quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Trás-os-Montes vai ficar deserto em 30 anos

deserto_e_passagem.jpg Até 2040 o interior do país deverá ter menos um terço da população. Trás-os-Montes é uma das regiões que corre o risco de ficar deserta, caso as taxas de natalidade continuem a baixar. A conclusão é de um estudo demográfico apresentado recentemente e que resulta do projecto DEMOSPIN, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia. O estudo relaciona o crescimento económico com o crescimento demográfico e para a região transmontana indica que tanto a produção como o emprego vai diminuir. “Em 2030, a produção em Trás-os-Montes diminuirá 11,8%, face a 2010, enquanto no país haverá um crescimento de 0,8%”, revela o coordenador do projecto, acrescentando que ainda na região “o emprego cai 30%”.Eduardo Castro, professor da Universidade de Aveiro, considera que o problema é sério pois pode levar ao esvaziamento do interior do país. Por isso, alerta as entidades responsáveis para tomar medidas que segundo ele só podem passar pela fixação de jovens. “Isto é um aviso aos decisores políticos do que irá acontecer se não se fizer nada. Nós só queremos dar estas informações aos decisores para que meçam a dimensão do fenómeno e tomem medidas para o contrariar”, refere Eduardo Castro, salientando que “o grande problema das regiões do interior do país é que não é capaz de reter os jovens que são aqueles que podem fazer filhos a longo prazo, por isso a única forma de reverter esta situação é atrair pessoas qualificadas para trabalhar em Trás-os-Montes”. O presidente da Comunidade Intermunicipal de Trás-os-Montes critica este estudo classificando-o como “visionário da desgraça”. “Eu não acredito nada nesse estudo pois tenho muita dificuldade em entender como é que uma inteligência iluminada possa dizer quantas pessoas é que o interior do país vai ter daqui a 30 anos”, afirma e lembra que “hoje o interior do país já não é o que era porque tem capital humana, as rodovias e os equipamentos que precisava”. Américo Pereira acredita que ao nível demográfico, a tendência será de crescimento. “Há sinais claros de que a população quer voltar para o interior e fixar aqui a sua residência e exercer aqui a sua profissão”, refere o autarca de Vinhais. “Portugal está farto de estudos e por isso não dou qualquer valor a este porque é como as previsões meteorológicas para daqui a um ano”, conclui.
Um estudo demográfico que indica que a região pode perder um terço da população até 2040 a ser desvalorizado pelos autarcas.
Escrito por Brigantia
Retirado de www.brigantia.pt

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