segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Silenciosas ruínas (Editorial do Jornal Nordeste)



As terras de Trás-os-Montes integram a raiz de Portugal, que já conta quase nove séculos. Trata-se de terras com história, que enquadraram a construção do país, mas cedo foram conduzidas ao abandono, em nome de confortáveis maresias, permitindo o avanço insidioso do manto mortífero das ruínas.
Este tipo de reflexão soa sempre a lamento que incomoda e provoca reacções “politicamente correctas”, na procura de tranquilizar consciências que se atarefam em garantir que tudo o que nos acontece resulta da nossa falta de iniciativa, da nossa inacção e da nossa demissão.
Na verdade, não são essas as razões. De facto, há mais de setecentos anos, a generalidade das vilas que ainda hoje têm alguma importância no nosso distrito, já eram centros de reconhecido peso. Por isso, os monarcas de então lhes concederam forais, de que muito nos continuamos a orgulhar. O grande Dinis, poeta mas também lavrador, foi, aliás, pródigo em atribuições dessas autênticas cartas de consagração da autonomia e do reconhecimento da importância económica regional.
Depois, a atracção dos mares e dos novos mundos escoou-nos, pelos vistos sem remissão. Mesmo quando houve nesgas de horizonte no tempo em que o empreendedorismo judeu aqui se instalou ou quando o marquês, dito de ferro, ainda tomou medidas que alimentaram esperanças, com seda, vinho e tudo...
De então para cá foram séculos de penas e lágrimas, brasis e áfricas de sonhos e desilusões, franças e araganças de repique a finados, velórios descuidados em Belém e São Bento, lá para Lisboa.
Basta olhar à nossa volta e apurarmos os sentidos para percebermos que a nossa via dolorosa não parece ter fim. As actividades económicas arfam, a demografia desvanece-se, os eucaliptos espreitam, para ressequir tudo.
Não é pois, de estranhar que 2016 adentro continue a haver manchas do nosso território onde não chegou e, provavelmente, não chegará essa coisa, já vulgar, que é a possibilidade de comunicar por telefone móvel e ter acesso à internet.
Desde da década de noventa do século passado que o país se foi cobrindo com essa “maravilha”, com excepção, é claro, desta nossa terra. Isto apesar de posições de responsáveis locais, como, há uns anos Edgar Gata, então presidente de Freixo de Espada à Cinta.
Agora, Duarte Moreno, de Macedo de Cavaleiros, lá terá conseguido um protocolo com a Vodafone. Mas, muito do território de Vinhais, de Mogadouro, de Miranda e de outros concelhos, continua desguarnecido, com reflexos no agravar de desigualdades no que respeita à segurança, à assistência na doença ou simplesmente no acesso ao mundo.
Claro que se ouvirá sempre a velha história de que o rendimento não justifica o investimento, argumento que serve para que o poder central lave as mãos do problema, tentando iludir a clara discriminação de cidadãos que têm os mesmos direitos que todos os outros, nomeadamente os que habitam os condomínios de luxo do Parque das Nações, na Quinta da Marinha ou nos vários algarves.
É uma questão de justiça e de equidade, num país onde muitos enchem a boca de direitos, mas esquecem as obrigações e responsabilidades que a política séria impõe.

Por: Teófilo Vaz

P. S.: Teófilo Vaz é o diretor deste jornal. Tivemos o prazer de o entrevistar e aqui publicámos a entrevista. 

domingo, 28 de fevereiro de 2016

Quase Primavera


Os junquilhos, amarelos, radiosos, fingem sol.
Quase apetece com eles dançar a alegria,
a magia do céu azul,
do sol morno que aquece a alma...
das travessuras do vento que insiste em ficar...
 

Não importa o frio que não quer ir
nem a neve que não quer cair.
Eles querem é florir
sem timidez ou melancolia
porque a beleza está no simplesmente ser.

Maria Cepeda

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Amendoeiras em Flor arrancam no sábado na vila de Mogadouro



No próximo sábado arranca na vila de Mogadouro mais uma Feira Franca de Produtos da Terra. O certame insere-se na programação anual do início da primavera, tendo como pano de fundo as amendoeiras em flor.

Mogadouro abre as portas à primavera com um dos mais bonitos espetáculos da natureza: o florir das amendoeiras. Durante os meses de fevereiro e março as amendoeiras em flor adornam de forma colorida e marcante a região do Douro. Por Mogadouro, há muito que este espectáculo da Natureza se comemora com uma Feira Franca de Produtos da Terra.
Em 2016, o certame chega à vigésima sétima edição, mas o sucesso já fez deste evento muito mais do que uma feira. O programa das Amendoeiras em Flor dá grande realce à dinamização e preservação das tradições através de diversas atividades culturais e etnográficas.
O programa arranca a 27 de fevereiro e acontece todos os fins de semana, até 20 de março. Além da feira de produtos da terra há animação de rua com os gaiteiros do concelho, concertos de música, BTT, Passeio Motard, Passeio de Carros Antigos, Encontro de Dança e Música Tradicional Transmontana e até teatro com a Peça “Não há Pai!”, de Tozé Martinho, entre muitas outras actividades.


 

IPB renova ementas para as tornar mais saudáveis e multiculturais



O Instituto Politécnico de Bragança (IPB) está a remodelar as suas ementas para as tornar mais apelativas, saudáveis e de acordo com a multiculturalidade existente na instituição de ensino, uma vez que é frequentada por algumas centenas de alunos estrangeiros.

Atualmente na cantina são disponibilizados diariamente quatro pratos, nomeadamente a sugestão do chefe, a alternativa (carne ou peixe), a dieta mediterrânica e o prato vegetariano. "Este último tem muita aceitação e está a ser bem recebido", explicou Elisabete Madeira, administradora dos Serviços de Acção Social. As mudanças foram aplicáveis a todos os espaços da cantina central em Bragança, onde está a ser implementado o projeto-piloto, após a realização de um inquérito por parte de professores da área do nutricionismo antes do Natal, "onde as respostas davam conta da vontade que existissem pratos mais saudáveis, pelo que com estas alterações vamos de encontro à vontade dos estudantes". Os preços variam das refeições variam entre os 2,30 e os 2,85 euros.
Elisabete Madeira referiu ainda que na página online existe a possibilidade de fazer sugestões, reclamações e elogios. "Até agora ninguém apresentou reclamações", disse.

Escrito por Glória Lopes
Retirado de www.mdb.pt

Rótulo pouco claro abre porta a mel chinês



Dificuldades de vendas já se fazem sentir e entrada em força do mel chinês já obrigou à descida do preço
A entrada de mel chinês na Europa e a rotulagem pouco esclarecedora estão a preocupar os apicultores transmontanos.
Desde 2014, uma directiva europeia estabeleceu que a rotulagem passaria a incluir apenas se o produto é proveniente da União Europeia (UE) ou de fora da UE, ou se é resultado de uma mistura entre mel entre UE e não UE.
De acordo com o presidente da Cooperativa de Produtores de Mel da Terra Quente e Frutos Secos, Domingos Carneiro, a rotulagem não é “nada clara” e esta situação “afecta a comercialização ao nível do país”.
“Tem que se tornar claro na rotulagem que o mel é português ou espanhol ou de um outro país que não da comunidade europeia, mas que seja claro na rotulagem se é da China ou da Austrália, para que as pessoas não sejam enganadas para que não comprem gato por lebre”, sustenta Domingos Carneiro.

Escrito por Olga Telo Cordeiro

552 anos de Bragança Cidade


Bragança é, aos 552 anos, mais orgulhosa, mais dinâmica, mais inclusiva, mais unida, mais Bragança. 
A 20 de fevereiro, Bragança celebrou 552 anos como Cidade, tendo o Município preparado um programa especial e dinâmico, que envolveu 17 grupos de música e dança de Bragança, num total de 450 cidadãos de várias idades, assim como toda a comunidade.
O dia começou cedo, com uma alvorada pela Fanfarra dos Bombeiros Voluntários de Bragança, que percorreu as principais ruas do centro histórico. Um pouco por toda a Cidade, ouviu-se música de vários géneros, pelas três tunas académicas do Instituto Politécnico de Bragança (RTUB, RaussTuna e Tôna Tuna), pela Tuna do Agrupamento de Escolas Miguel Torga, pela Escola de Gaiteiros e Tocadores da Lombada e pelo grupo de música popular “Terra Firme”.
O Município de Bragança, querendo envolver e levar as comemorações a todos, organizou momentos musicais na Unidade Hospitalar de Bragança, a cargo dos Jamfor4 e do Quarteto de Flautas do Conservatório de Música e Dança de Bragança.
Ao longo de todo o dia, a torre multiatividades do Exército, no Jardim António José de Almeida, e o balão de ar quente, em plena Praça Camões, por onde passaram cerca de 700 pessoas, foram alguns dos locais mais procurados pelos cidadãos.
Da parte da tarde, o hastear das bandeiras, no exterior do Teatro Municipal de Bragança, decorreu ao som das vozes do Coral Brigantino, que entoaram os hinos nacional e a Bragança, este último criado pela Orquestra Fervença.  
Seguiu-se, depois, uma breve sessão solene, na Sala de Atos do Município de Bragança, em que usaram da palavra o Presidente da Câmara Municipal de Bragança, Hernâni Dias, e o Primeiro Secretário da Mesa da Assembleia Municipal, João Rodrigues.
As celebrações “passaram” depois para a Praça da Sé, onde mais de 1.000 pessoas assistiram ao espetáculo “Viver Bragança, 552 anos de cidade”, que contou com as atuações do coro 100 vozes do Conservatório de Música e Dança de Bragança, do grupo de Dança do Liceu 3XL, do Articulado de Dança do Agrupamento de Escolas Miguel Torga, da Escola de Dança Pé de Dança e do Grupo de Dança do Clube Académico de Bragança, e onde todos os presentes cantaram os parabéns a Bragança ao som das Bandas de Música de Bragança - Bribanda e de Izeda.
As comemorações dos 552 anos de Bragança Cidade terminaram com a degustação do bolo comemorativo, confecionado por dez pasteleiros de Bragança, que  se uniram, pela primeira vez, num trabalho conjunto.


Retirado de www.cm-braganca.pt