dói-me, insistentemente, a cabeça!
a vida é mar revolto...
ondas gigantes da Nazaré
insistentemente,
teimosamente,
põe-me à prova
esbofeteada pela espuma
anseio praia, pés na areia
e a suave melodia do tirano mar
sinto nos lábios a água salgada
na pele, a aspereza da mágoa
de não saber coisa alguma
incerta como chuva de verão
passo pela vida levemente
como carta dentro de uma qualquer garrafa
apenas baloiço ao sabor das marés
posso juntar-me aquilo que és
na esperança de que passe
noite madura encosta-se a mim
insiste ser sono que não quero dormir
os olhos vermelhos de tanto pensar
Mara Cepeda
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