sábado, 21 de setembro de 2013

Brito de Baixo, a despedida do Verão (Imagens do ano passado. As deste ano o fogo levou.)

É hora de ir embora!
Faz-se tarde, vamos lá!
Não façam alarde, tenham calma!
A viagem é longa,
mas a vida é calma!
 
Pequena!
De beleza estonteante,
Deita-se serena como um diamante.
Que bela mão a usaria?
A de Deus, certamente!
Outra não ousaria
perturbar o seu repouso.
 
O Serro aprecia os telhados vermelhos
e não quer imaginar os seus sonhos desfeitos.
Afinal não passa de pedra,
vestida de verde.
Não tem sentimentos.
Apenas os inspira.
 
Ao longe a avisto, em ondas de emoção.
E canto com ela as muitas canções trazidas pelo vento
que vergasta as árvores sacudindo as folhas.
E toda sou, filha pródiga que regressa à casa que a viu nascer,
de olhos marejados.
Quem diz que aqui não há mar,
empresto os meus olhos para neles mergulhar.
 
Mara Cepeda

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