Algumas centenas de peixes apareceram nos últimos dias mortos ou moribundos junto à mini hídrica de Rebordelo, no concelho de Vinhais.
As razões prendem-se com uma doença que apareceu fruto das alterações climatéricas que se registaram nos últimos dias. Duarte Lopes, veterinário municipal de Vinhais explica-nos em que consiste esta doença denominada de doença dos pontos brancos.“Os peixes aparecem-nos com muitos brancos numa fase mais avançada. É uma doença que enfraquece os peixes e provoca a sua mortalidade. Há uma quebra de imunidade dos peixes, os peixes perderam as suas defesas naturais porque foi verificada no final do mês uma diminuição muito brusca da temperatura, parte do rio Rabaçal ficou congelada”, referiu. E acrescentou: ”Sofreram uma acção de stress provocada por essa baixa temperatura. O ciclo parasitário teve condições para se desenvolver. E o facto de água estar estagnada também contribuiu para o desenvolvimento do parasita”.Já para Américo Pereira, autarca de Vinhais, esta situação de mortalidade nos peixes, também pode ter a ver com o grande número de mini hídricas que forma construídas e que alteram o regular caudal dos rios.“Isto vem comprovar exactamente os enormes prejuízos que este tipo de albufeiras traz para as localidades onde estão situadas. Nunca tinha acontecido uma mortalidade tão grande de peixes no concelho de Vinhais. Temos neste momento já cinco hídricas em funcionamento, preparam-se para construir mais três”. O autarca queixa-se de as populações não serem compensadas pelos prejuízos.
“As populações não recebem absolutamente nada nem a câmara pelos prejuízos que diariamente sofremos com este tipo de empreendimentos e assistimos a este tipo de “espectáculo”O ideal era que não continuassem a construir hídricas ou, caso não seja possível impedi-las que compensem as populações porque isto mexe com a fauna, a flora, todo o ambiente… Daqui a pouco já não há um quilómetro onde se possa pescar porque está tudo ocupado com hídricas”.Neste momento, uma equipa da câmara de Vinhais está a proceder à recolha dos peixes que aparecem mortos, pois segundo Duarte Lopes, esta é a a forma mais adequada de combater o parasita.
“Resolve-se não com uma acção química, que isso seria impensável, mas com este tipo de acções que estão a desenvolver agora. Recolher os animais mortos, reduzindo a fonte de infecção. Os animais que existem ficam imunizados, como que vacinados”.Segundo fonte da GNR, este é caso único no distrito de Bragança.
Escrito por Rádio Vinhais (CIR)
Retirado do site www.brigantia.pt
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