mitral e tratamento percutâneo – seleção de doentes; Reunião APIC Day@catlab; Vila Nova de Gaia Março 2017.

8. Válvula mitral e tratamento percutâneo: monitorização da intervenção; Reunião APIC Day@catlab; Vila Nova de Gaia Março 2017.

9. Tratamento percutâneo da Regurgitação Mitral: Ensaio REMODELE-HF2. VII Congresso novas fronteiras em Cardiologia; Lisboa, Fevereiro 2017.

10. Imagem estrutural para cardiologistas de intervenção: ETE 3D e válvula tricúspide; Reunião APIC, Coimbra, janeiro 2017.

Participou como moderador em mais de 50 sessões científicas.

 

Investigação científica

- Participa como pesquisador num projeto de Pesquisa e Desenvolvimento em Imagens Médicas Cardíacas desenvolvido entre o Serviço de Cardiologia do Centro Hospitalar de Gaia e o Siemens Healthineers (2016 - 2017); este projeto envolve a implementação e aplicação clínica da Ecocardiografia Intracardiaca Tridimensional (cateter P6).

- Coautor do projeto de pesquisa na aplicação dos meios informatizados na imagem em Cardiologia; um projeto de cooperação entre o Serviço de Cardiologia do Centro Hospitalar de Gaia e a Universidade de Aveiro-IEETA (1996-2009), que foi a base de diversos programas de Telemedicina e diversas Publicações Científicas.

- Participação ativa como co-investigador em diversos ensaios científicos com medicamentos e dispositivos médicos:

- KATUA - Teste de Ketanserin-Aspirina em Angina Instável e Infarto do Miocárdio de Onda Não Q;

- ESTUDO ISIS-4 (multicêntrico internacional, fase III, infarto agudo do miocárdio);

- ESTUDO LOMANGOR (multicêntrico, Isradipina em Cardiopatia Isquémica);

- ESTUDO EMIP-FR (Infarto Europeu do Miocárdio - Radicais Livres) (Trimetazidina fase III europeia no miocárdio agudo);

- ESTUDO CP-FEH-Plendil (Fase III, Felodipine vs Nifedipine);

- ESTUDO COBALTO (internacional; fase III; rTPA - duplo bolus versus "esquema acelerado"); ESTUDO DE PERSEGUIÇÃO (Fase Internacional III; Eficácia e segurança da integrilina em ondas instáveis de Angina ou Infarto Sem Q;

- ESTUDO SCOPE (fase III internacional, Candesartan sobre as habilidades cognitivas e qualidade de vida do paciente idoso com hipertensão).

- ESTUDO DE REMODELAÇÃO (multicêntrico, Mitraclip);

- P6 STUDY (estudo de segurança cateter intracardiaco imagem tridimensional);

- ESTUDO SCOUT II (internacional; obter dispositivo de teste de marca CE).

- MAIS-CRT MPP - Estudo da Fase II (internacional)

 

Publicações

Autor e coautor em 106 publicações em texto completo

(Também disponível em: https://www.researchgate.net/profile/Jose_Ribeiro3) 

Os mais recentes:

1: Ribeiro J, Fontes-Carvalho R. Ecocardiografia: Uma Janela para Reparação da Válvula Mitral. Cardiologia. 2020;145(2):121-124. doi: 10.1159/000505089. Epub 2020 Jan 6. PubMed PMID: 31905357.

2: Ribeiro J. Não-compensação ventricular esquerda e doença de Fabry: Uma associação improvável. Rev Port Cardiol. 2019 Out;38(10):717-719. doi: 10.1016/j.repc.2019.12.001. Epub 2019 Dez 28. Inglês, português. PubMed PMID: 31892454. 

3: Vilela EM, Ladeiras Lopes R, Torres S, João A, Ribeiro J, Primo J, Fontes-Carvalho R, Campos L, Miranda F, Nunes JPL, Teixeira M, Braga P. Impacto Diferencial de um Programa de Reabilitação Cardíaca em Parâmetros Funcionais em Idosos versus Sobreviventes infarto do Miocárdio Não Idoso. Cardiologia. 2020;145(2):98-105. doi: 10.1159/000504875. Epub 2019 Dez 13. PubMed PMID: 31838463.

4: Manuel AM, Ribeiro J, Braga P, Fontes-Carvalho R. Quadricuspide válvula pulmonar em uma mulher de 50 anos com dispneia: espectador inocente ou jogador ativo em doença? Eur Heart J. 2019 Dez 14;40(47):3869. doi: 10.1093/eurheartj/ehz537. PubMed PMID: 31365057.

5: Moura-Ferreira S, Sampaio F, Ribeiro J, Fontes-Carvalho R. Uma série de casos raros de fissuras da válvula mitral diagnosticadas por ecocardiografia 3D e mini-revisão da literatura. Ecocardiografia. Jun;36/2019(6):1203-1207. doi: 10.1111/echo.14353. Epub 2019 Abr 26. Revisar. PubMed PMID: 31025775.

6: Ferreira C, Oliveira A, Furtado A, Rocha N, Ribeiro J A. Erupção cutânea infetante durante o tratamento com Rivaroxaban: A Clinical Case Study. Eur J Case Rep Intern Med. 2018 Mar 21;5(3):000724. doi: 10.12890/2018_000724. eCollection 2018. PUBMed PMID: 30756013; PUBMed Central PMCID: PMC6346955.

7: Pipa S, Dias C, Ribeiro J, Gregório T. Endocardite fúngica de válvulas nativas. BMJ Case Rep. 2018 Dez 17;11(1). pii: e227202. doi: 10.1136/bcr-2018-227202. PubMed PMID: 30567284.

8: Fontes-Carvalho R, Sampaio F, Teixeira M, Ruivo C, Ribeiro J, Azevedo A, Leite-Moreira A, Ribeiro VG. Análise de deformação atrial esquerda por rastreamento de manchas; ecocardiografia para prever a capacidade de exercício após o infarto do miocárdio. Rev Port Cardiol. 2018 Out;37(10):821-830. doi: 10.1016/j.repc.2017.10.018. Epub 2018 Setembro 27. Inglês, português. PubMed PMID: 30270192.

9: Sampaio F, Ribeiras R, Galrinho A, Teixeira R, João I, Trabulo M, Quelhas I, Cabral S, Ribeiro J, Mendes M, Morais J. Documento de consenso sobre ecocardiografia transtorácica em Portugal. Rev Port Cardiol. 2018 Ago;37(8):637-644. doi: 10.1016/j.repc.2018.05.009. Epub 2018 Jul 20. Inglês, português. PubMed PMID: 30032954.

10: Ruivo C, Ribeiro J, Rodrigues A, Vouga L, Gama V. Prótese Parcial Da Válvula Mitral: Fechamento Transapical Percutâneo. Arq Bras Cardiol. 2018 Mar;110(3):295-296. doi: 10.5935/abc.20180028. Português, inglês. PUBMed PMID: 29694553; PUBMed Central PMCID: PMC5898782.

11: Vilela EM, Ribeiro J, Almeida J, Fonseca M, Dias A, Primo J, Braga P, Gama V. Tratamento Percutâneo de regurgitação tricúspria: Um novo horizonte terapêutico. Ver Port Cardiol. 2018 Mar;37(3):267.e1-267.e4. doi: 10.1016/j.repc.2017.01.014. Epub 2018 Feb 4. Inglês, português. PubMed PMID: 29415818.

12: Almeida JG, Ferreira S, Caeiro D, Ribeiro J, Ribeiro VG. Implantação da válvula aórtica transcateter com sistema de proteção embólica em um paciente com esquerda. Ventricle Apical Thrombus. Arq Bras Cardiol. 2017 Nov;109(5):495-496. doi: 10.5935/abc.20170109. Inglês, português. PUBMed PMID: 29267632; PMCID Central PubMed: PMC5729788.

13: Almeida JG, Fontes-Carvalho R, Sampaio F, Ribeiro J, Bettencourt P, Flachskampf FA, Leite-Moreira A, Azevedo A. Impacto do ASE/EACVI 2016 recomendações sobre a prevalência de disfunção diastólica na população em geral. Eur Heart J Cardiovasc Imaging. 2018 Abr 1;19(4):380-386. Doi: 10.1093/ehjci/jex252. PubMed PMID: 29236978. 

14: Ribeiro J. Avaliação da função atrial esquerda por rastreamento tridimensional de manchas em cardiomiopatias: Um passo à frente? Rev Port Cardiol. 2017 Dez;36(12):915-917. doi: 10.1016/j.repc.2017.11.005. Epub 2017 Dez 6. Inglês, português. PubMed PMID: 29217112.

15: Pessoa-Amorim G, Mancio J, Vouga L, Ribeiro J, Gama V, Bettencourt N, Fontes-Carvalho R. Prejudicada Tensão Atrial Esquerda como Preditor de Fibrilação Atrial recém-inatado após substituição da válvula aórtica independentemente do tamanho atrial esquerdo. Rev Esp Cardiol (Engl Ed). Jun;71(6):466-476 2018. doi: 10.1016/j.rec.2017.10.005. Epub 2017 Nov 14. Inglês, espanhol. PubMed PMID: 29146482. 

16: Almeida JG, Ferreira SM, Fonseca P, Dias T, Guerreiro C, Barbosa A, Teixeira P, Carvalho M, Ferreira W, Ferreira ND, Braga P, Ribeiro J, Ribeiro VG. Comparação da auto-expansão e expansão de balões da morfologia das válvulas aórticas transcateter e associação com a regurgitação paravalvular: Avaliação utilizando tomografia computadorizada multidetotorial. Cateter Cardiovasc Interv. 2018 1.92(3):533-541. doi: 10.1002/ccd.27401. Epub 2017 Nov 6. PubMed PMID: 29105953.

17: Almeida JG, Ferreira SM, Fonseca P, Dias T, Guerreiro C, Barbosa AR, Teixeira P, Carvalho M, Ferreira W, Ferreira ND, Oliveira M, Gonçalves H, Braga P, Ribeiro J, Primo J, Ribeiro VG. Associação entre profundidade de implantação avaliada por tomografia computadorizada e distúrbios de condução de novo início após implantação da válvula aórtica transcateter. J Cardiovasc Comput Tomogr. 2017 Set - 11 de outubro(5):332-337. doi: 10.1016/j.jcct.2017.08.003. Epub 2017 Ago 18. PubMed PMID: 28844528.

18: Ribeiro J, Braga P, Gama V. Novo cateter, imagem grande angular, ecocardiografia 3D Intracardiac. Rev Esp Cardiol (Engl Ed). 2018 Abr;71(4):293. Doi: 10.1016/j.rec.2017.07.001. Epub 2017 Ago 1. Inglês, espanhol. PubMed PMID: 28778684.

19: Azevedo AI, Braga P, Rodrigues A, Santos L, Melica B, Ribeiro J, Sampaio F, Fontes-Carvalho R, Fonseca M, Dias A, Gama Ribeiro V. Percutânea fechamento de vazamentos periprostéticos paravalvulares: Uma alternativa viável à cirurgia? Rev Port Cardiol. 2017 Jul - Ago;36(7-8):489-494. doi: 10.1016/j.repc.2016.12.010. Epub 2017 Jun 30. Inglês, português. PubMed PMID: 28673782.

20: Azevedo AI, Santos L, Ribeiro J, Sampaio F, Dias A, Gama Ribeiro V. Formação de trombos grandes em um Plugue Cardíaco Amplatzer™. Rev Port Cardiol. 2017 Jun;36(6):477-478. doi: 10.1016/j.repc.2016.06.015. Epub 2017 Maio 30. Inglês, português. PubMed PMID: 28576591.

21: Sampaio F, Ladeiras-Lopes R, Almeida J, Fonseca P, Fontes-Carvalho R, Ribeiro J, Gama V. Cálculo automático de convergência de fluxo proximal tridimensional para determinação da área da válvula mitral em estenose mitral reumática. Ecocardiografia. 2017 Jul;34(7):1002-1009. doi: 10.1111/echo.13558. Epub 2017 Maio 18. PMed PMID: 28517046.

22: Almeida JG, Azevedo AI, Ribeiro J, Ribeiro VG. Pericardite tuberculous volumous multiloculada em um paciente com vírus da imunodeficiência humana Infeção. Eur Heart J Cardiovasc Imaging. 10.1093/ehjci/jex099, 10.1093/ehjci/jex099. PubMed PMID: 28472265.

23: Azevedo AI, Primo J, Gonçalves H, Oliveira M, Adão L, Santos E, Ribeiro J, Fonseca M, Dias AV, Vouga L, Ribeiro VG. Extração de chumbo de dispositivos de ritmo cardíaco: um relatório de uma experiência de um único centro. Cardiovasc Med. Frente 2017 Abr 13;4:18. doi: 10.3389/fcvm.2017.00018. eCollection 2017. PUBMed PMID: 28451588; PUBMed Central PMCID: PMC5390030.

24: Moura-Ferreira S, Gonçalves H, Oliveira M, Primo J, Fonseca P, Ribeiro J, Santos E, Pelicano N, Martins D, Gama V. Um jogo de tronos de dispositivos: cardíaco terapia de ressincronização versus marca-passo. A Europace. 1º de dezembro de 2017(12):2042-2046. doi: 10.1093/europace/eux081. PubMed PMID: 28430911.

 

Autor /coautor de 176 artigos científicos, publicados como resumo.

José Ribeiro, 66. Insuficiência valvular aórtica Em Nuno Cardim, Ecocardiografia transtorácica (capítulo 13) Edições Lidel 2009.

II. José Ribeiro, 77. Ecocardiografia Tridimensional. Em Nuno Cardim, Ecocardiografia - O estado da arte (capítulo 6) Edições Lidel 2013.

III. Editor de livros – Formação SPC 1949-2014, edição comemorativa dos 65 anos da Sociedade Portuguesa de Cardiologia; Lisboa 2014.

Educação do PSC 1949-2014, edição comemorativa dos 65 anos da Sociedade Portuguesa de Cardiologia; Lisboa 2014.

IV. Editor de livros – Cardiologia de Gaia: um percurso de excelência, edição comemorativa do 25º aniversário da Unidade de Cuidados Intensivos do Serviço de Cardiologia de Gaia; Gaia 2016.

Cardiologia de Gaia: uma jornada de excelência, edição comemorativa do 25º aniversário da Unidade de Terapia Intensiva do Serviço de Cardiologia de Gaia; Gaia 2016.

Afiliações

SOCIEDADES CIENTÍFICAS

Membro efetivo da Sociedade Portuguesa de Cardiologia (PSC)

Membro do Conselho Fiscal do PSC 2007-2009

Membro do Conselho do PSC 2013-2015 (Vice-Presidente)

No PSC é membro de Grupos de Estudo:

- Ecocardiografia - membro do Conselho: 2009 - 2013.

- Epidemiologia e Prevenção Cardiovascular

- Terapia Intensiva Cardíaca

- Informática - membro do Conselho 1997-2001.

Membro da Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC)

Membro da Sociedade Europeia de Cardiologia

Membro da Associação Europeia de Imagem Cardiovascular (EACVI)

Membro da Associação Europeia de Intervenção Cardiovascular Percutânea (EAPCI)


Publicado por Mara Cepeda


 

quarta-feira, 19 de outubro de 2022

Publicação de nova entrevista

 Brevemente publicaremos nova entrevista. 

O médico Dr José Ribeiro, cardiologista do Centro Hospitalar de Gaia-Espinho que, há mais de duas décadas vem ao Hospital de Bragança para consultar e realizar exames aos pacientes de Trás-os-Montes. 

Dr. José Ribeiro numa participação no programa Praça da Alegria. 


Maria Cepeda

segunda-feira, 17 de outubro de 2022

GUERRA



Gera onda de revoltas vestidas de rugas

Utopias czaristas que trazem trocos nos bolsos

Envoltas em cadáveres de torturas inauditas 

Revolta pelo menosprezo da vida humana

Retratada no choro das crianças que chamam pelo pai

Angústias  ao desbarato em bunkers onde o sol não sorri. 


Rasga o peito ensanguentado, impotente e abandonado

Ultima desejos, anseia pecados... tudo acontece... mãos cheias de cravos

Sem esperança, de olhos fechados recebe na face os estilhaços

Sedentos de sangue, enganam meninos de lágrimas caídas... 

Inocência perdida, despojos de guerra, angústia sentida nos confins da Terra

Aurora perdida, naúfragos sem vida, afogam as tristezas nos corações.


Acabar sem demora já que tempo não se pode ter. 

É uma guerra senhor, sem esperança. Apenas dor. 

Os meninos choram. Não querem ver.

Têm as mãos frias por falta de amor. 

Desmoronam-se as vidas cheias de rancor. 

Se ao menos houvesse uma flor...


Maria Cepeda