O
aumento significativo da população estudantil do IPB, a recente ampliação da
Faurecia, principal empregadora na região, e a falta de estabilidade no
trabalho, que desencoraja a compra de habitação própria, fez disparar a procura
de imóveis para arrendar. O mercado tenta dar resposta que, para já, fica aquém
das necessidades, com os agentes imobiliários a reclamarem novas políticas
fiscais para o sector. Enquanto isso, há brigantinos de gema e adoptivos a
desesperarem à procura de casa.
António
Guerra, agente imobiliário da “Predial Rua Nova” há mais de 20 anos, refere que
se “nota uma grande procura no mercado de arrendamento”. Os apartamentos de
tipologia T1 e T2 são os mais procurados entre os estudantes, mas para António
Guerra, “neste momento existem apartamentos razoáveis para arrendar, até porque
não se tem construído tanto e há pouca gente a investir para arrendar”,
sublinha.
Há,
contudo, a expectativa por parte dos profissionais do ramo imobiliário que esta
nova realidade “traga um novo impulso ao mercado de construção” e que surjam
novos investidores, à luz do que aconteceu no passado.
Mas mais construção, não significa mais apartamentos para arrendar. Os elevados
custos que os senhorios têm de suportar ao colocarem os seus imóveis no mercado
de arrendamento faz com que hesitem em tomar essa decisão. “A habitação é muito
cara e os encargos com as finanças e condomínio são elevados, acabando por não
compensar. Tem ainda que se pagar um seguro e quando os apartamentos são
alugados com recheio, os encargos são ainda maiores. No final do ano vê-se que
o lucro não é muito, ronda mais ou menos os 50 por cento”, constata Paula
Lucas, da empresa familiar de construção “Albino Lucas, Lda”. A arquitecta
revela que constrói para clientes “que procuram habitação própria ou, então,
para férias, no caso dos emigrantes”, acrescentando que as pessoas raramente
compram para alugar, já que os custos de apartamentos com acabamentos de boa
qualidade e certificação energética faz com que as pessoas hesitem em
entregá-los a qualquer pessoa”.
Cristina Lucas, administrativa na empresa, revela que, em 2013, a empresa
começou a construir prédios, junto à rotunda do Caçador, no Bairro do Campelo,
estando, nesta altura “a construir o quarto prédio” e esperando-se que, até
2017, estejam concluídos seis prédios, no total.