segunda-feira, 31 de março de 2014

Grupo "Lacre" atua no Coliseu no próximo sábado

O grupo musical "Lacre" atua, sábado, no Coliseu Micaelense.
 
É um concerto íntimo,que surge no  âmbito das comemorações  do 468º aniversário da cidade de Ponta Delgada.

Os “Lacre” irão apresentar o seu primeiro álbum intitulado “Opus 0”. Um trabalho original que tem merecido boas críticas, sendo muitos os que comparam os “Lacre” aos “Madredeus”.

O grupo musical “Lacre” nasceu da cumplicidade de Miguel Fernandes (guitarra clássica e composição) e Yazalde Afonso (guitarra clássica e composição), amigos de infância e companheiros de outros projectos musicais, com a excelência musical dos irmãos Rómulo (violoncelo) e Igor Ferreira(violino), e a límpida e potente voz da jovem micaelense Carolina Vieira.

Provenientes de Bragança, Mirandela e dos Açores juntaram diferentes vivências resultando num trabalho cheio de inspiração. Com influências distintas e variadas, fazem um som intimista (plenamente acústico) que toca na alma, tanto na parte musical como no poema das letras. 

Com o género “Canção” de sabor erudito e levemente temperado com a tristeza e a melancolia do fado, transportam todas as almas para um estado mais elevado.Os ingressos para o concerto dos “Lacre” já estão à venda na bilheteira do Coliseu Micaelense, sendo o valor unitário 5 euros.
 
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Museu Abade Baçal celebra dia mundial do teatro

O Museu Abade Baçal (MAB), em Bragança, festejou o dia Mundial do Teatro, este sábado, com a estreia do novo grupo teatral mirandelense “PORTUGA E POR NADA”.
A peça que representaram já não é nova mas foi adaptada ao grupo.
“Quem não trabuca não manduca: um dia no olival” retracta a tradicional apanha da azeitona.
A representante do Museu Abade Baçal, Ana Brilhante, considera a peça se insere na missão do Museu que é a preservação de memórias.
Este novo grupo, composto por 12 elementos de várias idades, não vai cingir-se só ao teatro mas sim às mais diversas actividades culturais e está aberto a quem quiser participar.
O Museu Abade Baçal a receber a estreia do novo grupo teatral mirandelense “PORTUGA E POR NADA” com a representação da peça “Quem não trabuca não manduca: um dia no olival”.
 
Escrito por Brigantia
Retirado de www.brigantia.pt  

ACISB tem nova direcção

A Associação Comercial, Industrial e Serviços de Bragança (ACISB) tem nova direcção.
O empresário Vítor Manuel Carvalho, da Protecção 24 - Sistemas de Segurança, encabeçou a única lista a sufrágio.
Obteve 40 votos das 42 empresas que votaram, tendo duas delas votado em branco.
A aposta do novo presidente é a dinamização do centro da cidade.
A nova direcção herda um processo em tribunal ao qual o Tribunal Administrativo e Fiscal de Mirandela já deu razão à ACISB, só que a direcção de Finanças recorreu da decisão. Em causa está o pagamento de 120 mil euros que é reclamado pelo fisco relativamente ao IVA das obras da sede da Associação. O novo presidente acredita que a ACISB ressarcida desse dinheiro.
Angariar novos associados e reactivar a feira do livro bem como lutar pela deslocalização de serviços para o centro de Bragança são alguns dos objectivos desta nova direcção liderada por Vítor Manuel Carvalho.
 
Escrito por Brigantia
Retirado de www.brigantia.pt

Autarquia de Alfândega da Fé propõe viagem pelos lugares com memória

A Câmara Municipal de Alfândega da Fé associa-se às comemorações nacionais do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios com a organização de uma visita guiada pelos Lugares da Memória de Alfândega da Fé. 
Percurso pelos lugares com memória de Alfândega da Fé

O município desafia os participantes para uma viagem que vai dar a conhecer histórias e curiosidades associadas a sítios e monumentos da sede do concelho. Para tal vai ter lugar, no dia 16 de abril, uma visita guiada, conduzida pelo historiador, Paulo Costa.

Pretende-se através deste percurso histórico dar uma outra perspectiva sobre o património existente. O ponto de partida é a Casa da Cultura Mestre José Rodrigues, por volta das 10.00h, segue-se uma incursão pelos lugares da memória de Alfândega Fé. Pretende-se através deste percurso histórico dar uma outra perspectiva sobre o património existente.

Um olhar de um historiador, que vai revelar aspectos desconhecidos e mostrar a importância e significado de sítios que a proximidade, muitas das vezes, ensinou a desvalorizar.

Esta foi a forma encontrada pela autarquia para despertar a atenção do público em geral, mas também dos colaboradores municipais para o património em todas as suas vertentes.

Com esta ação pretende-se promover a identificação com o território e as suas marcas distintivas, procurando-se fazer de cada alfandeguense uma espécie de zelador do património, fornecendo-lhe instrumentos para que se tornem em promotores ativos do património concelhio.

Daí que esta iniciativa possa também ser entendida como uma ação de formação, que pretende a participação direta dos trabalhadores do município. Este envolvimento é tido como fundamental para a concretização da estratégia de valorização e preservação do património concelhio traçada pelo município.

Recorde-se que o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios foi criado pelo ICOMOS – Conselho Internacional dos Monumentos e Sítios - a 18 de abril de 1982 e aprovado pela UNESCO em 1983.

Esta comemoração tem como objetivo valorizar o património português e sensibilizar o público para a sua diversidade e vulnerabilidade. Em Portugal as comemorações deste ano acontecem de 12 a 20 de abril sob o tema “Lugares de Memória”.

Retirado de www.noticiasdonordeste.com

Museu do Abade de Baçal promove iniciativa 'Arte e Artesania'

O Museu do Abade de Baçal está a promover workshops de Arte e Artesania no seu espaço ao longo do ano. Esta atividade procura (re)vitalizar saberes tradicionais reconhecendo o seu valor histórico-cultural e recreativo.

No Museu Abade de Baçal - Bragança
A primeira sessão destes workshops aconteceu no mês de Março sob a temática das máscaras de madeira, orientada pelo artesão Amável Antão, revelando-se um sucesso.

A cestaria é a arte apresentada no mês de Abril. A artesã Hulema Pires, natural de Cidões, marcará presença dia 11 e 12 de Abril no Museu do Abade de Baçal para ensinar e demonstrar este saber já quase esquecido.

A aldeia de Cidões, concelho de vinhais, é reconhecida pelo seu trabalho contínuo nesta arte e desde muito nova que a artesã convidada trabalha a cestaria. Procura igualmente marcar presença em feiras de artesanato e certames nacionais. Atualmente reside em Bragança.

A participação terá um custo de 1€ por pessoa e destina-se ao público geral.

Não deixa de ser uma oportunidade para que a cidade se reveja e se apreenda do valor histórico e cultural que possui. Aos seus e aos outros.

A cestaria é a arte apresentada no mês de Abril Tratando-se de um evento de cariz cultural esta é também uma boa ocasião para revisitar o Museu do Abade de Baçal e conhecer a sua programação cultural no mês em que se celebram os 149 anos do nascimento do Abade de Baçal.

Retirado de www.noticiasdonordeste.com

Torre de Moncorvo: Exploração de minério de ferro no Carvalhal no final de 2016, prevê concessionária

A empresa concessionária das minas de ferro de Torre de Moncorvo, no Nordeste Transmontano, perspetivou hoje que a exploração mineira comece no final de 2016.


"Estamos a fazer todos os esforços para que, no final de 2016, a exploração de minérios de ferro seja uma realidade no concelho de Torre de Moncorvo, antecipando em um ano o prazo dado pelo Governo para a conclusão da conceção experimental do projeto", disse o representante da MTI - Ferro de Moncorvo, Carlos Guerra.
A empresa concessionária acrescentou que o processo será executado de forma gradual nos próximos cincos anos. E quando se atingir "a velocidade de cruzeiro" poderão cria-se 500 postos de trabalho diretos.
A MTI - Ferro de Moncorvo já havia revelado que os trabalhos de prospeção em curso na serra do Reboredo, na zona do Carvalhal, Torre de Moncorvo, têm mostrado "resultados promissores" pela qualidade das amostras de minério de ferro já recolhidas.
A empresa já disse que irá investir cerca de 600 milhões de euros ao longo do período de concessão, que tem uma duração de 60 anos.
Espera que " uma decisão favorável sobre o Estudo de Impacto Ambiental (EIA)”, que será entregue à tutela no próximo mês de abril, tendo as entidades competentes cerca de 100 dias para se pronunciarem sobre o estudo já efetuado.
Segundo a empresa mineira, o projeto de Torre de Moncorvo incide sobre "o maior depósito" de minério de ferro não explorado na Europa Ocidental.

Retirado de www.rba.pt

ASMAB acredita que casa abrigo vai sair do papel

A Associação de Socorros Mútuos dos Artistas de Bragança (ASMAB) acredita que finalmente o projecto da casa abrigo para vítimas de violência doméstica vai sair do papel por ter sido eleito, pelo director da Segurança Social, como prioritário para Bragança.
O presidente da ASMAB Alcídio Castanheira está confiante que o governo vai incluir este projecto no Programa de Investimento e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central (PIDDAC).
Declarações à margem do 144º aniversário da Instituição que se depara com cada vez mais pedidos de ajuda de vítimas na cidade de Bragança.
Além da violência doméstica, os pedidos de ajuda alimentar também têm aumentado nos últimos tempos.
Em dia de aniversário a ASMAB a deixar algumas preocupações com a área social da cidade de Bragança.
 
Escrito por Brigantia
Retirado de www.brigantia.pt

domingo, 30 de março de 2014

Imaginação

e jogos fazia de tanto sonhar
que nada vivia senão de imaginar

se chovia, chuva não era, claro que não
eram apenas as lágrimas de um dia cão

se muito esfriava, ao tempo não se devia
era apenas um gigante que, doente, gemia

se calor abrasava a face e a mão
só se devia, a um ténue vulcão

e tudo existia na sua mente desperta
de rapaz rufia com dois dedos de testa

Mara Cepeda

Bragança: Acidente entre dois veículos junto à fronteira de Quintanilha, faz três mortos

Três mortos e um ferido grave são o resultado de uma colisão entre um veículo ligeiro e um pesado numa estrada espanhola junto à fronteira de Quintanilha, no concelho de Bragança, afirmou fonte da Proteção Civil de Bragança.

Segundo a mesma fonte, o acidente envolveu duas viaturas portuguesas, um veículo ligeiro e um pesado, que colidiram.
Outra fonte dos bombeiros indicou tratar-se da Estrada Europeia 88 e referiu que um dos mortos tem 45 anos e que o ferido grave tem 16.
O alerta foi dado por volta das 17:39 e o socorro foi feito tanto por meios portugueses como espanhóis.
A fonte do Centro de Operações Distritais de Socorro (CDOS) de Bragança adiantou à Lusa que as três vítimas mortais seguiam no veículo ligeiro.
O ferido grave, que seguia igualmente no veículo ligeiro, seguiu para um hospital em Espanha.
A mesma fonte explicou que quando as autoridades chegaram ao local encontraram duas pessoas encarceradas no veículo ligeiro, tendo depois confirmado que já estavam mortas.
Procederam de seguida à retirada de uma terceira vítima, que veio igualmente a falecer no local.
No local estiveram quatro veículos do corpo de bombeiros de Bragança, uma viatura médica de emergência e reanimação (VMER), três ambulâncias e um veículo de desencarceramento espanhóis, juntamente com 12 elementos portugueses.

Retirado de www.rba.pt

Providência cautelar para impedir encerramento do Laboratório de Mirandela

laboratorio_alfandega.jpg
Deu entrada hoje (28-03-2014) no Tribunal uma providência cautelar para impedir o encerramento do Laboratório de Apoio à Agro-Pecuária de Mirandela.
Um grupo de cidadãos uniu-se para travar o encerramento de mais um serviço na região.Uma das mentoras desta providência cautelar, sob a forma de acção popular, é Júlia Rodrigues, que apesar de ser a líder do PS em Mirandela diz que subscreveu esta acção enquanto profissional do sector. A médica veterinária diz mesmo que é um crime encerrar o Laboratório de Mirandela.“Houve uma série de profissionais do sector, de produtores pecuários, que acharam que era injusta esta decisão e que feria gravemente os interesses, quer dos produtores, quer até da própria região. É realmente uma grande injustiça, diria mesmo que é um crime este encerramento”, realça Júlia Rodrigues.Os representantes dos produtores também estão contra este encerramento. O responsável da Organização de Produtores Pecuários de Miranda e Vimioso garante que as organizações de produtores não foram ouvidas neste processo. Luís Fernandes não tem dúvidas que a transferência das análises de sanidade animal para a zona do Porto vai aumentar os custos suportados pelos produtores.“Isto tem custos, os criadores já estão sobrecarregados e será impensável suportar mais estes custos”, salienta Luís Fernandes.Prevê-se que o Laboratório feche as portas na próxima terça-feira. Luís Fernandes diz que as organizações de produtores ainda não receberam nenhuma comunicação oficial sobre este encerramento e garante que a última informação que receberam é que o sangue dos animais continuará a ser entregue em Mirandela.“A informação que temos foi através de uma visita que houve ao laboratório por parte da união dos ADS, que foi garantido por parte da Direcção de Veterinária da Região Norte que a recepção das amostras seria garantida. É a última informação que a gente tem. Se isso não for não há grande viabilidade para entregar as amostras no Varão”, frisa o responsável.
Entretanto a Comunidade Intermunicipal de Trás-os-Montes enviou uma carta ao Primeiro-Ministro a solicitar o seu empenhamento no sentido de ser revista a decisão do Ministério da Agricultura de encerrar este serviço.
Escrito por Brigantia
Retirado de www.brigantia.pt

sexta-feira, 28 de março de 2014

Movimento Cívico pela Linha do Tua organizou a primeira acção tendo em vista a recuperação da Linha do Tua

40 milhões para o regresso do comboio
fotoTrazer novamente o comboio até Bragança é o objectivo do Movimento Cívico pela Linha do Tua.
No passado sábado foi organizada a primeira acção de limpeza de canais e estações na zona de Mirandela, que juntou perto de 30 voluntários.
O representante do Movimento, Daniel Conde, garante que este foi o primeiro passo para pressionar as entidades regionais e nacionais para a importância da reabertura da linha.“Seguir o exemplo de algumas vias férreas, por exemplo no Reino Unido, que foram reabertas após 50 anos de abandono, precisamente após estas acções cívicas. A própria comunidade local começou a juntar-se a limpar o canal e as estações, fizeram-se acordos entre as autarquias e o poder central, foram reabertas e estão a servir a população. E é isso que nós pretendemos aqui”, realça o representante do Movimento.
Daniel Conde fez contas e diz que por apenas seis milhões de euros é possível ter o comboio de volta a Bragança.
“Custaria à volta de 40 milhões de euros, com acesso a dinheiros do QREN a 85 por cento sobraria ao Estado, às autarquias ou a privados, seis milhões de euros apenas para termos o comboio de volta até Bragança”, salienta.
Entre quem participou nesta acção há quem acredite que é possível reactivar a linha, mas também há quem duvide que o comboio volte a apitar nas estações. É o caso do presidente da Junta de Freguesia de Carvalhais. “Não acredito, mas gostaria de o voltar a ver funcionar, mas da maneira que está a linha não acredito”, afirma António Jacob.
O Movimento Cívico pela Linha do Tua promete realizar mais acções deste género e garante que vai apresentar uma proposta de reactivação da Linha às autarquias e também à REFER.

T.B.
Retirado de www.jornalnordeste.com

Escola Secundária de Mirandela vai ter obras

A Escola Secundária de Mirandela vai ter obras de requalificação. A garantia foi deixada pelo Ministro da Educação, ontem, durante uma visita a vários estabelecimentos de ensino da cidade. A solução vai passar por uma parceria entre o Município e o Ministério da Educação. No entanto, Nuno Crato diz ser impensável retomar o projecto inicial que envolvia uma verba de 13 milhões de euros, considerando mais viável uma requalificação adequada à dimensão da escola. O titular da pasta da Educação não avança qualquer montante nem calendarização para essa possível intervenção. No entanto, após uma reunião com os vários representantes da comunidade escolar, o presidente da associação de estudantes, João Pilão, revelou alguns números. Três a quatro milhões de euros é a verba que pode ser disponibilizada para esta intervenção, mas Nuno Crato não se comprometeu com datas para a obra avançar. Para já, a Câmara vai trabalhar no projecto e deverá apresentá-lo até ao final do ano. 

Escrito por Terra Quente (CIR)
Retirado de www.brigantia.pt

Lar de Infância e Juventude de Sendim pode encerrar

O Lar de Infância e Juventude da Casa da Criança Mirandesa, em Sendim, está em risco de encerrar. O alerta é das estruturas da Juventude Socialista de Miranda do Douro e de Mogadouro. A instituição solicitou a especialização no acolhimento de crianças até aos 12 anos, mas o pedido não foi aceite por falta de enquadramento legal. Entretanto, a Segurança Social cessou o protocolo com a Casa da Criança, na sequência da recusa de pedidos de acolhimento de jovens em risco com mais de 15 anos.O coordenador da JS de Miranda do Douro mostra-se preocupado com o desaparecimento de mais um serviço na região.Mário Vaz garante que a JS está a unir esforços no sentido de haver um entendimento entre as entidades envolvidas neste processo, no sentido de evitar o encerramento desta valência da Casa da Criança Mirandesa.
Com lotação para 18 utentes, o Lar de Infância e Juventude da Casa da Criança Mirandesa acolhe actualmente sete crianças e jovens em situação de risco.
 
Escrito por Brigantia
Retirado de www.brigantia.pt

Mais Cursos de Especialização Tecnológica no IPB

O Instituto Politécnico de Bragança deverá alargar a rede de Cursos de Especialização Tecnológica (CET). Atualmente a instituição lecciona estes cursos em Mogadouro, Mirandela, Chaves, Penafiel, Santo Tirso e Caldas das Taipas.Mas com a possibilidade de serem criados cursos superiores de dois anos lectivos a oferta poderá vir a aumentar, como adianta.A revelação foi feita, ontem, pelo vice-presidente do IPB, Luís Pais, durante o primeiro encontro de alunos que frequentam os CET’s e que vieram de todo o norte do país.Os estudantes consideram que estes cursos são uma mais-valia e um estímulo para prosseguir no ensino superior.
Neste ano lectivo o IPB tem mais de mil alunos a frequentar CET’s.
Escrito por Brigantia
Retirado de www.brigantia.pt

quinta-feira, 27 de março de 2014

EPA de Carvalhais oferece hortas a agregados familiares de alunos carenciados

A Escola Profissional de Agricultura (EPA) de Carvalhais, em Mirandela vai atribuir hortas sociais aos agregados familiares de alunos da EPA com dificuldades financeiras.
O projecto das hortas sociais não é novo, 24 famílias carenciadas do concelho já usufruem do terreno agrícola mas agora a prioridade na hora da entrega será para os agregados dos alunos da EPA de Carvalhais.
 
Neste momento, a EPA tem 28 talhões mas o objectivo é dobrar o número de hortas disponíveis. O director da Escola, Manuel Taveira avança que as famílias dos alunos que queiram uma horta nas imediações da Escola Profissional de Agricultura de Carvalhais poderão candidatar-se já no próximo ano lectivo.

Escrito por Brigantia
Retirado de www.brigantia.pt

Festival Internacional de Teatro começa hoje

Arranca hoje a décima edição do 27 – Festival Internacional de Teatro.
Durante um mês os teatros municipais de Bragança e Vila Real apresentam 18 espetáculos dirigidos a vários públicos.
 
O festival integra grandes clássicos da dramaturgia universal e textos de autores contemporâneos, levados à cena por algumas das companhias e actores mais relevantes do panorama nacional, mas há também espetáculos para o público infantil. A directora do Teatro Municipal de Bragança, Helena Genésio, revela que durante este cartaz a companhia “Teatro da Garagem” vai ser homenageada. O festival começa precisamente no dia em que se comemora o dia Mundial do Teatro. Em Bragança sobe ao palco “À Espera de Godot” pela Sociedade de Actores Ensemble. Vila Real recebe os Artistas Unidos que apresentam a peça com o título “A 20 de Novembro”.

Escrito por Brigantia
Retirado de www.brigantia.pt

POR AMOR TAMBÉM SE MORRE,por Carlos Carvalheira


Vale da Vilariça.Foto: Leonel Brito
No Estio, o vale é um braseiro.
Encurralado entre Bornes e o Reboredo, a saber a frio e a ferro, e limitado pelas alturas escorregadias e quase abruptas da Lousa até para lá de Vila Flor, o vale é um dinossauro violento, recostado em leito húmido. Vê-se-lhe a cauda lá acima, a norte, a estancar as iras da serra. E, cá em baixo, na Foz, as fauces escancaradas, muito irregulares, a vomitar escorrências e imundícies na curva do Douro. E, por toda a amplidão do vale, o dorso calmo, tranquilo, estranhamente sossegado.
Mas é uma fera, o vale. É o Éden e a Geena.
Para experimentar Abraão, criou Deus o cume da montanha; para sacrificar os homens, concedeu-lhes toda a largura do vale.
No Inverno é ameno, suave. Mas, apertado nos estreitos braços da natureza e alagado pelos ribeiros e riachos que o alimentam, rapidamente muda de aspecto. As águas, repelidas pelos contrafortes pedregosos do Monte Meão, refluem e tornam a paisagem lisa, uniforme e magestática. É a rebofa, que atormenta os homens, alaga os campos e cobre casas e plantas. Como o Nilo, no Egipto, em tempos de judeus e de faraós.
Mas, no Verão...  O vale, no Estio, é um braseiro de assar pessoas e animais. A terra úbere, estrumada com os sedimentos carreados pelas águas inverniças, gera trigos e joios em abundância. Porque, na terra que dá o pão, germina, indistintamente, a cizânia. E é preciso cuidar de um e estiolar o outro. Por isso, no Verão, o vale é um formigueiro.
Na aragem do vale tudo é temporão. O dia, as primícias, os calores. Tudo vem cedo. Até a vida... Até a morte.
 Os sem-terra, os desprivilegiados da era agrária, vêm de todas as geografias. Do Castedo e do Vilarinho, da Cabeça de Mouro, da Vide, dos Estevais, do Felgar... E da Cabeça Boa... E da Vila... E até de mais longe... Vêm homens, vêm mulheres... Vêm jovens e de meia idade... Até os velhos... Até as crianças, que trocam a escola e a vida por ajudas de miséria que os braços todos são poucos e débeis para os trabalhos de Hércules que é preciso levar ao fim.
A jorna é longa. Longa e dura. Ainda os mochos piam, suspensos da ramagem do arvoredo que enxameia as encostas circundantes...  ainda os melros não acordaram o arrebol com as suas gargalhadas brancas, fugidias... Ainda as rolas não embalam a manhã com os seus gemidos suaves, inocentes e já os capatazes gritam que vem o dia chegando, que a noite foi demorada para o descanso, que a jeira é cara e a jorna curta para tanto trabalho.
 E, à noite, já os corvos abalam para ocidente a perseguir o sol...  Já o noitibó percorre os caminhos denunciando os rebanhos a recolher ao bardo... Já as rãs coaxam nas margens do Sabor e nos limos dos riachos e dos ribeiros... E ainda os capatazes de vozes duras e roucas e cenhos avinagrados mandam recolher alfaias e cuidar animais.
Mas é noite. E os homens ressequidos e exaustos precisam de um leito em que se abandonem para acalmar os ardores que as chagas despertam nos corpos e nas almas dos jornaleiros. Porque amanhã... E depois... E depois ainda... É preciso viver. Troca-se a vida por canseiras.
Olhai as aves do campo que não semeiam nem criam...
Mas essas, as aves, comem trigo, comem joios, comem pão, comem cizânias. O homem, esse, faz escolhas. E dessa consciência lhe advêm medos e insatisfações, dúvidas e angústias. Por isso, todo o dia, todos os dias, homens e mulheres descem à Ribeira, trazendo a vida para levar canseiras. O ar é quente, abafado. A água dos pequenos charcos e poços queima os pés e tortura as mentes. E, nesse ambiente, não raro sucumbem os corpos, tiritando de frio ao peso das maleitas, das febres, das sezões. 

Exorciza-se o trabalho e afugenta-se a doença praguejando e semeando preces. Previne-se a peste e expulsa-se a morte queimando aromas e emborcando chás e mezinhas. E morre-se com frequência. Num palheiro... À sombra escassa e quente de uma árvore... Em plena torreira do sol... Ou, para o mais afortunado, numa casa, em cama de palha ou de giesta miúda.
Do Castedo às Cabanas vai um calvário. E são tempos sem estradas, sem caminhos, sem meios mecanizados. Por isso, as deslocações fazem-se demoradamente a pé, em mulas estéreis e duras, em asnos dóceis e dengosos. O terreno é irregular e muito íngreme. E os carreiros de passagem, muito estreitos, lá vão descendo. Contornam zimbros, rodeiam fragas e vão descendo, coleantes, numa pacatez de serpente adormecida. Mas, santo Deus, caminhar ali é sacrifício de peregrino. Que o digam o Ti Angelco e o Roberto, donos de muitos anos, já nem sabem quantos... Eles que, no Inverno,  palmilham todo o horizonte na peugada do láparo desprevenido e do porco montês sonso e arrojado e, na Primavera, enxada em punho, cavando aqui, desbravando ali, das pedras fazendo vida... Que o digam o Sousa d’além Doiro e o Altino, jovens da cidade, muito aperaltados, bota polida e carabina luzidia... Eles que, habituados aos vícios da urbe civilizada, mal põem pé na fragada à cata da perdiz esquiva e ligeira, se desfazem em imprecações e súplicas.
Da Quinta do Peso para baixo é já o céu. E as Cabanas são mesmo ali.
O Abílio era um homem de sorte. O pai, João da Conceição Carvalho, possui meio vale. E é, como diz o povo, importante aos olhos da vila.
– Estou vereador – repetia, despretensioso, aos interlocutores. – Tenho vara, mas isso não enche barriga. Dá trabalhos, dá canseiras... Rouba-nos o tempo... Mas a causa pública é um dever, e uma honra!
O Abílio era um homem de sorte.
Habitava no vale, um calvário de labor, mas era um homem de sorte. Musculoso e trabalhador, loquaz e afável, cedo se fez homem. Eram épocas em que as crianças mal tinham tempo para serem meninos. Por isso,  o Abílio cedo se fez homem. Era um mouro de trabalho. De manhã e de tarde, ao sol e à chuva, na Primavera e no Verão...  Até nas madrugadas daqueles Estios que assam os corpos e as almas das gentes... Até nos longos serões de Inverno alumiados pelo petróleo consumido em candeeiros de chaminés enegrecidas pelo fumo e pelo uso... Mas, nos dias do Senhor, era um janota. Fato domingueiro, missa, jantar e... Ala, que se faz tarde. Romaria aqui, bailarico ali, taberna e copo de três mais além... E namoricos. Oh, quantos!
A meninice, se a teve, fugiu-lhe como um bocejo. Ele bem via os outros garotos, à sombra dos freixos e dos amieiros do vale, a armar ratoeiras à passarada. E invejava-lhes o jogo do pião e do eixo ribaldeixo no largo térreo da aldeia. E invejava-lhes a liberdade de saltar os muros das hortas e dos eidos pilhando o melão casca de carvalho, o figo bacorinho ou pingo de mel, as cenouras, as alfaces, as cebolas, os frutos com que mitigavam a fome que os atormentava desde o nascimento. Mas, para ele, eram tais passatempos proibidos. Porque é preciso encher celeiro e tulha. Que o Inverno é mandrião! Come e não produz. Por isso, o Abílio cedo se fez homem. Enquanto o comum dos garotos mirrava de fome e de frio, o Abílio fazia-se homem.
Aos vinte anos, nas festas da Vila, a Libaninha transformara-lhe o sangue num mar oceano. Na noite de S. João, passaram o baile agarrados, a saracotear, envoltos em fumo e em desejo. E, na madrugada, entontecido pelas melodias da concertina, enleado no corpo mole e abandonado da rapariga, espicaçado pelo borbulhão do sangue, filou a pequena pelo braço e puxou-a até ao vão da escadaria do tribunal de comarca.
 Desde então, quantas festas e romarias... Quantas Libaninhas... já nem ele sabe. Ainda lembra a Rosa dos Chãos, de linguajar fácil e impudico. E a Floralva, ingénua e tímida, que só conheceu naquela noite e queria já acompanhá-lo no seu regresso a casa:
– Tu és doida, rapariga! Ele, para isso, há um ror de tempo... – fazia o Abílio, virando as costas e atirando ao ar os braços longos e enfadados.
E recorda também a Moura, uma estampa, mais conhecedora de homens do que, segundo dizem, Maria Madalena. E a Zélia, que se deitava nas bermas dos caminhos em troca de uma misérrima cesta de batatas com que matasse a fome em dias de Inverno mandrião... E a velha Serafina, de fundas rugas na cara e coxas avantajadas, que se gabava de lhe terem passado pela mão mais homens do que as luzinhas da Estrada de Santiago...
Mas, um dia, a Laurinha trocou-lhe as voltas. Ele nalguma ocasião um homem há-de tomar assento.
Do Castedo à sede comarcã vão três léguas. Mas, santo Deus, palmilhar Trás-os-Montes no Verão é uma indulgência. O planalto é aberto, corrido. Mas, na fragada, deixa-se tombar abruptamente para o vale. E os caminhos, as veredas e azinhagas, moldados pela vontade indomável do trasmontano, descem coleantes, tortuosos, pisados de séculos pelos carros de bois, lentos e esforçados, e pelo passarinhar de animais e de gentes na labuta diária.
Visto do Sabor, o planalto é o monte Nebo de onde Moisés mirou, deslumbrado e pesaroso, os ribeiros e riachos transbordantes de leite e mel que inundaram a terra prometida.
No lusco-fusco, os caminhantes tropeçam nas pedras soltas... Nas raízes dos pinheiros e dos zimbros que ladeiam atalhos e veredas... Na ansiedade de chegar cedo à feira anual da vila. Acompanham-nos os últimos sons estríduos dos grilos musiqueiros, discretos e noctívagos. Quando atravessam o vale, ainda se respira uma aragem humedecida do rocio nocturno. Porque é preciso evitar os mosquitos portadores de maleitas, de febres e de sezões. Que tais maleitas querem-se no calor...
Depois da Ponte do Sabor, são dois palmos de caminho.
Com a chegada à feira, nasce-lhes o Sol no horizonte. E, na alma, cresce-lhes a aurora diáfana e suave das manhãs de S. João.
A  Laurinha, franzina, olhos tímidos e saudosos, deslumbrados com o mundo e com as gentes, era um palminho de cara. Trouxeram-na para a vida os primevos anos do século XX, no planalto castedense. Na serra, como se diz na Ribeira. Eram tempos e latitudes em que se vivia e morria no local onde, pela primeira vez, se abriam os olhos.
O odor acre dos pinheiros, o aroma selvagem da bela luz e do rosmaninho, a sombra encortiçada e rugosa dos sobreiros altivos e possantes... Ali assistiam intermináveis e rotineiros a baptismos, a enlaces, a actos de encomendação para o Além. Prisioneiros dos lugares e das condições de nascimento, homens e mulheres abundantemente traziam vida, com a mesma abundância com que a natureza se encarregava de corrigir descuidos ou desmandos.
Mas a Laurinha, cadete de nove rebentos, a despeito de franzina, era de fibra temperada a fogo e a gelo.
– Tem vossemecê filhos? E quantos? – queriam, amiúde, saber alguns forasteiros em ocasionais encontros de feiras e de mercados.
– São nove, saiba vossemecê! Todos de ferro, benza-os Deus! – afirmava orgulhoso o Miguel Sá, agerásico, olhos azulados, saudosos daquela ancestralidade do mar provençal trazido até ao planalto pelos invasores franceses, levantando ligeiramente a aba respeitosa do chapéu escuro que lhe cobria uma ampla testa, larga de cinquenta anos muito vividos e trabalhosos.
E era verdade. Todos os anos, pelos meses quentes e sequiosos de Julho e Agosto, a aldeia regava com lágrimas e com suor um corrupio de anjos mal acordados para a vida já levados ao descanso que não finda. Mas o Ti Miguel Sá – Miguel Eduardo Sá, gostava ele de repisar – e a sua Maria da Luz eram basálticos.
– Eu e os meus somos de boa cepa! – sorria, interiormente agradecido.
Naquela manhã, a vila acordara buliçosa. Gente daqui e dali, o rural e o citadino, o rústico e o erudito, das aldeias e das vilas, das quintas e dos casais... Um formigueiro desordenado, caótico. Vendem-se galinhas e ovos, compram-se legumes e primores, apregoam-
-se unguentos e mezinhas, gritam-se imprecações e ordens. E, por todo o largo amplo da feira, ouve-se o hilariante zurrar do gado asinino preso pela arreata a grossas argolas suspensas das paredes vetustas de séculos ou em correrias de experiência nas mãos de ciganos e outros negociantes.
 Aqui e ali, gritos inseguros de criança e irreverentes imprecações de jovens ansiosos pela vida. E, pelas esquinas da praça, apoiados em toscos bordões de carvalho negral, um ou outro idoso transeunte, de tronco vergado menos ao peso dos seus pecadilhos de jovem do que das saudades de um tempo que lhes fugiu.
E a Laurinha, humilde de alma e de corpo franzina, assustada,  olhos oblongos de amêndoa, mirava e remirava a praça e as coisas, os animais e as pessoas... E olhava tudo com aquele semblante de deslumbramento ingénuo e infantil.
De sopetão, a um canto da praça, a perseguir as notas dolentes da concertina, aquela voz traiçoeira, inebriante, tentadora:


Quereis que cante?
Dai-me dinheiro.
Que a minha gargantinha
Não é fole de ferreiro.

À passagem dos foliões, a Laurinha levantou os olhos, humílima, para o cantador e deixou enrubescer a face. Ao Abílio caiu-lhe a alma. Suspendeu a marcha e o canto e colocou tocador e acompanhantes em semi-círculo:
– Venha daí um abraço... Dos velhos, Ti Miguel Sá...
– Sempre na estroina, seu alma danada!
– Sabe como é, Ti Miguel... O espírito quer-se temperado com as folias do corpo! Caso contrário, nem um nem outro encontram porto de salvação.
– Vai passando, um dia, lá por cima... Na serra também há mundo... E sempre haverá por lá um copo...
– Passo, Ti Miguel. Um dia, passo...
Ensaiou um exercício de memória, fez um gesto ao tocador e logo continuou a toadilha:

Ó menina coradinha,
Em que água lava o rosto?
Na água da melancia,
Criada no mês de Agosto.

E, no domingo seguinte, às onze em ponto, que o padre é homem de horas, o nosso homem levou a alma plena, ampla, à igreja do Castedo. E também no seguinte... E, depois, no outro... E nos outros...
Ao Miguel Sá agradava o rapaz. Ainda que mais velho, agradava. Agradava-lhe a vara comarcã. Mas, sobretudo, espicaçava-o a posse de meio vale.
– E que dizes tu, Maria da Luz?... Ele lá tem vara de juiz... Não é para qualquer um...
– Ele, homem de Deus, lá gosta de folias, mas...
– Pois, mas é trabalhador. É um moiro. E, de bens ao luar, conversados estamos...
– E tu que dizes, Cândida? Ó Conceição, e tu? – quis saber a mãe.
– Para aqui não são as pequenas chamadas. Tu, Manel... Tu, Silvestre... Sois já homens... Que sabeis vós lá dele? Ele andará por aí com intenção ou...
– Anda, pois. Fique vossemecê sabendo...
– Porque, se não, a qualquer instante se lhe põe o dedo no nariz. Pst, ó menino, é ter cuidado. Que as minhas filhas são netas do Manel Sá, não são mulheres de rua, ouves-me tu?
O Miguel Sá era um mouro de trabalho e um bovino de força e determinação. As terras do planalto dão testemunho...
Temperado ora por calores de forno, ora por frios polares, desde sempre fora o ai-jesus da família. A sua chegada foi como a vinda de um Messias. Nem Simeão ficou mais ledo quando lhe apresentaram o Menino-Deus. Porque um homem carrega culto e nome e descendência...
 Aos dezasseis anos, cansado por secretas zangas e exausto por incógnitos desencontros com o pai, decidiu como no evangelho se diz. Deixou pai e mãe, a casa, a adega, a tulha, largou porta fora e foi tomar enlace com a sua Maria da Luz, cinco anos mais velha, de aspecto franzino, mas de uma persistência sem limites. Foram um só. E, nas intimidades do Museto, a condição humana trouxe-lhe nove rebentos ágeis e espertos que nem judeus. E ele, visionário cidadão do mundo, cedo lhes incutiu no corpo e no espírito os direitos da mente e os deveres da salvação.
Nos domingos de tarde, comida a refeição a que não faltavam abluções e preces, reunia a filharada, puxava ora do Êxodo, ora do Génesis, hoje do Números, amanhã do Levítico, tudo muito velho do tempo e coçado do uso, e lia. Em voz alta e segura, lia guerras de Saul e sentenças de Salomão... Lia histórias de leões e de fornalhas... Lia  rios  de  leite  e  de mel... Lia dilúvios e bonanças... Chamavam a esse exercício ler a Bíblia. E ai de quem pestanejasse antes de terminada a função.
E, nos longos serões de Inverno, quando, lá fora, o vale se cobre de água e o planalto sucumbe ao peso da neve, juntava toda a prole à volta da lareira e passava demoradamente as contas do rosário de dores da vida e do mundo. E, por fim, a ladainha de todos os anjos e arcanjos... Das virtudes e das potestades... Dos querubins e dos  serafins...  De todos os santos e mártires das cortes celestiais.
– São Judas Tadeu, rogai por nós... Olha por lá não te cortes nessa faca, Maria da Luz...
– São Pedro e São Paulo, rogai por nós...
As mais novas, havia tempo, bocejavam, dormitavam. Os dois rapazes, ariscos e distraídos, desenhavam grandes círculos encarnados com as pontas incandescentes das vergas de giesta a arder na lareira. Mas, quem se levantasse antes de terminada a função, arriscava-se.
– Santa Maria Madalena... Olha que levas uma tenazada, Silvestre! Rogai por nós...
E continuava largamente a invocação dos mortos e as preces pelas intenções dos vivos...
 

quarta-feira, 26 de março de 2014

“Concelhos de Vimioso e Vinhais estão a ser torturados”

foto» Depois de dez anos na autarquia de Vimioso, Jorge Fidalgo assume agora o comando do município. Desencravar o município ao nível das acessibilidades continua a ser uma luta do autarca.


» O apoio social é uma das prioridades. O pagamento de propinas aos alunos de Vimioso e os incentivos à natalidade são uma marca para manter.

Jornal Nordeste (JN) - Qual é a actual situação financeira do município de Vimioso?
Jorge Fidalgo (JF) - É uma situação estável. Temos dívidas a médio e a longo prazo que têm vindo a diminuir significativamente todos os anos. Não temos vindo a contrair empréstimos e estamos a pagar a empreiteiros e fornecedores em 8 a 15 dias.
O município de Vimioso está com saúde financeira, sem qualquer tipo de dívidas. Existem as tais dívidas que foram contraídas para projectos, como o pavilhão multiusos, o campo de futebol, tudo projectos com financiamentos comunitários, para os quais não tínhamos a totalidade da comparticipação financeira. Portanto neste momento a dívida a médio e ao longo prazo da Câmara, é a chamada dívida “à banca”, relativa aos empréstimos. É já inferior aos 3 milhões de euros, o que nos deixa numa situação confortável.
JN- Vimioso continua “encravado” no distrito, porque não tem ligações às vias estruturantes. Sente que estão a ser esquecidos pelo governo?
JN- De facto é para nós muito frustrante esta situação, nós temos feito ouvir a nossa voz de descontentamento junto do Governo. É uma luta com quase duas décadas. Os concelhos de Vinhais e Vimioso estão a ser “torturados”, porque os restantes são beneficiados pelos chamados eixos estruturantes, ou seja o IC5, o IP2 e nós com este acesso à Auto-Estrada. Depois a situação do rato “cabrera”, que obviamente não entendemos o porquê dessa situação e desses problemas ambientais. Tenho o levantamento dos bombeiros de Freixo de Espada à Cinta, de Mogadouro, de Vimioso e de Miranda do Douro, em que todos os dias passam cerca de 15 ambulâncias a transportar doentes para aqui. Todos passam nesta estrada, que é uma muito sinuosa, cada vez com mais perigos, cada vez mais complicada e obviamente que este problema tem que ser resolvido. Apresentámos várias ideias à secretaria de Estado dos Transportes e Comunicações. Queremos acreditar que no próximo quadro comunitário não seremos esquecidos.
JN- Nasceram 40 bebés o ano passado em Vimioso. A política dos incentivos à natalidade é para manter?
JF- Essa foi uma ideia que iniciámos no anterior mandato. Eu fazia parte da equipa de José Rodrigues e na altura começámos por atribuir 500 euros a cada bébé, depois passámos para mil euros. Mas quero sublinhar que para além de ser um incentivo à natalidade, nós estamos perfeitamente conscientes que não era na altura por 500 euros e hoje por mil, que as pessoas iam ter mais bébés. O objectivo foi alertar, já em 2002, para o problema da baixa natalidade e do envelhecimento da população e do despovoamento desta região. Além disso, pagamos na totalidade as vacinas que não são comparticipadas pelo Serviço Nacional de Saúde.
O ano passado nasceram 40 bébés aqui em Vimioso, foi dos anos que nasceram mais, mas obviamente que é muito pouco quando morre o triplo. Não conseguimos repor a população e é um contra-senso ter um concelho que ainda no ano passado ficou entre os 11 primeiros em termos de qualidade de vida. Quer dizer com o é que temos qualidade de vida e não temos cá pessoas? Não faz sentido. Mas obviamente que esse tipo de políticas nos cabe a nós, mas o governo central também tem algo a fazer para que as pessoas se fixem aqui.

JN- A aposta social é uma das marcas do seu mandato …
JF- A aposta social tem sido uma das prioridades, não de agora mas de há já muito tempo. Devido à situação difícil que atravessamos estamos a pagar propinas a quase todos os alunos que frequentam o Ensino Superior e a alguns que estão ainda no Secundário. Temos um gabinete de Acção Social que nos reporta dificuldades dessas famílias e é isso que temos estado a fazer, porque realmente essas famílias estão a passar um momento complicado e queremos aliviá-las um pouco naquilo que nos é possível. A melhor herança que podemos deixar aos nossos filhos e aos nossos munícipes é a Educação.
Não deixamos esquecidos os mais idosos. Estamos a ajudar as Instituições Particulares de Solidariedade Social e tentamos colaborar com elas, seja em actividades que fazemos em paralelo. Para além disso, dos sete lares existentes aqui no concelho, estão isentos do pagamento da água, dos resíduos e do saneamento, o que representa menos 3 mil euros mensais para o município.
Além disso, em colaboração com o Centro Sociocultural de Vimioso e todas as Juntas de Freguesia temos cursos que funcionam ao final da tarde em todas as aldeias, de Informática de Ginástica.

Destaque
“(…) Todos os dias passam cerca de 15 ambulâncias a transportar doentes para aqui. Todos passam nesta estrada, que é uma muito sinuosa, cada vez com mais perigos, cada vez mais complicada e obviamente que este problema tem que ser resolvido”.

JOANA GONÇALVES
Retirado de www.jornalnordeste.com

Crianças aprendem a poupar

dinheiro.jpg Sensibilizar as crianças e jovens para a necessidade da poupança e de um maior rigor financeiro, é o objectivo de uma exposição que está patente no Auditório Paulo Quintela, em Bragança, até amanhã. A iniciativa é organizada pela Universidade de Aveiro em parceria com a Caixa Geral de Depósitos.“Educação + Financeira” é composta por atividades interativas que pretendem estimular a curiosidade dos mais novos e familiarizá-los com conceitos e questões financeiras do quotidiano.Catarina Tavares, da organização, salienta a importância desta mensagem ser transmitida aos pais sobretudo numa época de dificuldades sociais e económicas.Os alunos que ontem participaram confessam que são pouco poupados mas reconhecem a importância destas acções.
Esta exposição já esteve em Alfândega da Fé e Miranda do Douro.
Escrito por Brigantia
Retirado de www.brigantia.pt

Octossílabos contra o desgoverno

Notícia: um milhão não tem
dinheiro para carne ou peixe.
Mas são quase dois milhões em...
risco de pobreza. Não deixe,


caro leitor, de pensar nisto.
Há crianças, há velhos, há
desempregados sem luz, á-
gua, gás, durante meses. Misto

de sacana e demagogo,
diz um deputado que vai mal
o português, não o país:

quem lhe chegasse ao rabo fogo!
Assim vais, triste Portugal,
governado por imbecis.

Ernesto Rodrigues
25 de Março de 2014

Associação brasileira distingue mais de 100 escritores e artistas em Lisboa

 

Associação brasileira distingue mais de 100 escritores e artistas em Lisboa     
A Literarte – Associação Internacional de Escritores e Artistas, com sede no Brasil, está em Lisboa para homenagear mais de 100 personalidades ligadas à arte, à literatura e à cultura lusófona, na cerimónia de tomada de posse do Núcleo Académico de Letras e Artes de Lisboa, que irá decorrer na quinta-feira, dia 27, na sede da CPLP, pelas 15:00.
«Percebemos que muitas pessoas têm feito um trabalho de mérito em prol da Lusofonia e, por isso, decidimos instituir o Núcleo Académico de Letras e Artes de Lisboa, homenageando uma série de personalidades que se têm vindo a destacar. Todos os homenageados ficam agregados, automaticamente, ao Núcleo, que criamos com a missão de intervir social e culturalmente em todo o mundo da lusofonia», explica Izabelle Valladares, presidente da Literarte.
Entre os homenageados e membros de honra do Núcleo, estão pessoas como Pilar Del Río, presidente da Fundação José Saramago; Ana Paula Tavares, escritora angolana e professora na FLUL; o embaixador Eugénio Anacoreta Correia, presidente do Observatório da Língua Portuguesa; Maria João Cantinho, poeta, ensaísta e professora no IADE; o escritor Miguel Miranda; ou Teresa Martins Marques, escritora e investigadora da FLUL. Como presidente do Núcleo, a Literarte nomeou o escritor Samuel Pimenta, homenagem que vem no seguimento da Comenda Luís Vaz de Camões que lhe foi recentemente atribuída pela mesma associação.
«Assumir a responsabilidade de presidir o Núcleo Académico de Letras e Artes de Lisboa é um reforço ao compromisso que fiz a mim mesmo de levar a Lusofonia mais longe. Todos os membros do Núcleo são pessoas com um vasto e reconhecido trabalho e conto com todas elas para que o Núcleo possa intervir de forma determinante em prol da cultura», diz Samuel Pimenta.
Na quinta-feira, após a cerimónia de tomada de posse do Núcleo, segue-se a inauguração da primeira exposição do Núcleo Académico de Letras e Artes de Lisboa, com obras de diversos artistas lusófonos, entre os quais Ribeiro-Canotilho, David Levy Lima, Fernando Grade, Vera Fornelos e João Saramago, nomeados, também, como membros de honra do Núcleo. A exposição terá lugar no espaço Eventos na Padaria, pelas 18:30, em Lisboa, com entrada livre.

Retirado de www.diariodigital.sapo.pt

Silhades,por António Sá Gué,


SILHADES.
Quando cheguei a Silhades, a primeira sensação foi de isolamento. A descida abrupta da estrada transportou-me para os meus cantos sinuosos de silêncio. A tranquilidade experimentada na Nossa Senhora da Assunção, lugar de cota bem mais elevada (mas também ele grandioso), a luz amarelenta de fim de tarde, os montes altos a envolverem o rio, tudo isso me obrigou a entrar dentro de mim, a olhar ao meu redor e a cair na fonte de chafurco que sou e onde gosto de me banhar. Brotam em mim silêncios de pequenez perante a grandiosidade dos montes, perante a sua vetustez, perante as águas selvagens que o rio transporta. Sinto-
-me especial, não por aquilo que sou, ou que deixo de ser, mas por aquilo que sou capaz de sentir em locais ermos, no meio dos montes desabridos, perante a pobreza da terra. Eu sou daqui! Sou feito destas giestas que afago com ternura quase libidinosa, sou feito destas fragas sedosas, recantos de mulher, onde me deito e descanso, sou feito desta água barrenta que corre em vales escavados por sentimentos e emoções tumultuosas, sou feito de caminhos poeirentos e dos muros que os delimitam. Eu sou feito desta terra xistosa que se parte em placas, tal como eu quebro perante a grandiosidade da arte e das pessoas que a concebem, que a estudam e que reconheço como almas gémeas, desses amantes do belo, do provocante, que me obrigam a parar, a questionar-me e, tantas vezes, a render-me às evidências mais comezinhas que me enformam. Sou desse sentir terrificamente doce, deste sentir de homens e mulheres que olham para dentro deles à procura da grandeza, da elevação, da assunção da alma humana aos céus!
Atravessa-se o rio e os casebres de pedra solta obrigam-nos a repensar a caminhada da humanidade. Sente-se o peso da história e da pré-história e sente-se a vida de quem ali se abrigou, de quem ali amou, de quem ali pariu vidas que partiram, de quem ali sofreu a agonia da morte, de quem ali viveu uma vida também ela feita de silêncios meditativos do entardecer, como aquele que agora sou, tantas vezes encapsulados na busca do divino que a pequeníssima capela de S. Lourenço me recorda. Recorda-me esse lado contemplativo da alma humana e recorda-me a lenda, a lenda do pastor Ildefonso, que foi santo porque atravessava as águas, para assistir à missa, sobre a manta feita barco. Vou mais fundo no tempo e, com esta alma mediúnica, entro no reino do deus Denso que vejo surgir no alto do Castelinho envolto em sombras longínquas. Ignorado pelo deus Homem, sinto o seu pesar. Brotam-lhe sentimentos outoniços pela face, lágrimas humanas alagam-lhe o corpo franzino, sinto compaixão pela sua breve existência, entendo a humanidade dos deuses, percebo que também eles têm pés de barro. Jaz perante mim.
Acordo.
Esse lado místico da alma humana recorda-me que brevemente ficará submerso, deixará de existir, e nunca mais o poderei sentir como o hoje o senti. Restará em mim esta memória temporária. Temporária porque também eu, em breve, ficarei submerso pelas águas do Letes, o rio do esquecimento, porque também eu, em breve, voltarei a ser esta terra que me pariu e voltarei à inorganidade merecida, eterna, voltarei a ser átomos e moléculas deste céu azul que me cobre, desta luz que se adensa em mim e que paradoxalmente me entenebrece.
Finalmente... voltarei a mim.
 
In Quadros da Transmontaneidade de António Sá Gué
Ver:http://antoniosague.blogspot.pt/
 
Retirado de www.altm-academiadeletrasdetrasosmontes.blogspot.com  

terça-feira, 25 de março de 2014

Centro Graça Morais recebe primeira exposição individual em Portugal de Bernardí Roig

   
O Centro de Arte Contemporânea Graça Morais (CAC), em Bragança, foi o local escolhido pelo artista espanhol Bernardí Roig, um dos mais importantes do seu país, para realizar a sua primeira exposição individual em Portugal, inaugurada no passado Sábado. Trata-se de um conjunto de trabalhos em vários suportes e linguagens estéticas, como escultura, desenho e vídeo, a que o artista deu o nome de “Ensaio sobre a Cegueira” tomando assim de empréstimo o título de um dos mais aclamados livros do escritor português José Saramago. Muitas das esculturas são em tamanho natural, figuras brancas, humanas, quase sempre limitadas ao nível da visão ou cegas, uma cegueira contagiante e epidémica, tal como no romance homónimo de Saramago, pois são iluminadas por uma intensa luz branca, florescente, que obrigam quem as contempla a fechar ou semicerrar os olhos, ficando também momentaneamente sem ver.

Retirado de www.mdb.pt

Rastreios gratuitos em Freixo e Vinhais

   

Com a organização da Câmara Municipal de Freixo de Espada à Cinta, apoio do Centro de Saúde e sob coordenação do médico-dermatologista António Massa,  vai decorrer em Freixo de Espada à Cinta, nos dias 28 e 30 de Março, uma  acção de exames de rastreio nas especialidades de: Otorrinolaringologia ,Ginecologia, Pneumologia, Cirurgia, Cirurgia Pediátrica, Urologia, Reumatologia e Dermatologia.
As inscrições decorrem no Centro de Saúde de Freixo de Espada à Cinta.
Já no dia 31 de março, Dia Nacional do Doente com AVC (Acidente Vascular Cerebral), a Sociedade Portuguesa do AVC, a Unidade Local de Saúde do Nordeste, EPE e a Câmara Municipal de Vinhais, vão promover uma ação de sensibilização e rastreios gratuitos a toda a população do Concelho de Vinhais.

Retirado de www.mdb.pt  

Alunos do Centro Escolar da Sé já aprendem mandarim


   
Desde a semana passada que os alunos do Centro Escolar da Sé, em Bragança, podem frequentar aulas de Mandarim. Este ano são 16 os estudantes do 4º ano que integram este projecto que, pela primeira vez, funciona nesta instituição de ensino, depois de uma primeira experiência no Centro Escolar de Santa Maria, no ano lectivo de 2012-2013, que este ano repete as aulas de aprendizagem desta língua estrangeira para outro grupo de crianças.

Retirado de www.brigantia.pt