segunda-feira, 15 de julho de 2013
O livro "Memórias da Maria Castanha" apresentou-se na Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro em Braga
Num almoço de Natal, no Centro de Dia da Arrifana, concelho da Guarda, ouvi a um utente as palavras: «castanhas caniçadas». Estas palavras estranhas e belas para mim foram o clique para um novo livro, «Memórias da Maria Castanha».
Parecia, de início, uma tarefa simples e rápida, que acabaram por se tornar num mar de trabalho, percorrendo mais de 50 municípios, mais de 50 lares de idosos, centros de dia e de convívio e milhares de quilómetros, desde o Algarve ao Minho, passando por Trás-os-Montes, Beiras e até às ilhas incluindo.
O livro, em formato de 17 X 24 cm, com mais de 300 páginas e a capa plastificada, acaba por se assumir como o completar de uma trilogia, depois da publicação de «A Castanha Saberes e Sabores» e «Castanea uma dádiva dos deuses». É um livro um pouco diferente dos dois anteriores, procurando preservar a memória imaterial e telúrica em torno do castanheiro e da castanha. Tem um índice remissivo por concelho, sendo mais fácil a consulta, constando, ainda, a dendrotoponímia do castanheiro e os brasões dos municípios e das freguesias, em 2012, que incorporam castanheiros, castanhas e ouriços.
No Prefácio, o escritor, Pires Cabral, diz que o autor, «sentindo que tinha ainda muito que estudar, investigar e divulgar sobre a castanha, resolveu arredondar aquelas duas obras numa trilogia, acrescentando-lhes estas Memórias da Maria Castanha – Vocabulário, variedades de castanhas, expressões, provérbios, receitas tradicionais e outros saberes etnográficos do castanheiro. (…) Estas Memórias são uma espécie de vade-mécum da relação do povo com a castanha. (…) Por isso aconselho a sua leitura pausada, como se tratasse de um romance amável, feita naqueles momentos em que acorda dentro de nós o apelo da ruralidade, que só se sacia indo às fontes».
É um trabalho de investigação que se persegue há cerca de década e meia, em especial nos dois últimos anos. É mais um livro etnográfico de consulta e uma das grandes novidades é o inventário das variedades de castanhas em Portugal, que ronda as 200, à semelhança do que investigadores galegos tinham feito na Galiza.
O lançamento deste livro aconteceu pelas 21H30, de 12 de Julho (sexta-feira), na Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro em Braga (rua Simões de Almeida n.º 95), integrado na comemoração de mais um aniversário.
A apresentação foi feita pela Dr.ª Marisa Moredo, Leitora de Língua e Cultura Galegas na UM e pelo Dr. José Hermínio Machado, Vice-Presidente desta Casa Regional.
Retirado de www.netbila.net
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