É hora de ir embora!
Faz-se tarde, vamos lá!
Não façam alarde, tenham calma!
A viagem é longa,
mas a vida é calma!
Pequena!
De beleza estonteante,
Deita-se serena como um diamante.
Que bela mão a usaria?
A de Deus, certamente!
Outra não ousaria
perturbar o seu repouso.
O Serro aprecia os telhados vermelhos
e não quer imaginar os seus sonhos desfeitos.
Afinal não passa de pedra,
vestida de verde.
Não tem sentimentos.
Apenas os inspira.
Ao longe a avisto, em ondas de emoção.
E canto com ela as muitas canções trazidas pelo vento
que vergasta as árvores sacudindo as folhas.
E toda sou, filha pródiga que regressa à casa que a viu nascer,
de olhos marejados.
Quem diz que aqui não há mar,
empresto os meus olhos para neles mergulhar.
Mara Cepeda
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