sábado, 5 de novembro de 2016

IPB está a ajudar a criar primeiro politécnico de Timor



Representantes do politécnico e do governo timorense estiveram em Bragança para discutir a formação da nova instituição


O Instituto Politécnico de Bragança (IPB) está a apadrinhar a criação do primeiro politécnico de Timor-Leste. A instituição de ensino superior transmontana vai ajudar a desenvolver as vertentes científicas das ofertas formativas da escola superior que deverá começar a funcionar já em Janeiro do próximo ano.
O IPB recebeu na semana passada uma delegação de Timor, composta por representantes do ministério da Educação, da embaixada de Portugal em Timor e da futura da instituição timorense, que também se designará IPB, ou seja, Instituto Politécnico de Betano.
O presidente do Politécnico de Bragança, Sobrinho Teixeira, espera que esta colaboração seja proveitosa para as duas instituições, perspectivando “uma troca de experiências entre ambas as instituições”.
“Iremos receber aqui professores e funcionários, que vão ver uma instituição que iniciou o seu percurso há mais de 30 anos e, portanto, já tem alguma experiência. Naturalmente, também haverá deslocação do nosso corpo docente e de funcionários para Timor mas, sobretudo, haverá um enriquecimento conjunto. Há um ganho muito grande para o politécnico de Bragança, através dessa partilha de experiências, de poder ter novos horizontes e fazer novas investigações…”, frisou o responsável.
O IPB colaborou já anteriormente na criação de instituições similares em Angola, Moçambique e São Tomé e Príncipe. A instituição tem o único mestrado em agricultura tropical em Portugal, o que pode ter aplicações em Timor.
As aulas serão leccionadas maioritariamente em português e os primeiros dois cursos técnicos superiores serão em engenharia civil e em produção animal e vão receber cerca de 270 alunos.
Acácio Cardoso Amaral, o presidente da comissão instaladora do Instituto Politécnico de Betano, refere que estas são áreas importantes no desenvolvimento do país, visto que o governo tem projectos importantes de construções e que o país é muito dependente do mercado externo em matéria de carne. “O governo quer criar uma nova universidade pública técnica para poder receber mais jovens que terminem o ensino secundário e especialmente para os preparar para terem competências técnicas para que quando se formarem possam contribuir para o desenvolvimento do nosso país”, sublinhou.
Este ano, em Timor cerca de 18 mil alunos completam o ensino secundário e a Universidade da Nacional de Timor Lorosae só tem capacidade para acolher  4 mil. Os restantes jovens que quiserem prosseguir estudos superiores têm de frequentar escolas privadas ou deixar o país, e só na Indonésia estudam 8 mil timorenses.
No segundo ano de funcionamento, o  Instituto Politécnico de Betano prevê abrir mais seis cursos, contribuindo assim par travar a saída de tantos jovens do país.

Escrito pela jornalista: Olga Telo Cordeiro

Sem comentários:

Enviar um comentário