quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Cultura não se democratiza por falta de incentivos governamentais

Falta de sinalética adequada é apontada como fator dificultador no acesso a monumentos portugueses, este é uma das conclusões de um estudo que tenta relacionar a cultura com os diversos públicos.



A falta de apoios governamentais ao incentivo do consumo das várias expressões culturais leva a que, ao contrário da educação, a cultura ainda não chegue ao grande público, concluiu o estudo ‘A Cultura e os seus Públicos’, de Rute Teixeira, orientado por Isabel Vaz de Freitas, realizado no âmbito do Mestrado em Ciências da Educação da Universidade Portucalense (UPT).

“Graças à medida que instaurou a escolaridade obrigatória, a educação conseguiu derrubar barreiras socioeconómicas e chegar a uma grande maioria da população portuguesa, algo que seria importante que acontecesse com as diversas expressões culturais”, sublinha este estudo.

Tendo como ponto de partida a análise do público que visitou, de 2006 a 2011, o Santuário de Panóias, em Vila Real, os dados mostram que os visitantes são, na sua maioria, elementos da classe média, média-alta, jovens, com graus de estudo ou público escolar.

“Os equipamentos culturais desenvolvem estratégias pouco dirigidas aos diversos públicos e não penetram claramente em todas as camadas sociais ou em todos os grupos sociais, não havendo uma estratégia concertada para os equipamentos culturais e pouca valorização do que é o nosso património”, explica Isabel Vaz de Freitas.

E adianta que, quando a crise se instala, o dinheiro falha, em primeiro lugar na cultura, erro estratégico sobretudo porque a cultura é a primeira a atrair o turista, quer português quer estrangeiro, e sem investimento na valorização dos nossos monumentos o turista não se fideliza, não volta e a mensagem passada nunca é satisfatória.

A inexistência de sinalética adequada é apontada pelos visitantes como o principal elemento a dificultar o acesso físico a estes centros museológicos, logo seguido da falta de investimento de comunicação adequada, por parte das autarquias, na divulgação do seu património cultural junto das pessoas da região e do resto do país.

Dos cerca de 600 visitantes inquiridos, 156 são do distrito de Lisboa, 147 do distrito do Porto e 129 do distrito de Vila Real, o que revela uma maior apetência por parte do público proveniente das grandes cidades para a deslocação e posterior visita a este monumento, classificado como património nacional.

Retirado de www.noticiasdonordeste.com

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