sábado, 12 de janeiro de 2013

Fernando Sinaga - Ideias K

CAC

O Centro de Arte Contemporânea Graça Morais apresenta a exposição IDEIAS K, de Fernando Sinaga
Título da exposição: Ideias K
Artista: Fernando Sinaga (Saragoça, 1951)
Comissária: Glória Moure
Produção: Museu de Arte Contemporânea de Castela e Leon – MUSAC
Organização: Acción Cultural Española - AC/E
Programação: CMB / Centro de Arte Contemporânea Graça Morais

O Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, em Bragança, apresenta no próximo dia 12 de janeiro a exposição IDEIAS K, uma mostra retrospetiva do artista, radicado em Salamanca, Fernando Sinaga, comissariada por Glória Moure.
A exposição percorre, através de mais de quarenta obras em diversos suportes expressivos, o imaginário subjacente na obra de Sinaga ao longo de grande parte da sua etapa criativa, desde 1984 até à atualidade.
Ideias K procura destacar tanto o caráter transversal e diversificado, mediante uma contundente ordenação das conexões e vínculos existentes no seu trabalho ao longo dos últimos 26 anos.

Sobre a obra de Fernando Sinaga

Um dos campos da profundidade poética definitórios das artes plásticas da segunda metade dos anos sessenta, com profundas marcas na atualidade, é a consideração da perceção e dos seus processos como motivo em si mesmo. Fernando Sinaga (Saragoça, 1951) submerge-se neste âmbito com uma subtileza notável, utilizando para isso principalmente a cor e os dispositivos percetivos. É importante sublinhar também que essa poética percetiva, ao ser tratada como processo, abre os limites materiais das obras e define-as como interferência com as audiências. Adicionalmente, esta aproximação “aberta” desencadeia a experiência da escultura como operação mental, como pensamento e não como entendimento.
A ideia de perceção e criação interativas implica em Sinaga um aspeto diretamente relacionado, que também o coloca na vanguarda da sua geração. Face à serialização e à assepsia tipicamente minimalista, Sinaga adota uma posição que poderia ser descrita como naturalista, no sentido de que, mediante contrapontos mínimos e suportes adequados, trata de desencadear processos complexos de concatenação percetiva irreversíveis. Nada é deixado ao acaso, a não ser a interdependência infinitesimal, típica dos processos naturais.
A abertura interativa para as audiências conjuga-se em Sinaga com o tom naturalista das pequenas variações que desencadeia, para moldar um claro paisagismo de interiores, em aliança com a arquitetura, onde frequentemente a cor não só ativa a composição, mas define-a também em planos abertos a partir do jogo de correspondências entre os espaços e as formas.

Sobre a exposição IDEIAS K

A exposição retrospetiva Ideias K, de Fernando Sinaga, no Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, em Bragança, procura reconhecer o imaginário simbólico, geométrico, ótico, material e cromático que subjaz no trabalho do artista desde o Pequeno-almoço alemão, 1985, até à sua obra recente. Através dos variados suportes expressivos, que o artista usa, a proposta expositiva mantém de forma simultânea, tanto o caráter específico e experimental da obra, como o seu caráter transversal e diversificado.

O projeto reivindica o humor independente de Sinaga e teima em evidenciar a riqueza e a complexidade da sua obra. A transferência de limites supõe não só a interatividade entre as obras, sejam objetos ou imagens, mas também a valorização do espaço como um elemento visual e plástico mais do que contentor neutral de criações, o que por sua vez significa valorizar a arte mais como experiência estética em que se participa, do que como contemplação distanciada.

Ao longo das salas do CACGM será exibida, por um lado, um conjunto de peças configura os trabalhos fotográficos, escultóricos e audiovisuais de Sinaga, que se farão acompanhar de obra sobre papel como fio condutor, em jeito de trajeto ou de pequenos escaparates que pontilham o percurso.

Desde Una parte de la realidade, 1985, os objetos a as pinturas sobre metal, primordiais e obrigatórias, foram criados para acentuar e remodelar espaços preexistentes, enquanto obras como Deuteroscopia (La segunda vista), 2008 reconfiguram zonas de esforço e reflexão percetiva.

Ideias K põem em evidência que Sinaga se submerge numa ideologia individual, de mudança, favorecedora das diferenças e não da homogeneidade e que responde ao imperativo estético no sentido de criação e não de beleza, por um lado através da ampliação do conceito de escultura, e por outro, em obras como Lo blanco e lo negro, 1995, através da reformulação da ideia de abstração.

Sobre Fernando Sinaga

Nasceu em Saragoça, em 1951, vive e trabalha em Salamanca. A sua formação artística decorreu na cidade de Saragoça até ao começo dos seus estudos de Belas Artes em Barcelona, onde obtém a Bolsa de Estudo Amigó Cuyás, em 1972, e a Bolsa Castellbranch, em 1973. Em 1976 finaliza os seus estudos na Escola Superior de Belas Artes de Madrid e obtém o prémio da Direção Geral das Belas Artes. Em 1983, devido ao seu interesse pelos estudos goethianos, obtém uma bolsa da Fonds für freie Erziehung , de Zurique, para prosseguir os seus estudos sobre a teoria da cor. Em 1984 obtém uma nova bolsa de investigação para estudar a Escultura Pública nos USA e ao seu regresso dos Estados Unidos obtém um lugar de professor na Faculdade de Belas Artes de Salamanca, fixando a sua residência nesta cidade até ao momento presente.

A exposição de Sinaga, El desayuno Alemán, 1985, apresentada na Galeria Villalar de Madrid patenteou a obra deste artista dentro da cena artística espanhola dos anos 80 e desde então a sua obra já foi exposta em distintas galerias e museus de Espanha, França, Alemanha e USA. Em 1989 participa na XX Bienal Internacional de São Paulo, Brasil, e em 1992 na 5 Trienal Fellbach, na Alemanha. No ano de 2000 a sua obra representa o seu país no Pavilhão de Espanha na Expo de Hannover e pouco depois a sua obra “Cuerpo Diamantino” é exibida na exposição Arte em Espanha, 1997-2002, Obras da Coleção de Arte Contemporânea do Patio Herreriano na Sala de Exposições Picadeiro de Moscovo.

De entre as suas últimas exposições em Espanha podemos destacar, On Prediction (2005), Museu Vostell Malpartida; La Estancia Inhóspita (2005), IVAN, Valência, Cor Duplex (2005) Museu Pablo Serrrano de Saragoça, God Dog (2006), Galeria Adoración Calvo, Salamanca, ou Zona (2006) no DA2, Domus Artium de Salamanca. Podem encontrar-se catálogos especializados sobre o seu trabalho na Fundação Miró em Maiorca (1996); Palácio dos Condes de Gabia, Granada (1998); Palácio Revillagigedo, Gijón (1999); Sala Amárica de Vitória (1999); IVAM, de Valência (2005) e Museu Pablo Serrano de Saragoça (2006).

A sua trajetória Artística recebeu o reconhecimento público da Fundação Valparaiso de Almeria, do Prémio Villa Madrid da melhor exposição de escultura realizada nesta cidade no ano de 2001 e o Prémio Aragón Goya 2010, autorgado pelo Governo de Aragão pela sua destacada trajetória artística.

Retirado do site da Câmara Municipal de Bragança

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