Só com o aumento do número de alunos é que as instituições do ensino superior do Interior vão conseguir manter os cursos abertos. O alerta foi deixado pelo secretário de Estado do Ensino Superior, em Bragança. José Ferreira Gomes participou, na passada sexta-feira, no encerramento do 1.º Congresso de Ensino Superior do Interior, onde comparou os cursos do superior com poucos alunos às escolas do 1.º Ciclo.
“Temos que melhorar a eficiência do Ensino Superior. Cursos com muito poucos alunos não podem manter-se, tal como escolas primárias com meia dúzia de alunos não puderam ser mantidas. Esses cursos não são bons e são injustos para os estudantes que lá estão, que poderiam em muitos casos ir mais longe na sua ambição natural de jovens e que são limitados por haver condições mais deficientes, no sentido de criar um grupo menos competitivo entre si”, justifica o governante.
O presidente do Instituto Politécnico de Bragança (IPB), Sobrinho Teixeira, até concorda com uma reestruturação da oferta formativa, mas rejeita a ideia de encerrar cursos por não haver interessados.
Cursos de dois anos
“Há uma quantidade enorme de jovens com capacidade, com vontade de ingressar no Ensino Superior, que não custam mais dinheiro ao País e que no retorno estarão muito mais capacitados e o País estará muito mais competitivo. Para que as instituições possam de facto receber essa juventude, sem o aumento do financiamento por parte do Estado, se tiver que se fazer um enquadramento da oferta formativa deve ser feita. O que eu acho que deve ser combatida é a visão de que se vão reduzir cursos porque há poucos jovens ou porque há poucos alunos”, enfatiza o presidente do IPB.
O secretário de Estado anunciou, ainda, em Bragança, a criação de novos ciclos de estudos, que vão passar a ser geridos pelos politécnicos.
“Os ciclos curtos vão ser organizados e vão depender muito da imaginação dos Institutos Politécnicos, que já têm a experiência com os Cursos de Especialização Tecnológica. O que pretendemos é que os institutos criem uma rede desse ciclo curto sobre todo o território, muito mais dispersa do que a própria rede de politécnicos, para estar perto dos jovens. A área de incidência do curso vai depender da economia regional, pode num sítio ser turismo, noutro metalomecânica e noutro agricultura”, explica o governante.
Estes cursos vão ter a duração de dois anos, não conferem nenhum grau académico, mas garantem um diploma.
O 1.º Congresso do Ensino Superior do Interior foi organizado pelas associações de estudantes. No final, o presidente da Académica, Ricardo Pinto, anunciou que o próximo congresso vai decorrer na Covilhã.
Destaque
Governo quer avançar com cursos de dois anos virados para o ensino profissional coordenados pelos politécnicos.
Retirado de www.jornalnordeste.com
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