sexta-feira, 19 de julho de 2013

Sortegel escoa produções aos agricultores

» A Sortegel, em Bragança, é uma empresa que não sente a crise. Com uma facturação anual de cerca de 17 milhões de euros, a maior empresa de transformação e exportação de castanha do País, ajuda os produtores da região a escoar a castanha e quer alargar a comercialização a outros produtos.
A Sortegel assinalou, este sábado, 25 anos, com uma cerimónia que reuniu cerca de 300 pessoas, entre as quais os produtores da região, que tiveram oportunidade de conhecer o interior da fábrica.
O presidente do conselho de administração desta empresa do sector agro-alimentar, José Garcia, não tem dúvidas que a Sortegel tem contribuído para reforçar a economia da região. “É um tipo específico de empresa, que em Portugal há muito poucas. Está enraizada no seu meio, corresponde a uma tradição e tem uma base sólida de sustentação”, realça o responsável.
José Garcia enaltece, ainda, o contributo da Sortegel para criar dinâmica nas aldeias transmontanas. “Há aldeias que têm população só porque têm castanheiros. Há aldeias que anualmente só têm rendimento da castanha e as reformas, sendo que o valor da compra da castanha é muito superior. São mais de 35 milhões de euros de rendimento anual proveniente da castanha”, sublinha o empresário.
Por isso, assiste-se à plantação de soutos novos na Terra Fria, uma zona que José Garcia considera que tem futuro ao nível desta cultura na Europa. “Aqui o negócio está montado de forma natural”, sublinha.
O presidente do conselho de administração da Sortegel enaltece, ainda o contributo da agro-indústria para valorizar a castanha de calibre inferior. “Actualmente, a indústria é responsável por tirar daqui mais de 50 por cento da castanha pequena. Se não fosse a indústria esta castanha perdia-se e não gerava rendimento. As famílias têm oportunidade de vender mais e mais caro”, garante o responsável.
Para ajudar os produtores a escoar as produções, não só de castanha, mas também de outros produtos agrícolas, a Sortegel está a alargar a presença nos mercados abastecedores do País. “No início de Julho já abrimos dois pontos de venda no Mercado Abastecedor de Lisboa, onde estamos a escoar produtos da região. Já escoámos cereja, estamos a escoar pêssego, melão, azeite, azeitona, batata. Queremos agora alargar para o Porto, Braga, e outros mercados abastecedores do País”, salienta Vasco Veiga, do conselho de administração da empresa.
O objectivo é ajudar os produtores da região a vender aquilo que produzem, visto que a empresa garante a comercialização das produções aos agricultores.
Ainda assim o castanheiro é a produção com uma maior escala na região. Por isso, a Sortegel é parceira da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e do Instituto Politécnico de Bragança (IPB), no desenvolvimento de projectos de investigação para combater as pragas do castanheiro.
Exemplo disso, é o projecto de combate ao cancro, que está a ser desenvolvido em parceria com o IPB. “Neste momento o IPB já está a multiplicar os fungos que permitem combater o cancro. No próximo ano, já podemos transportar para o campo aquilo que foi feito em laboratório”, salienta Vasco Veiga.
O objectivo é fazer chegar este tratamento aos agricultores, tendo em conta que a Direcção Regional de Agricultura e pescas do Norte também é parceria neste Projecto.
O bichado é outra praga que preocupa a indústria. “ Há anos em que mais de 30 por cento da castanha é bichada. Compramo-la como sendo sã e já em armazém o bichado desenvolve-se, o que compromete a rentabilidade do negócio”, constata José Garcia.
A Sortegel comercializa e transforma, anualmente, cerca de 10 mil toneladas de castanha, das quais cerca de 80 por cento é para exportação.

Retirado de www.jornalnordeste.com

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