Isabel Moreira deu graças também à "plenitude de ter
dito, de ter agradecido a possibilidade da [sua] vida", ainda que esteja
"cheia de medo de seguir" sem a validação assegurada do pai.
"Querido pai, meu amor, amor da minha vida".
Foi desta forma que Isabel Moreira se dirigiu ao pai, Adriano Moreira, que,
este domingo, perdeu a vida, aos 100 anos. Numa publicação na sua página do
Facebook, a deputada do Partido Socialista (PS) abriu o coração ao pai, a quem
confessou estar "cheia de medo", mas de quem se despediu com um
"até já".
"Todas as palavras são, agora, sobras. Porque as
dissemos todas. Porque escreveste que 'a palavra tem de ser
pronunciada. Certa palavra. Dita a tempo, na ocasião apropriada. Riscos,
consequências, perdas, tudo é um preço irrisório para a plenitude de ter
dito'”, salientou a socialista, declarando-se ao pai.
E continuou: "A plenitude de ter dito do meu amor, a
plenitude do nosso olhar inteiro, um no outro, a força da vida, a força de vida
tua, a furiosa luta que há em ti para nunca deixar a mãe, para nunca nos
perdermos, a plenitude de ter dito. Pai, meu amor, amor da minha vida,
há dez anos escrevi-te uma carta a dizer deste amor que sempre fez do dia de
hoje o dia que mais temi na vida e dez anos depois está tudo inteiro, está tudo
intacto, nunca houve, entre nós, qualquer lacuna", assegurou.
Isabel Moreira deu graças também à "plenitude de ter
dito, de ter agradecido a possibilidade da [sua] vida", ainda que esteja "cheia
de medo de seguir" sem a validação assegurada do pai.
"Mas prometi o que sabes que prometi e que seja
sempre véspera. A plenitude de ter dito, a plenitude de ter sentido, de
tudo em nós fazer sentido, pai, meu amor, amor da minha vida, obrigada. Estou
cheia de medo, pai, cheia de medo, mas prometi o que sabes que prometi. Até já,
meu amor diário, amor da minha vida", rematou.
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