O serviço está a funcionar há pouco mais de uma semana
através de uma parceria da Unidade Local de Saúde do Nordeste (ULSNE),
responsável pelos três hospitais e 15 centros de saúde da região, com o
Hospital de Santo António do Centro Hospitalar do Porto.
Em poucos dias, sete utentes do Nordeste Transmontano
conseguiram um diagnóstico e encaminhamento que demoraria mais de um ano devido
às listas de espera em dermatologia, uma especialidade que o Serviço Nacional
de Saúde não oferece nesta região.
O presidente do Conselho de Administração da ULSNE, António
Marçôa, explicou à Lusa que este projeto é pioneiro a nível nacional no âmbito
de uma recente decisão da tutela para o estabelecimento da telemedicina de
forma mais estruturada.
O serviço ficou a custo "zero", como sublinhou o
diretor clínico da ULSNE, Domingos Fernandes, já que os centros de saúde da
região estavam equipados há dez anos com a tecnologia necessária e que não
estava a ser aproveitada.
"Estamos imensamente satisfeitos porque se consegue
efetivamente provar que, mesmo não tendo recursos na nossa região em algumas
especialidades, conseguimos fazer muito bom trabalho", observou o
presidente do Conselho de Administração.
Os 15 centros de saúde do Nordeste Transmontano têm agora
condições de realizar teleconsultas e telerastreios num processo acompanhado
pelo médico família em contacto com especialistas do Hospital de Santo António,
no Porto.
"É um bom exemplo de acessibilidade na perspetiva
espacial de distância, vamos encurtar uma distância de 240/300 quilómetros, e
acessibilidade temporal, porque temos uma resposta imediata" apontou o
diretor clínico.
O responsável acrescentou que com este processo, é possível
obter "uma resposta imediata, em termos de diagnóstico, com o doente no
seu centro de saúde, e caso seja necessário, imediata também no hospital de
destino, [já que] o encaminhamento passa a ser imediato".
Os responsáveis pela ULSNE pretendem alargar a telemedicina
a outras especialidades e também internamente, permitindo, por exemplo, a
ligação das cinco urgências existentes na região às especialidades existentes
nos hospitais locais para evitar deslocações internas dos doentes.
Para o administrador António Marçôa, a telemedicina é um
"bom exemplo de que, sem aumento de custos, é possível conseguir criar mais
acessibilidade aos utentes"
"O esforço que nós estamos a fazer é de evitar que haja
utentes a terem que se deslocar para fora da região", vincou.
A falta de especialidades no Nordeste Transmontano obriga os
utentes do Serviço Nacional de Saúde a percorrerem distâncias, em alguns casos,
de centenas de quilómetros, até ao Porto ou Vila Real para consultas ou
tratamentos.
Lusa
Retirado de www.diariodetrasosmontes.com
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