terça-feira, 16 de julho de 2013

Quercus defende novo Estudo de Impacto Ambiental para o Baixo Sabor

A associação ambientalista Quercus defende a necessidade de se elaborar um novo Estudo de Impacto Ambiental (EIA) para o Baixo Sabor, após o incêndio que consumiu alguns milhares de hectares de terreno naquela região.   
 


"O efeito do incêndio acumula-se com o efeito do enchimento da albufeira da barragem. Se forem somados os 15.000 hectares de área ardida às centenas de hectares de área inundada pela albufeira do Baixo Sabor, vamos um impacto no ecossistema brutal", diz o dirigente nacional da Quercus, João Branco.
Após a passagem de um "grande incêndio", os ambientalistas alertam para "as debilidades que ficam na estrutura do solo, já que toda ela é alterada".
Segundo João Branco, o solo "fica sem estrutura", o que faz com que seja arrastado mais facilmente, quer pela chuva quer pelo vento.
"A vegetação desapareceu. O solo ficou calcinado e, antes de vegetação voltar a crescer, em situação de fortes chuvadas haverá fenómenos de erosão", frisou.
Face a estes fenómenos, o ambientalista e dirigente nacional da Quercus disse que "faz todo sentido em pensar num novo EIA para a região abrangida pela barragem do Baixo Sabor", que se estende pelos concelhos de Torre de Moncorvo, Mogadouro, Alfândega da Fé e Macedo de Cavaleiros.
"Há valores naturais na região que foram destruídos pelo incêndio, havendo outros que serão inundados pela albufeira da barragem", acrescentou João Branco.
Apesar de a vegetação voltar a regenerar-se, "há uma série de ecossistemas que se degradam e não voltam a ser os mesmos".
João Branco exemplifica, afirmando que se uma área de sobreiros é consumida pelas chamas, o solo poderá não suportar a mesma cultura de montado.
"Inicialmente, os solos podem não suportar estas culturas, e só daqui a algumas dezenas de anos poderão voltar a suportar as suas culturas iniciais", concluiu.

Retirado de www.rba.pt

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