chove como quem chora
molhando a calçada
que calcorreio, perdida
na ânsia de nada
que tudo anseio
nesta triste vida
de insanos sonhos
onde ando perdida,
jamais encontrada,
e, como de permeio,
passos na autoestrada
deixam vestígios
de larga passada
que minha não é
no meu pé de chinesa
enfio uma meia
de fina tristeza...
por cima, botas de aço
crânios estilhaço
a cada pequeno passo
choro perdido
laço no vestido
frio no regaço
amamenta o filho
de pé, no terraço
De Maria Cepeda
Sem comentários:
Enviar um comentário