sábado, 30 de novembro de 2013

Desorganização prejudica sector da castanha

» Portugal é o segundo maior produtor da Europa, mas sector tem que ser formatado
A crescente produção de castanha na China é um factor que os agricultores transmontanos terão que levar em conta. O alerta foi lançado anteontem, durante o seminário “A castanha na Economia Local”, que decorreu em Sambade, Alfândega da Fé.foto
“Nos anos 60 a China praticamente não produzia castanha, mas agora é ela que faz crescer o mercado mundial. Neste momento é a grande produtora de castanha. Felizmente para nós, transmontanos, a castanha chinesa não tem qualidade, mas quando tiver vamos ter um sério problema, porque a globalização e o comércio estendem-se por todo o mundo”, avisa o vice-presidente da Refcast, António Borges.
Segundo o responsável, a China tem vindo a ganhar mercado e já é a maior produtora a nível mundial. “A China produz um milhão e meio de toneladas, enquanto que em Portugal andamos à volta das 22 toneladas. Isto são dados do Instituto Nacional de Estatística, embora eu ache que produzimos mais”, referiu.
Venda anárquica
Trás-os-Montes, por exemplo, produz 80 % da produção de castanha nacional, mas falta organização no sector.
“O mercado da castanha não tem regulação nenhuma. É anárquica a compra e venda, sem qualquer organização de produtores. Ou seja, eu tenho a minha castanha, não a levo para lado nenhum, fico à espera que me venham comprá-la e negoceio-a na hora”, explica António Borges.
Outro problema apontado no seminário foi a exigência de factura aos produtores. “Existe uma tremenda falta de coerência. Nas grandes cidades encontramos os assadores de castanha, que não passam factura e vendem a 2 euros a dúzia de castanhas, mas exigem que o agricultor passe factura. O assador vende o quilo da castanha a 20 euros e não paga impostos. Ou pagam todos ou não paga ninguém, pois a legalidade tem que ser para todos”, explicou o vice-presidente da Refcast.


Durante o seminário, que encheu a junta de freguesia de Sambade de produtores, debateram-se várias problemáticas do sector da castanha. O engenheiro António Borges é responsável da Sortegel, que é a unidade de transformação de castanha, com maior relevância no mercado.

Retirado de www.jornalnordeste.com

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