o sol abrasador
queima a, já, tostada pele
que a muita roupa não cobre
o peso dos recipientes
é demasiado
para tão pequena mulher
os pés, descalços
gretados, calosos
pedem descanso
a vida não o permite
os filhos choram de sede
na pequena cabana
o mais novo está desidratado
as tetas não dão leite...
quantos quilómetros, ainda, para percorrer!
quando lá chegar
será noite
será possível, amanhã, fazer dia?
a pequena mulher arrasta-se
pelo caminho de terra ressequida
o filho, junto ao peito, já não chora
Mara
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