quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Mar revolto

dói-me, insistentemente, a cabeça!
a vida é mar revolto...
ondas gigantes da Nazaré

insistentemente,
teimosamente,
põe-me à prova

esbofeteada pela espuma
anseio praia, pés na areia
e a suave melodia do tirano mar

sinto nos lábios a água salgada
na pele, a aspereza da mágoa
de não saber coisa alguma

incerta como chuva de verão
passo pela vida levemente
como carta dentro de uma qualquer garrafa

apenas baloiço ao sabor das marés
posso juntar-me aquilo que és
na esperança de que passe

noite madura encosta-se a mim
insiste ser sono que não quero dormir
os olhos vermelhos de tanto pensar

Mara Cepeda






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