quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

O TEMPO DA POLÍTICA MENOR (27/02/2018 – Editorial do Jornal Nordeste)

Foram devastadoras as tragédias no Verão e no Outono, como nunca antes se vira neste país, com mais de uma centena de pessoas imoladas por fogos que varreram o território e deixaram um rasto de dor, destruição e desânimo.
Os sistemas de comunicações afectos às estruturas de protecção civil não deram conta do recado, a coordenação das forças de segurança não se viu, os equipamentos de combate aos fogos estariam diminuídos e, sim senhor, a florestação voltada para o mercado da celulose conduziu a um quase apocalipse. Pinheirais e eucaliptais arderam como fósforos e lançaram sobre casas e mais casas as línguas do inferno. Mas também fizeram de algumas estradas verdadeiros fornos crematórios, porque as margens não estavam limpas e as manchas contínuas daquelas espécies vegetais nunca auguraram nada de bom, apesar do verde e da frescura que iludem os riscos.
Onde a invasão de arvoredo resinoso e exótico ainda não impôs a sua presença extensiva não se conhecem fenómenos semelhantes. Assim, a decisão política imediata deveria ter passado por determinações claras e urgentes no sentido de evitar a repetição de holocaustos.
Mas, afinal, numa expressão eloquente de que em Lisboa se conhece muito mal o país e se faz política para o imediato, estabeleceu-se que até daqui a duas semanas, seja onde for, toda a gente deverá ter concluído limpezas de vegetação até 50 metros de edificações e até 100 metros à volta dos aglomerados populacionais.
Na nossa região, especialmente na terra fria, a cobertura vegetal é principalmente autóctone, composta por carvalhais e soutos, que são reconhecidamente resistentes ao fogo e à sua expansão descontrolada. Por isso, não se conhecem situações como as que se verificaram no centro do país.
Quando as decisões são para inglês ver, corre-se o risco de provocar mais problemas, em vez de resolver as verdadeiras ameaças para as populações. Os anúncios de punições são absurdos porque se sabe que nos territórios deste interior não é possível cumprir o que foi estabelecido de forma leviana.
Quando responsáveis autárquicos e mesmo o presidente da CIM Terras de Trás-os-Montes consideram que a medida é impraticável, não se compreende a insistência de responsáveis governamentais. Nestes territórios nem sequer há empresas suficientes e apetrechadas para responder num tempo tão curto, o que tornará inevitável uma vaga de coimas.
Não basta fazer leis à pressa para que o país funcione. A solução governativa actual tem gerado normas que se revelarão, mais cedo ou mais tarde, desnecessariamente fracturantes, porque resultam da urgência de popularidade ou da satisfação de grupos de pressão. Exemplo recente é a lei que permite a entrada de animais em restaurantes, cafés e similares, o que colide com as exigências que até há pouco caracterizavam a actuação da ASAE, prenunciando problemas em catadupa.
Uma certa forma de estar na vida, que caracteriza um número crescente de novíssimos urbanos, é um problema que teria solução se a política não se reduzisse ao acompanhamento das modas e fosse um exercício de coragem para conduzir o país a um futuro de dignidade.

Escrito por Teófilo Vaz, Diretor do Jornal Nordeste
Retirado de www.jornalnordeste.com

IRRACIONALIDADE E REMORSOS (20/02/2018 – Editorial do Jornal Nordeste)


Na semana finda, iniciada a quaresma cristã, tivemos oportunidade de observar dois protagonistas maiores da política nacional a proclamar o seu arrependimento por se terem perdido décadas dando livre curso à irracionalidade do desprezo pelo território e pelas gentes do interior.
Na Idade Média eram famosas as procissões de flagelantes, que se sangravam na esperança da salvação, mesmo que os pecados que carregavam fossem iníquos, desumanos, naturalmente irracionais.
António Costa, na sexta-feira, em Bragança, lançou o mote, quando declarou que o país tem agora “uma oportunidade extraordinária de conseguir valorizar o que desvalorizou irracionalmente ao longo de décadas”. Referia-se ao interior em geral e ao nordeste transmontano em particular, onde viera no âmbito do roteiro do conhecimento e inovação, uma novíssima iniciativa do Governo.
Retomou o que dissera há quase um ano, também em Bragança, durante as  jornadas parlamentares socialistas, quando ainda podia acenar com a Unidade de Missão para o Desenvolvimento do Interior que, entretanto, conheceu o fraco destino de se estatelar contra a indiferença dos fragaredos milenares, que já viram passar tempos infindos, povoados de misérias, irracionalidades e vergonhas.
Também há 23 anos, por entre o pio dos estorninhos a acomodar-se nas tílias da Praça Cavaleiro de Ferreira, António Guterres deixara promessa de, finalmente, Bragança recuperar o lugar que lhe cabia no mapa do país. Os resultados todos os sabemos e sentimos, no corpo e na alma
O arrependimento é uma acto virtuoso, se for autêntico e não simples forma de aliviar pesos na consciência, para logo voltar aos trilhos da omissão e do adiamento de decisões que poderiam permitir a reversão do descalabro económico, social, cultural e demográfico que esmaga gerações que arriscaram o tempo útil da sua vida na esperança de outros tempos para esta nossa terra.
Curiosamente, no domingo, o novo líder do PSD também entrou na penitência, dedicando ao interior alguns minutos do seu discurso. Em tom irónico retomou a assunção do pecado ao referir que o país está “irracionalmente concentrado e centralizado”, dando a entender que com a sua liderança poderá haver outras políticas.
Assim quase nos sentíamos em verdadeira via sacra, dolorida, mas esperançada na redenção, já dispensávamos os azorragues a rasgarem o lombo dos pecadores, não fora a crueza do saber de experiência feito, que não nos deixa ser compassivos com quem não teve escrúpulos de nos relegar para as proximidades do abismo histórico.
Lembraremos sempre, com amargura, a década de esvaziamento frenético dos serviços no interior, que foi o consulado de Cavaco Silva, ao contrário do que deveria ter-se feito se houvesse coragem para travar as pulsões, pelos vistos irracionais, que determinam a política do país.
Não basta fazer o papel de carpideiras. Eram precisos outros sinais de coragem para assumir os riscos de desagradar à turba da festa do imediatismo e assim abrir os caminhos de um futuro que devolva ao país a possibilidade de continuar a fazer história na comunidade mundial.

Escrito por Teófilo Vaz, Diretor do Jornal Nordeste

POEMA IV

Na caminhada sem fundo
solta-se a amarra do medo
solta-se o véu da miséria
sentem-se passos na terra!

Terra que já tem mar
mar que já tem água
grito aberto no medo
grito criado, amado!

Grito criado,amado
feito de homens e paz
feito de terra e de mar
feito de beijos e amor!

Marcolino Cepeda
Retirado do livro "Tempo de Silêncio" 

MAIS NEVE...

Não há dúvida que ela caiu serena e intensamente.
Fez questão de marcar presença.
Desejava pintar livremente, sem fronteiras,
Todas as eiras e beiras,
Sem pressas e correrias.
Apenas o vento ajudava
A pintalgar a fachada
de quem há muito não a via.










Fotos de Maria Cepeda
Texto de Maria Cepeda

BRAGANÇA COM NEVE

Linda, branca, leve e fria, chegou a neve porque ansiávamos todos os dias de inverno.
Aqui ficam algumas imagens.



Maria Cepeda

sábado, 17 de fevereiro de 2018

POEMA III

Hoje
na paz que não encontro
no amor que não sinto
no sol que não me aquece

Vivo eu e o meu corpo

Hoje
que o sorrir me atraiçoa
que o cantar só me chora
que o sonhar me atormenta

Vive o meu corpo e eu

Hoje
há um grito por nascer
há um gesto por fazer
há uma cidade por criar

Vivo com as palavras

Hoje
as palavras servirão

Hoje
as palavras são para os homens

Hoje
na paz que não encontro
há um grito por nascer
no amor que não sinto
há um gesto por fazer
no sol que não me aquece
há uma cidade por criar.

Marcolino Cepeda
Livro "Tempo de Silêncio", publicado em 2003

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

"Nada nada" no Praça 16



Publicado por Maria Cepeda

Festival de Teatro em Alfândega da Fé


Retirado de http://5l-henrique.blogspot.pt/
Blogue "Memórias... e outras coisas...

CRESCIMENTO DO TURISMO FOI MAIOR EM TRÁS-OS-MONTES DO QUE NA ÁREA METROPOLITANA DO PORTO


Turismo gastronómico e de natureza são os produtos que turistas trazem à região .

No ano passado a sub-região de turismo de Trás-os-Montes cresceu mais no que diz respeito a visitantes do que a área metropolitana do Porto, em comparação com 2016.
A revelação foi feita pelo presidente da entidade Turismo Porto e Norte de Portugal (TPNP), Melchior Moreira, na abertura da Feira do Fumeiro de Vinhais. O responsável acredita que o turismo gastronómico e de natureza foram as categorias que mais contribuíram para este crescimento. “Verificamos que, comparativamente com 2016, a área metropolitana cresceu, mas Trás-os-Montes cresceu acima da média de crescimento da área metropolitana do Porto, o que quer dizer que a estratégia que nós assumimos de trabalhar os produtos estratégicos, que aqui na região é, para além da gastronomia, o turismo de natureza, essa mensagem de trabalho com as autarquias, com o sector privado da região e as pessoas que trabalham na área do turismo activo, permitiu que este número de visitação tenha crescido”, destacou.
Segundo o responsável da entidade, o turismo de natureza é um produto estratégico “que consegue combater bem a sazonalidade e aumentar para pelo menos uma semana a estada média do turista na região”.
Para Melchior Moreira, trabalhar os produtos e as ofertas em rede tem contribuído para o aumento dos visitantes também na região.
“A TPNP, juntamente com os presidentes de câmara, os técnicos de turismo que estão nos municípios, está a preparar e a trabalhar o produto para que haja aqui uma rede e para que o turista que venha a Vinhais possa conhecer outras realidades, seja Miranda do Douro, Alfândega da Fé, Bragança, para num produto compósito dos principais produtos estratégicos, apresentarmos um roteiro que se vende em toda a rede de lojas da TPNP e desde a loja do aeroporto, quando o turista chega, tem conhecimento do roteiro para permanecer mais tempo no território”, defendeu. Para além dos produtos gastronomia e vinho e o turismo de natureza, Melchior Moreira destaca ainda que outros produtos estratégicos para a região são o turismo religioso, com as suas festividades e a cinegética e a caça, que é diferenciador.
O presidente da TPNP, destacou ainda que, em época baixa, eventos como a feira do fumeiro de Vinhais contribuem para aumentar os visitantes na região.

Escrito por: Jornalista Olga Telo Cordeiro

MIRANDA DO DOURO CONVIDA VISITANTES A DEGUSTAR SABORES TRADICIONAIS


Miranda do Douro acolhe entre 16 e 18 de Fevereiro, o XIX Festival de Sabores Mirandeses.

Em destaque vão estar as várias raças autóctones que têm forte presença no concelho, como a Raça Bovina Mirandesa, a Raça Churra Galega Mirandesa, para além do porco, através dos seus derivados, que vai também ser comercializado.
No recinto, no Jardim dos Frades Trinos, haverá ainda entre seta e domingo, um restaurante no recinto da feira onde se podem saborear várias iguarias.
Para além de apoiar e reforçar a competitividade dos produtos agro-pecuários tradicionais, o festival pretende ainda promover o artesanato regional e o folclore.
Esta edição do certame vai reunir cerca de 70 expositores com o que de mais genuíno existe no Planalto Mirandês.
Na animação, o programa conta com um vasto programa, com grupos de pauliteiros, gaiteiros e danças mirandesas. Privilegiando a música tradicional mirandesa a animar as noites, estarão grupos “Çarandas”, “Galandum Galundaina” e “Quinteto Reis 84”. Ainda no que diz respeito à vertente cultural da feira, haverá lugar à apresentação de dois livros: “Cogumelos nas Terras de Miranda – aproveitamento sustentável” de Marisa Castro e “Asterix an Eitália” com tradução para a língua mirandesa de Carlos Ferreira e José Pedro Ferreira.
Integradas no Festival dos Sabores Mirandeses, realizam-se este sábado, dia 17 de Fevereiro, uma montaria ao javali em Palaçoulo e no domingo, dia 18, uma outra montaria em São Martinho de Angueira. Também no último dia da feira, tem lugar o 14.º Passeio BTT organizado pela Associação L Crenque assim como o passeio pedestre pelas Arribas do Douro, com a organização da Associação Mirandanças.

Escrito por: Jornalista Olga Telo Cordeiro

FEIRA DO FUMEIRO ATRAI CERCA DE 80 MIL VISITANTES


Os sabores ancestrais e tradicionais dos enchidos da terra fria transmontana.

FINANÇAS TAMBÉM FORAM À FEIRA:
Luís Fernandes  – Presidente da Câmara Municipal de Vinhais
Na sexta-feira e no sábado, na feira do Fumeiro de Vinhais, cerca de
17 inspectores das Finanças inspeccionaram as questões legais associadas à actividade económica, facto que o autarca de Vinhais considera como inédito e que contribuiu para alguns constrangimentos para os expositores e também para os organizadores da feira. “Esta atitude parece um pouco exagerada, é verdade que a lei tem de ser cumprida, mas nalguns casos a lei sobrepõe-se ao bom senso. A maneira como foi realizada esta inspecção criou vários constrangimentos, prejudicou até a feira e penso que não foi muito correcta até com a dimensão que foi concretizada. O objectivo seria um objectivo pedagógico, mas a forma como realizado não teve um objectivo pedagógico sendo mais um momento intimidatório, facto que nunca tinha acontecido até esta edição”.


A Feira do Fumeiro de Vinhais, a capital do fumeiro, foi palco para a mostra gastronómica e venda dos produtos de excelência da raça autóctone de porco bísaro. 
Uma feira que terminou com um balaço muito positivo. Um evento que contou com 4 dias de feira e cerca de 75 expositores de Fumeiro, outros expositores de artesanato e também produtos gourmet. Feito o balanço da feira, terminou com nota muito positiva, como afirmou o presidente do município de Vinhais, Luís Fernandes “um balanço muito positivo, quer no número de visitas, quer no número de vendas, até porque já constatei, junto dos produtores que praticamente já venderam tudo, sendo um ano que não foge à regra”, referiu, no domingo, o último dia de mostra. 
No programa, para além de momentos que levaram muitos visitantes ao espaço, como os concertos de Cuca Roseta, na sexta-feira e David Carreira no sábado, decorreram muitas actividades ligadas a esta temática do porco bísaro, como o concurso Nacional de Suínos de Raça Bísara, oito Chegas de Touros de Raça Mirandesa, Jornadas Técnicas do Porco Bísaro e o Concurso de Melhor Salpicão (1.º classificado – Manuel Pires, de Seixas).
Agregado a este evento, a Feira do Fumeiro contou com a presença do ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos, que visitou o Centro Interpretativo do Porco e do Fumeiro, pelas 11h00 da manhã de domingo e de seguida foi entronizado na Confraria do Porco Bísaro e do Fumeiro de Vinhais, numa cerimónia que decorreu nos Paços do Concelho de Vinhais, passando esta confraria a ter 56 confrades, uma vez que também Fontaínhas Fernandes, reitor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro foi admitido.  
Durante esta cerimónia, dois chef´s de cozinha explicaram porque usam esta iguaria gastronómica nas suas cozinhas de autor. Um deles foi Marco Gomes, de Alfândega da Fé e membro da confraria e Óscar Gonçalves. 
Para Carla Alves, Grã-Mestre e fundadora da Confraria, estas duas últimas entradas para a confraria representam “um aspecto muito importante porque, Capoulas Santos e Fontaínhas Fernandes, serão grandes embaixadores da raça e do fumeiro de Vinhais e dar um grande contributo enorme. É para nós um grande orgulho”. 
A Feira decorre já há 38 anos e, de acordo com o autarca deste município, fica a promessa de “fazer mais e melhor”, aumentando o número de produtores e a qualidade e excelência que já possui.

Prémios do Concurso Nacional de Suínos de Raça Bísara
Secção Machos – 3 aos 6 meses | 3º Prémio- Carlos Martins; 2º Prémio - Zita Teles Afonso; 1º Prémio – Duarte Guerra
Secção Machos – 6 aos 9 meses | 3º Prémio-Sandra Dobrões; 2º Prémio – Inácio Fernandes; 1º Prémio – Zita Teles Afonso
Secção Machos –mais de 9 meses | 3º Prémio- José Inácio; 2º Prémio – Sandra Dobrões; 1º Prémio – Sandra Dobrões
Secção Fêmeas – 3 aos 6 meses | 3º Prémio-Zita Teles Afonso; 2º Prémio – Carlos Martins; 1º Prémio – Sofia Mendes
Secção Fêmeas – 6 aos 9 meses | 3º Prémio- Sofia Mendes; 2º Prémio – Manuel Pires; 1º Prémio – Sandra Dobrões
Secção Fêmeas – mais de 9 meses | 3º Prémio- Duarte Guerra; 2º Prémio - Zita Teles Afonso; 1º Prémio – Rui Lourenço

Prémios Concurso de Melhor Salpicão
1.º classificado – Manuel Pires (Seixas)
2.º classificado – Ana Jorge (Ousilhão)
3.º classificado – Armindo Gomes (Espinhoso)
4.º classificado – Bernardete Vale (Vila Boa)
5.º classificado – Isabel Rijo (Romariz)
6.º classificado – Vera Alves (Nunes)
7.º classificado – Celestino Cruz (Caroceiras)
8.º classificado – Vitória Anes (Vilar de Ossos)
9.º classificado – Irene Pires (Gestosa)
10.º classificado – Deolinda Rodrigues (Prada)

T E S T E M U N H O S :
Manuel Capela - Guimarães
“Não há povo melhor a receber os visitantes como o povo transmontano, é um povo muito sincero e puro, infelizmente sou de Guimarães.”

Fátima Pinto - Guimarães
“Estou a visitar a Feira pela primeira vez, prometo voltar até porque tenho raízes em Vinhais. Gostei. Mais adorei a feira!”

Maria Isabel Rijo - Romariz, Vinhais
“Vendi muito, um balanço muito positivo. As pessoas procuram tudo, mas o que mais vendo são as alheiras, o salpicão e o chouriço de sangue. Quanto à visita dos inspectores das finanças não tive problema nenhum, porque estou conforme a legalidade.”

Francisco Figueiredo - Parada, Bragança
“Desde que venho a esta feira faço sempre um balanço positivo. A inspecção dos inspectores das Finanças não constituiu nenhum problema apesar de algum incómodo. Tenho tudo em dia, nas questões legais, mas houve algum alvoroço.”

Escrito por: Jornalista Maria João Canadas

TRÊS EMPRESAS QUEREM CRIAR CENTRAIS FOTOVOLTAICAS EM MOGADOURO


Empresas querem apostar na exploração de energia solar no concelho, que tem uma elevada exposição ao sol.

Dois dos interessados já enviaram projectos para a Direcção Geral da Energia. As instalações de centrais fotovoltaicas deverão ocupar áreas superiores a 100 hectares. 
A luz solar está a atrair investidores a Mogadouro. Três empresas ligadas à produção de energia renovável mostraram interesse em investir na instalação de centrais fotovoltaicas no concelho.
A informação foi confirmada pelo vice-presidente do município, Evaristo Neves, que considera que os empreendimentos podem ser uma mais-valia em termos de criação de emprego. “Em Janeiro entraram três pedidos de viabilidade, no município de Mogadouro, para a instalação de três empreendimentos de aproveitamento de energia solar sistema fotovoltaico e temos conhecimento que dois deles seguiram para a Direcção-Geral de Energia para posterior emissão de parecer favorável. O que significa que é uma área que está por explorar, apesar do concelho ter potencial, o que pode trazer a estas terras uma mais-valia na criação de postos de trabalho”, salientou.
Esta pode vir a ser uma oportunidade para dar uso “a terras ao abandono e que não são cultivadas há muitos anos” e, ao mesmo tempo, constituir-se como uma importante fonte de rendimento. “O pagamento acordado entre as empresas e os proprietário é de 1 euro por metro quadrado. Este tipo de equipamento, para ser construído, tem de ter áreas superiores a 40 ou 50 hectares de terreno. Mas os pedidos que entraram na câmara tinham áreas próximas dos 100 hectares, o que se traduz em valores avultados”, salientou Evaristo Neves.
O interesse surge devido às particularidades do concelho, que tem um elevado número de horas de exposição solar. “Há um estudo que diz que, no distrito de Bragança, o concelho de Mogadouro é o que tem maior exposição solar e o maior número de horas diária para essa exploração. O concelho tem em média cerca de 6 horas por dia de aproveitamento solar”, destacou.
A EDP mostrou disponibilidade para comprar 44 megawatts de potência de energia produzida a partir de painéis solares, no concelho de Mogadouro.
Após a aprovação do projecto pela Direcção Geral da Energia, as empresas têm de 18 meses para o concluírem. Espera-se que este tipo de empreendimento crie pelo menos 5 postos de trabalho.

Escrito por: Jornalista Olga Telo Cordeiro

Produtores de bovinos de raça mirandesa alarmados com falta de alimento (Lusa em 15/02/2018)

"OS PRODUTORES ESTÃO ÀS RECORRER AS RESERVAS DE OUTROS ANOS"

Os produtores de bovinos de raça mirandesa mostraram-se hoje "alarmados" com os efeitos da seca nas sementeiras e na produção de alimento para os animais, que continuam em estábulo por falta de pasto nos lameiros.
"Confrontamo-nos com uma situação alarmante que passa pela falta de pasto nos lameiros. As sementeiras correram muito mal, tudo porque muitas delas nem sequer rebentaram e os produtores estão recorrer suplementos alimentares para os animais", revelou o secretário técnico da Associação de Produtores de Bovinos de Raça Mirandesa (ACRBM), Válter Raposo.
Segundo o técnico, o ano passado também não houve forragens em quantidade suficiente e agora as explorações agrícolas estão a ressentir-se desse problema, o que está a afetar todas as explorações pecuárias do território do Nordeste Transmontano.
"O futuro, neste caso é uma incógnita. Se não chover nos próximos tempos, os pastos poderão não rebentar. Por outro lado, no que respeita às culturas de sequeiro, a situação está muito atrasada para o tempo", frisou o responsável.
Os produtores estão às recorrer as reservas de outros anos. Outros estão a comprar forragens e palha, principalmente na vizinha Espanha a preços tidos "como especulativos".
"Os alimentos para animais encarecerem muito. Posso dizer que o preço da palha está ao dobro dos preços praticados no ano passado, uma situação, que se vai ressentir na economia das explorações pecuárias, já que a margem de lucro é cada vez menor", vincou Válter Raposo.
As explorações de bovinos de raça mirandesa rondam em média as quarenta fêmeas reprodutoras, havendo casos em que podem ultrapassar a centena de efetivos.
"É nas explorações de maior dimensão que a seca se faz sentir com mais intensidade, já que é preciso produzir mais alimento para o gado", observou.
A médio prazo, e segundo o secretário técnico da ACRBM, a falta de alimento provocado pela seca poderá trazer repercussões na reprodução dos animais, o que poderá comprometer o efetivo de uma raça que já esteve ameaçada de extinção.
"Para além da escassez de alimento para o gado, há produtores que ainda transportam água para suas explorações pecuárias, tudo porque que os poços ou as nascentes ainda não têm caudal suficiente para as abastecer", indicou.
O Solar dos Bovinos de Raça Mirandesa está confinado aos concelhos Miranda do Douro, Vimioso, Mogadouro, Bragança, Vinhais e Macedo de Cavaleiros.

Foto: António Pereira
Retirado de www.diariodetrasosmontes.com

ENTRUDOS CHOCALHEIROS PELO NORDESTE TRANSMONTANO


Foram muitos, desde pequenos a graúdos, que não ficaram indiferentes às festividades dos entrudos chocalheiros que aqueceram as tardes e as noites frias de Inverno.

No sábado passado decorreu o Desfile do Carnaval dos Caretos em Bragança, que percorreu as ruas da zona histórica da cidade, e contou com muitos participantes brigantinos e também de nacionalidade espanhola que se associaram a este desfile para relembrar uma das tradições mais antigas do nordeste transmontano. O desfile contou com mais de 20 grupos e foi acompanhado por milhares de pessoas. No final do desfile, na Praça Cavaleiro de Ferreira, decorreu a queima do Diabo que tinha cerca de nove metros de altura. “Uma participação espectacular das escolas do nosso concelho, com muita gente, a dar o seu contributo para a animação deste carnaval dos Caretos aqui em Bragança que tem marcado de forma muito positiva aquilo que é esta tradição neste território nesta parte e também tem-se afirmado como um factor de atracção turística, uma vez que reúne milhares de pessoas”, disse Hernâni Dias, presidente do município de Bragança, que se mostrou muito satisfeito com a participação destes Caretos e referiu que este entrudo já é uma atracção turística. O pequeno Guilherme, quando entrevistado refere “vou-me divertir com as meninas”. Alex Rodrigues, do grupo de caretos de Pinela, destacou que esta tradição é para manter. Outro dos caretos no desfile foi José Valente, que diz que o desfile “é um grande divertimento”. 
Concepción Perez, do grupo Jurrus y Castrones Alija del Infantado de León, refere que este grupo tem sido muito solicitado. José Manuel, destaca que “a tradição é parecida a todas as tradições da província. São festas tradicionais de inverno e pretende afugentar os males dos espíritos. É um encontro de irmãos.

Entrudo chocalheiro no desfile nocturno em Macedo de Cavaleiros
Já em Macedo de Cavaleiros, o Entrudo chocalheiro também animou as ruas da cidade a cumprir a tradição e dar entrada no desfile da cidade, no sábado à noite, com muitos participantes oriundos das várias associações do concelho e juntas de freguesia do concelho, Benjamim Rodrigues, presidente da câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros destacou que foi “um desfile muito animado, com alguns grupos muito criativos e muito interessante apesar do frio que se faz sentir”. De acordo com o autarca, os macedenses aderiram a este evento e os forasteiros estiveram em grande número. 

Escrito por: Jornalista Maria João Canadas

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Exposição “Rostros", “Simancas Villa del Arte” na Casa da Cultura de Alfândega da Fé


Está patente ao público desde o dia 4 de fevereiro, na Casa da Cultura de Alfândega da Fé , a Exposição “Rostros”, um conjunto de obras da associação “Simancas Villa del Arte” que têm no retrato o seu motivo de inspiração.

Nove artistas da vila de Simancas (Espanha), unidos sob o mesmo tema, criaram um conjunto de obras individuais para celebrar o segundo aniversário da associação “Simancas Villa del Arte”. São caras e rostos sob diversas formas e técnicas e que expressam sentimentos e atitudes diferentes.
A Exposição “Rostros” foi apresentada em setembro passado na vila de Simancas e chega agora a Alfândega da Fé. Até 15 de abril pode ser visitada na Galeria Eng. Manuel Cunha.


Gota de orvalho

A tua alma tristemente alegre,
Vai e vem como quem passa
E a praia estende-se pelo infinito
No teu não querer querendo.

A libertação do teu mundo,
Transcorre sem contratempos
E o rio que corre vai sozinho
Levando nele os tormentos

Sabes que não és mais do que nada
Peregrino em solitária estrada
Em busca de um caminho

Que não podes percorrer sozinho.

Estendes a mão sem esperança
Alargas o olhar em busca de nada
Anseias tocar a doce alvorada
Que, teimosamente, ainda tarda.

És gota de orvalho
Levemente pousada.

Maria Cepeda

terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

SEGUNDO CAPOULAS NÃO VAI FALTAR ÁGUA NAS POULAS (Editorial do Jornal Nordeste -13/02/2018)

O ministro da Agricultura, veterano nas andanças da política, muitas vezes visto, com um peso pesado na máquina socialista, veio outra vez ao distrito, ao encerramento da Feira do Fumeiro, em Vinhais, depois de há duas semanas ter sido convidado especial na feira da Caça e do Turismo, em Macedo de Cavaleiros. 
Mui gratos a sua Exa. ficamos, os nordestinos, pela atenção que nos dedica, na esperança de que, finalmente, as decisões dos políticos sejam orientadas pela vontade de combater as causas da lenta agonia que têm marcado as últimas décadas da nossa triste história. 
Mas, para além do cerimonial e dos discursos encomiásticos de cada circunstância, que ainda fazem gente crédula romper em aplausos, vale a pena encarar com fria serenidade, sem despeitos nem preconceitos, o que vai sendo dito, em comparação com o que não foi feito quando ainda era tempo e que, provavelmente, não encontrará, no futuro, condições para se realizar.  
Uma primeira reflexão leva-nos a estranhar que, quando veio recentemente a Macedo de Cavaleiros, Capoulas Santos não tenha referido os investimentos no regadio, que agora anunciou em Vinhais, tendo em conta que os concelhos que poderão beneficiar são da terra quente. Por outro lado, Macedo de Cavaleiros foi o espaço de intervenção de Camilo de Mendonça na década de 60 do século passado e a Barragem do Azibo, pensada para alimentar ali o regadio, ainda não viu consumado o seu destino, apesar da alternativa turística que foi encontrada com reconhecido sucesso. 
Entretanto, em plena terra fria, em Bragança, há muitos anos que se tenta a construção de uma barragem em Parada, para regadio do sul do concelho. Lembre-se que o complexo do Montesinho previa que a Barragem de Veiguinhas tivesse capacidade superior à que veio a verificar-se e ligação a um sistema de regadio para servir aquela zona do concelho brigantino. Os meandros da politiquice reduziram a capacidade da barragem e o benefício para a agricultura local. 
Surge, assim, despropositado escolher a Feira do Fumeiro para lançar o anúncio de investimentos no regadio. Acresce que parece tratar-se de recuperar sistemas já existentes e construir novas barragens, sem se saber onde e quando. Compreende-se que o país fez um esforço hercúleo no sistema do Alqueva, mas isso não pode significar adiamentos na exploração das potencialidades das terras nordestinas, verdadeiro mosaico de produções que podem atingir alta qualidade no azeite, no vinho, na amêndoa, na castanha, na noz, sem esquecer os produtos pecuários. 
Não vamos ceder à tentação das desconfianças, embora diabinhos irrequietos não parem de insinuar que o ministro é do Alentejo e isto é tudo uma questão de aproveitar as oportunidades. Mas, fique claro que, os sistemas de regadio são fundamentais para esta região. Se continuarmos a deixar andar, o abandono dos terrenos agrícolas vai agravar-se e o nordeste transmontano será uma continuidade de poulas e a água da natureza chegará para manter os matagais, onde se poderão promover autênticos safaris, com direito a lobos, javalis, veados e sabe-se lá, ursos pardos, que retomarão os espaços desertos de gente.
Boa viagem, senhor ministro.

Escrito por Teófilo Vaz, Diretor do Jornal Nordeste
Retirado de www.jornalnordeste.com

Carnaval Trapalhão de Sendim resiste e leva folia ao Planalto Mirandês (Lusa em 12/02/2018)

O PONTO ALTO DO CARNAVAL DE SENDIM É QUEIMA DO ENTRUDO

O Carnaval Trapalhão de Sendim, Miranda do Douro, leva a sátira social e política à rua de forma espontânea, promovendo a boa disposição e folia em terras do Planalto Mirandês, numa iniciativa que resiste ao despovoamento na região.
Pela vila de Sendim, no distrito de Bragança, por esta altura, ainda ninguém pensou nos adereços que vai utilizar no dia de Carnaval, muito menos na montagem dos carros alegóricos que vão ser utilizados ou na banda sonora que vai ser tocada. Mas há garantia que festa vai sair à rua, tal como acontece "há muitas décadas".
"Há 20 ou 30 anos atrás, o Carnaval de Sendim era bem vivido. Havia crítica e sátira social, sem ser ofensiva. Era uma realidade saudável, as coisas nasciam de forma espontânea. Umas das principais características era que o Carnaval se fazia de improviso e de forma trapalhona. Agora há pouca gente, mas ainda se faz a festa", explicou à Lusa, Fernanda Chumbo, uma das habitantes de Sendim.
Por aquelas paragens trasmontanas, tudo surge de forma espontânea, todos os utensílios caseiros e rurais são bons adereços e qualquer peça de pano ou serapilheira dita as tendência da moda neste corso "trapalhão".
Vitorino Martins, outro entusiasta do Carnaval de Sendim, prefere recuar uma pouco mais no tempo e vai até aos anos 60 do século XX, referindo que as famílias se juntavam em grupos para desfilar em representação das suas ruas, até a um determinado ponto de encontro. Seguiam depois até largo da Igreja, onde toda a gente se concentrava para dará início as brincadeiras e à folia.
"Toda gente brincava no Carnaval, naquele tempo. Hoje, como há menos gente, vejo menos participantes nestas brincadeiras. Todos os anos participo e gostava de ver os mais novos a participar", frisou.
Os foliões de Sendim, principalmente os que têm mais idade, referiram à Lusa que "nesta festa não há 'brasileiradas' ou coisas semelhantes". Tudo é feito com as coisas "mais mirabolantes" que são encontradas nas casas agrícolas, armazéns ou palheiros.
"De um simples pano de guarda-chuva depressa se improvisava uma saia", observou o folião, residente na vila transmontana.
A música sai das gaitas de fole, acordeões, caixas de guerra e bombos e outro tipo de instrumentos musicais.
O Carnaval Trapalhão é assim designado pelos sendineses porque surge de forma espontânea, sem coordenação e onde todos dão asas à sua imaginação carnavalesca, o que acaba por trazer centenas pessoas para ver as tropelias provocadas pelo corso carnavalesco dos foliões.
Altino Martins, um residente em Sendim que chegou à vila do Planalto Mirandês há mais de 40 anos, diz: "Quando cheguei a Sendim há cerca de 40 anos, verifiquei que a celebração do Carnaval era uma iniciativa muito interessante. Contudo, havia brincadeiras algo perigosas como o lançamento de bombinhas, farinha ou cinza. Isso acabou e criaram-se outras manifestações mais civilizadas e bem mais engraçadas".
A crítica social, recorda Altino Martins, era sempre o ponto alto do Carnaval Trapalhão, o que atraia algumas centenas de pessoas dos quatro cantos do Nordeste Trasmontano, mas não só.
"Esta crítica social criou fama mas, com o tempo, fruto de alguma pressão, as coisas tornaram-se mais suaves", recorda.
Outro dos pontos alto do Carnaval de Sendim é queima do Entrudo, na noite de terça-feira de carnaval, da responsabilidade da juventude local.
Mário Correia, investigador da cultura mirandesa defende, que a vila de Sendim, tem as suas "Entrudadas" cheias de espontaneidade, colorido e aparato ruidoso, que permitem apreciar a cultura local "na sua génese", como é caso da língua ou do teatro popular mirandês, e a sua sátira, bem ao jeito de Gil Vicente.
"Em Sendim, apesar do despovoamento, a população não desarma, sendo uma tradição para manter, já que as pessoas sentem a necessidade de fazer esta festa", concluiu.

Foto: Luis Teixeira
Retirado de www.diariodetrasosmontes.com

Governo anuncia investimentos de 50 milhões de euros no regadio do distrito de Bragança


O anúncio foi feito ontem, domingo, pelo ministro da Agricultura, Capoulas Santos, no encerramento da Feira do Fumeiro de Vinhais, garantindo que o Governo vai disponibilizar 50 milhões de euros para o reforço do regadio no distrito de Bragança. 


O ministro anunciou um novo pacote de investimentos que contempla a construção de novas barragens e uma melhoria do sistema de regadio na região.
Até 2021 os concelhos de Alfândega da Fé, Vila Flor, Mirandela e Vimioso vão ter ao seu dispor 50 milhões de euros para implementação de infraestruturas e melhorias do sistema de regadio nestes quatro concelhos nordestinos.
Segundo o governante que detém a pasta da agricultura  irão surgir “sete ou oito diferentes projetos em todas as áreas, dois terços para novas barragens, um terço para reabilitação ou ampliação dos regadios já existentes”, salientou Capoulas Santos citado pela Agência Lusa.
Os investimentos pretendem criar condições para “a competitividade da agricultura e para combater as alterações climáticas que são hoje mais do que nunca visíveis”.


Seminário debate desgaste da profissão docente na UTAD


Desgaste da profissão docente motiva estudo nacional. No próximo dia 17 de Fevereiro, das 9h30 às 13h, um seminário no Auditório de Ciências Florestais da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, promovido pelo Centro de Formação e pela delegação de Vila Real do Sindicato de Professores do Norte, vai debater este assunto. 

Em parceria com a FENPROF, uma equipa de investigadores coordenada por Raquel Varela, investigadora da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, vai fazer o maior e mais completo estudo sobre o desgaste dos profissionais docentes.
O desgaste na profissão docente é, hoje, motivo de grande preocupação dos professores, em particular, e da sociedade portuguesa, em geral. Conhecem-se diversos estudos sobre os efeitos psicológicos resultantes do exercício continuado da profissão, do excessivo número de horas de trabalho e da excessiva carga extralectiva, mas a FENPROF quer aprofundar o estudo deste problema, num momento em que o assunto entrou, finalmente, na agenda de discussão com o Ministério da Educação.
Nesse sentido, em conjunto com uma equipa de investigadores coordenada por Raquel Varela (investigadora da FCSH da Universidade Nova), vai ser desenvolvido o maior e mais completo estudo sobre o problema, cujos resultados permitirão olhar o interior da profissão para melhor se perceber de que forma a actual situação afecta, profissionalmente, os docentes e também a vida das escolas.
Entre Fevereiro e Junho, decorrerão as diferentes fases deste estudo que será feito a partir de milhares de inquéritos a recolher nos estabelecimentos de educação e ensino. A importância do tema e a sua actualidade justificam que este seja o momento de desenvolver tão ambicioso estudo. 


quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Brito de Baixo, Vinhais, Trás-os-Montes - Portugal



Aqui me encontro neste mundo tão perdido em que vivemos.
Aqui sou quem verdadeiramente sou, embora sinta na alma uma agridoce certeza de que a paisagem é melhor do que as gentes.
Daqui sou e serei.
Aqui voltarei sempre que o coração me pedir.

Maria Cepeda

DISFUNCIONAL


De soslaio
esgazeiam o olhar
que anseia
Menina,
por te ver passar.

O amor é quase uma prisão.

Vivem enclausurados 
na mais alta torre
de imaginários cárceres 
castelos medievais.

Escava fossos de proteção.

A ferrugem dilacera
a engrenagem
que, moribunda
e austera
é disfuncional.

O coração ensombrece.

A paz
lentamente
escurece.
Desce dos telhados,
das paredes,
quase chão.

O pôr-do-sol diz que não.

Maria Cepeda
Livro "Flor Azul"