Nasceu em Luanda. Com que idade veio para Portugal e que recordações guarda desses tempos?
Eu, de facto, nasci em Luanda e voltei para Portugal com seis anos. Tenho algumas, poucas, recordações. O meu pai era funcionário da aeronáutica civil e recordo-me essencialmente de Luanda, da Baia… tenho uma grande recordação da Baia de Luanda, vista do forte e de Nova Lisboa que foi a última cidade onde vivi e onde fiz a pré-primária.
Sente-se angolana?
Sinto-me um bocadinho africana.
O que foi que a levou a seguir o caminho da engenharia zootécnica?
De facto eu gostava de ter seguido veterinária mas, enfim, pelo contacto que tínhamos aqui na altura, porque o meu avô e os meus pais são de aldeias aqui perto de Bragança e tínhamos animais em casa, nasceu o carinho pelos bovinos e por outros animais e daí eu ter pensado em seguir um curso relacionado com a produção animal.
Apesar de ter feito a sua licenciatura em Vila Real é em Bragança que exerce a sua actividade. Não é muito normal que os jovens queiram ficar pelo interior já que anseiam por novos horizontes. Encontrou aqui o seu?
Sim, de certa forma, encontrei aqui o meu porque, de facto, quando terminei a minha licenciatura, aliás, ainda antes de a terminar, já tinha pensado em fazer o estágio no Parque Natural de Montesinho. Fiz o estágio aqui em Bragança e foi aí que começou a minha actividade, ainda no âmbito da licenciatura mas, começou relacionada com a apicultura.
A sua vida profissional está intimamente ligada à vida académica e à Escola Superior Agrária de Bragança, no entanto a sua ligação a Espanha também é muito importante já que foi lá que fez o seu mestrado. Fale-nos um pouco desse percurso.
De facto tive a oportunidade e, de certa forma, a sorte de poder realizar e frequentar o mestrado em Saragoça no Instituto Mediterrânico de Saragoça. Foi uma experiência de facto interessantíssima no sentido em que convivemos, éramos um grupo muito grande de vários países, inclusivamente do norte de Africa, da América do sul, italianos, espanhóis e, de facto, na altura o mestrado foi feito em produção animal e tive alguma dificuldade em encontrar orientador em apicultura porque era nessa área que eu queria escrever a tese e fazer o trabalho prático e finalmente consegui encontrar um professor catedrático na Universidade de Veterinária de Saragoça que de facto tinha um grande amor pelas abelhas e pela apicultura.
O tema da apicultura tem tido uma grande importância na sua vida académica. Fale-nos um pouco dessa ciência e das suas particularidades.
A apicultura é uma ciência muito interessante e inclusivamente atrever-me-ia a dizer, uma actividade radical, porque é uma actividade que nem toda a gente gosta. A apicultura é uma actividade de que as pessoas ou gostam ou não gostam. Não há meio-termo e a vida das abelhinhas é fascinante tem uma organização social fantástica e é muito interessante por isso mesmo.
Eu comecei esta actividade porque tinha no fim do curso uma disciplina de opção que era apicultura, resolvi fazer essa disciplina e fiquei encantada com o que aprendi e disse: “”Esta é a minha área de investigação, se puder seguir por aqui, é por aqui que seguirei.”
Uma colmeia é uma comunidade extremamente complexa e bem organizada em que tudo depende da rainha. Que tipo de coisas pode prejudicar essa harmonia?
Há um determinado número de factores, mesmo os factores ambientais, e inclusivamente, biológicos que podem afectar essa harmonia porque a rainha, normalmente, tem uma esperança de vida de cinco anos. Em apicultura intensiva a rainha deve ser substituída de dois em dois anos mas há, sempre, um determinado número de factores, por exemplo, quando se realizam determinadas práticas de maneio onde, sem querer, o próprio apicultor pode contribuir para a perda dessa rainha e é o factor que vai destabilizar a colónia e que vai de certa forma mudar todo o ambiente dentro da colmeia no sentido em que as abelhinhas vão ter necessidade de produzir uma nova rainha. Há certos factores ambientais, sobretudo nesta altura da primavera, a população dentro da colónia começa a crescer a partir do início da Primavera, principalmente aqui, na região de Trás-os-Montes, onde temos uma paragem invernal em que o apiário e as colónias tornam-se improdutivas devido às baixas temperaturas e o retomar do seu trabalho começa com o início da primavera e a colónia começa a desenvolver-se e dá-se a chamada enxameação que ocorre naturalmente quando o apicultor não a controla e, nesse caso, vai haver também uma grande mudança na colónia porque, efectivamente, vamos perder metade do enxame… há vários factores que podem contribuir para esta alteração no interior da colmeia, como as próprias patologias que, hoje em dia, é uma grande problemática à volta da apicultura. Recordo-me o meu avô era apicultor, tinha cortiços e recordo-me perfeitamente que eram poucas as vezes, durante o ano, em que ia visitar os apiários. Normalmente ia também na primavera que era a altura de se apanharem os enxames e depois ia, praticamente, só no fim do verão para recolher o mel para consumo de casa. Hoje em dia esta actividade já não é tão fácil de controlar porque, com o aparecimento de novas patologias, como por exemplo, a varrooze que é neste momento a nível mundial a patologia que mais problemas e mais mortalidade tem causado, obriga-nos a, de facto, termos uma actividade de maneio muito mais complexa, de termos de visitar o apiário com uma frequência mais elevada no sentido de termos de prevenir e tratar estas patologias. A varrooze apareceu e levou à desmotivação de muitos apicultores que, devido à mortalidade que tiveram nos seus apiários, chegaram a ficar sem enxame nenhum dentro das suas colmeis que desistiram da actividade apícola e há um grande problema à volta desta doença, por isso nós, na escola, temos vários projectos que estão a ser realizados no âmbito desta patologia, precisamente porque, nos últimos anos, também, com o aparecimento da polémica dos resíduos de antibióticos no mel e nos produtos derivados da colmeia, além disso, também, o facto de ter aparecido alguma resistência dos próprios ácaros, porque a varrooze é provocada por um ácaro que é o varroa destructor, tem feito que a apicultura se tenha concentrado muito numa das suas partes.
A apicultura é uma actividade muito abrangente porque podemos trabalhar só nos produtos apícolas, como por exemplo o mel; podemos trabalhar na parte patológica e esta parte de facto tem movido muitos meios por esse mundo fora porque é uma doença que continua a dar grandes problemas aos apicultores. Neste momento estamos a desenvolver um projecto a nível da Escola Superior Agrária que visa fazer o rastreio da resistência dos ácaros desta doença e este projecto tem o objectivo de fazer o rastreio para ver se efectivamente há uma resistência do ácaro que provoca a varroose aos produtos químicos que estão homologados a nível nacional. Existem só dois produtos químicos homologados neste momento que é o apistem e o apivar e como foram feitos em vários países, já houve estudos em França, em Espanha, em Itália… a Suíça que foi um dos primeiro países e o último estudo que foi feito no Reino Unido e nós, enfim, também pressionados por muitos apicultores que começaram a dizer que percebiam que, após realizar os tratamentos, as suas colónias continuavam infestadas com esta patologia e então surgiu este projecto no sentido de verificar se há ou não resistência dos ácaros a estes químicos, a estes acaricidas homologados a nível nacional. Este, entre outros projectos, estão a ser realizados.
O sector do mel poderá ser muito importante para a região de Trás-os-Montes. Em sua opinião o que pode ser feito para tirar desta actividade, melhor partido?
O que poderemos fazer é incentivar os jovens a realizar projectos apícolas, porque nós vivemos numa zona com vários parques, temos o Parque de Montesinho, temos o Parque do Douro internacional e é uma zona em que se produz mel de qualidade e, se conseguirmos incentivar, através de cursos de formação e de outros meios, incentivar jovens a iniciar a sua actividade apícola, essa será uma mais-valia para a região, no sentido em que ajuda a fixar a população no meio rural, o que acaba por ser uma mais-valia para a região.
O Parque Natural de Montesinho alberga uma associação de produtores de mel a que está também muito ligada. Fale-nos dessa associação.
A Associação de Apicultores do Parque Natural de Montesinho tendo como seu presidente o senhor Manuel Gonçalves, é uma associação muito activa e muito dinâmica e nós temos trabalhado com ela, nós escola, eu em nome da escola e não só e outros colegas meus, temos tido uma grande ligação. Um dos grandes objectivos do IPB é o apoio comunitário, tendo o presidente dessa associação a sensibilidade suficiente para juntar a parte científica, no sentido de valorizar todo o maneio e no sentido de incrementar um pouco o conhecimento de alguns aspectos da apicultura. Temos tido um relacionamento excepcional com ele e foram realizados, ao longo destes últimos anos, vários protocolos no sentido de apoiar esta actividade. No fundo, a apicultura é um dos campos em que podemos dizer que a escola cumpre o objectivo de apoio à comunidade porque, com a colaboração que temos com a associação, têm-se desenvolvido vários projectos. Eu tenho tido vários estagiários em apicultura duas das quais estão, neste momento, integradas profissionalmente e estão a trabalhar em duas associações de apicultores onde têm sido desenvolvidos muitos trabalhos que têm contribuído para o desenvolvimento da apicultura regional, precisamente, como fruto desta colaboração entre a associação e o IPB.
O que distingue o mel de Trás-os-Montes dos restantes, a nível mundial? Uma característica que marque, realmente, a diferença…
Essa questão faz-me lembrar outras questões que muitas vezes, várias pessoas colocam que é: “Qual é o mel de melhor qualidade?” E nós dizemos: “O mel é todo bom.” Quem faz o mel são as abelhas. Elas colectam o néctar que depois, adicionando secreções que elas produzem, vão colocar na colónia, nos favos da colmeia e que vai ser amadurecido, vai ser desidratado e vai transformar-se em mel. O mel, no fundo, é o conjunto do néctar mais as secreções das abelhas que, depois de desidratado, que é o processo de maturação, acaba por se transformar em mel e o nosso mel distingue-se… nós somos um país com poucos apicultores profissionais, o que é uma desvantagem, embora, actualmente, de alguns anos a esta parte, estes números, tenham sofrido uma tendência positiva, no sentido de se incrementar mas, produzimos um mel de qualidade porque produzimos mel em pequenas quantidades. Há uma grande problemática com os métodos de outros países, porque, muitas vezes, os grandes produtores, os que praticam a apicultura de forma intensiva, para não terem perdas de rentabilidade, alimentam as suas colónias artificialmente o que poderá adulterar a própria qualidade do mel. Nós, vivendo nesta região com uma flora autóctone tão variada, produzimos um mel de elevada qualidade e que é procurado por vários países. Nós exportamos muito, embora, sejamos um país deficitário em mel, as exportações nos últimos anos têm vindo a aumentar e exportamos para vários países sendo um dos principais, a Espanha, sei que há exportações para o norte de África e para outros países, a Alemanha que é um dos maiores consumidores de mel a nível europeu e um dos mais exigentes na qualidade dos produtos que consome. Eu sou de opinião que, o mel que produzimos, é um mel de elevada qualidade, além disso, nós temos trabalhos realizados em colaboração com a associação, onde são realizadas análises químicas ao mel para o controle da qualidade, que nos permitem, de facto, comprovar essa qualidade.
Tem corrido meio mundo para participar em actividades relacionadas com o mel. A que nível estamos nós, na produção e comercialização do mel, comparativamente com outros países produtores?
Eu diria que somos um país que está a um nível muito baixo, porque a apicultura é uma ciência que exige que as pessoas tenham uma determinada sensibilidade para ela. A apicultura, em Portugal, está nestes últimos anos a arrancar, em termos do seu desenvolvimento, o que a Espanha fez há muitos anos atrás. Na Espanha existem muitos profissionais, muitos biólogos, muitos veterinários, muitos profissionais a trabalhar no sector apícola, muitas vezes em universidades e em centros de investigação, muitas vezes, também, apoiados a nível estatal. A apicultura é uma actividade que, até há poucos anos, havia pouca sensibilidade a nível estatal para dar apoios ao sector apícola. Não sei se só porque pertencemos à união europeia e existe uma certa pressão, porque a união europeia é um mercado muito forte na produção de mel e na sua importação também e, ultimamente, devido a uma mudança de atitude dos nossos políticos e dos nossos governantes, têm havido bastantes apoios para a apicultura e programas que nos têm permitido realizar trabalhos de investigação no sentido de podermos apoiar e ajudar os apicultores em Portugal.
E, precisamente, em Portugal, qual é o lugar que nós ocupamos na produção de mel, os transmontanos, obviamente?
O que posso dizer é que, efectivamente, Portugal tem uma realidade apícola completamente distinta, não só devido às suas condições climáticas mas, também, pelas suas características climáticas porque, no norte do país existe uma realidade apícola que é completamente diferente da realidade apícola, por exemplo, do sul do país. O mel certificado do Parque Natural de Montesinho representa 81% do mel certificado a nível nacional o que representa uma grande mais-valia. A Associação do Mel de Montesinho é das associações mais dinâmicas do país e tem contribuído para este desenvolvimento.
Existe toda uma parafernália de materiais e instrumentos direccionados para a produção de mel. É mesmo necessária a utilização de todos esses auxiliares?
Sim, porque a apicultura envolve… a actividade apícola para ser rentável tem de realizar várias práticas de maneio as quais envolvem a utilização de material muito diversificado. Hoje em dia, que estamos numa época em que tanto se fala na segurança no trabalho, um apicultor ou qualquer pessoa que visite o apiário tem que levar o equipamento de protecção essencial que normalmente é constituído por um fato, pode ser um casaco e umas calças com máscara incluída, uns polainitos que têm como função a protecção dos tornozelos, umas luvas e depois, o material apícola para poder abrir a colmeia: o fumigador, o ferro levanta quadros, uma escova se quisermos sacudir as abelhas de um quadro para podermos, de uma forma mais visível, verificar a idade da criação das abelhas e depois há todo um trabalho que é realizado fora do apiário que tem a ver com a colocação da cera nos quadros. Há outro material, por exemplo, alimentares porque, às vezes, é necessário alimentar as colmeias. Os núcleos, para podermos transportar enxames porque o núcleo, é metade do enxame. Existem extractores e centrifugadores que nos permitem, de facto, extrair o mel. Existem desorpiculadores eléctricos para desorpicular, porque o mel, quando está maduro, a abelha constrói um alvéolo e o mel fica isolado dentro desse alvéolo e uma das operações que é necessário realizar é a de desorpicular, retirar essa camada de cera que existe para o mel poder fluir e poder ser retirado do quadro.
As picadas das abelhas podem ser mortais?
Exactamente. Não sei se se recordam mas, suponho que foi há dois ou três anos, morreu aqui na região, um apicultor e esta é uma questão que muitas vezes inibe muitas pessoas de praticarem esta actividade porque, normalmente, os apicultores têm diversas reacções à picadura das abelhas. Pode ser uma reacção normal que a qualquer momento se pode transformar numa reacção alérgica. Eu, neste momento, desenvolvi uma reacção alérgica e estou a fazer um tratamento de dessensibilização para ver se consigo poder praticar, tranquilamente, a minha actividade sem pensar no problema de poder ocorrer alguma coisa.
Mas existe também o inverso?
O veneno da abelha tem muitas qualidades terapêuticas e é utilizado há muitos e muitos anos. Há clínicas em Espanha que utilizam uma abelha para fazer uma picada dirigida, principalmente, para doenças relacionadas com os ossos.
Fala-se muito de agricultura biológica, dos produtos biológicos. O mel não é todo biológico?
Uma questão interessante. O mel é todo biológico mas, o conceito de biológico também é um conceito mais subjectivo. O mel é todo biológico mas, como hoje em dia na apicultura, devido à problemática das patologias, é necessário realizar tratamentos que incluem utilização de antibióticos acaricidas. O mel que é um produto biológico, que é o néctar recolhido das plantas pode, enfim, deixar de ser biológico se começarem a aparecer resíduos de antibióticos e acaricidas neste produto. E por isso, uma das grandes alternativas à utilização de acaricidas é a utilização de produtos biológicos que são produtos naturais como o timol, o acido fólico e, nesse contexto, chamamos-lhe apicultura biológica porque, esta apicultura não utiliza, nas suas práticas de maneio, quando tratamos preventivamente ou curativamente ou quando tratamos alguma patologia, não se utilizam produtos químicos e, nesse sentido, falamos em mel biológico.
O que pensa que se pode fazer para potenciar o desenvolvimento do nordeste transmontano?
Eu, pessoalmente, penso que, de facto, a apicultura é um caminho para o desenvolvimento regional e é um caminho porque pode ser explorado em diversas vias. Se nós estimularmos a iniciação de jovens nesta actividade e, inclusivamente, já temos alguns a trabalhar nesta actividade, são jovens que existem nesta região e que podem valorizar o nível de vida das populações destas zonas mais desfavorecidas e, consequentemente, contribuir para a manutenção do espaço rural.
Isso pode servir também para evitar a desertificação?
De certa forma.
Fala-se muito da falta de acessibilidades. Na sua opinião, teremos, finalmente, com este governo, a resposta aos nossos anseios?
Está a iniciar o seu mandato. Teremos que esperar para ver se, de facto, responde a todos os nossos anseios.
Parece-lhe que agora vamos ter novas vias, com a construção da A4 até Quintanilha, o IP2 cuja conclusão é ansiada por todos os transmontanos, e a hipotética ligação à auto-estrada das rias Baixas, ficaremos mais preparados para o desenvolvimento de que tanto necessitamos?
Sim, eu espero que, nesse aspecto, eles melhorem a nossa qualidade de vida, pelo menos em termos de acessibilidades.
Quer comentar a polémica sobre a Universidade de Bragança?
O comentário possível que eu poderei fazer é que uma universidade é uma mais-valia seja para a cidade que for e eu comungo do sonho do nosso presidente do IPB que universidade em Bragança seria uma mais-valia para o desenvolvimento regional.
Sem fazer futurologia, o que espera do futuro de Trás-os-Montes?
Normalmente sou uma pessoa bastante positivista mas, estamos num quadro nacional e europeu que não é muito agradável quanto ao nível económico e de empregabilidade. Está tudo relacionado com as questões económicas e o desenvolvimento do país e, nesse sentido, suponho que temos de ter pessoas que, a nível profissional, sejam dinâmicas e que tenham a suficiente coragem para agir e uma visão ampla no sentido de ajudar a desenvolver a nossa região. É importante que essas pessoas tenham sensibilidade e que gostem da região onde vivem e desenvolvem as suas actividades profissionais.
Sobre as suas actividades quer deixar uma dica, uma sugestão?
A apicultura é uma actividade radical no sentido em que quem não gosta não vale a pena insistir mas, todos aqueles que não tenham uma ideia preconcebida - nós temos alunos que têm um certo receio das práticas realizadas porque têm medo de ser picados - a abelha não pica por uma questão de agressividade. Há muitos autores, hoje em dia, que comentam essa questão e escreve-se muito sobre isso, é uma questão de sensibilidade. Ela não ataca por atacar, ela ataca para se defender. Não seja este um impedimento, muitas vezes por ignorância, para que jovens possam ter algum contacto com esta actividade e, de certa forma, poder começar a apreciá-la, até porque existem meios de segurança e qualquer pessoa na rua pode levar uma picadela de uma vespa que dói muito mais, é muito mais doloroso e eu espero que, enfim, pensem que pode ser um modo de vida muito rentável.
Que as picadelas não seja um impedimento…
Sim, que não seja um impedimento para que muitas pessoas e muitos jovens possam seguir esta actividade, não só a nível de produção mas, a nível de investigação.
Para o final da nossa entrevista. Que personalidade ou personalidades a marcaram mais ao longo da sua vida?
O que muito me marcou foi a morte de Sá Carneiro. Foi uma das personalidades que me marcou. A morte de Ayrton Senna fez-me chorar.
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