sábado, 6 de outubro de 2012

Lágrimas

embargou-se-me a voz cansada
de te ver triste
ouvi uma música em que o cantor pedia perdão
chorei como quem se regenera
como se não tardasse a primavera
mas tarda
não há ninhos novos com ovinhos coloridos
não subo a árvores em busca de passarinhos
as lágrimas correm-me pela face
limpo os olhos vermelhos
finjo tosse que não tenho
espero que a voz se torne jovem
leve
ansiosa de sonhos
de beijos roubados

por te ver triste
embarga-se-me a voz
fustigam-me areias trazidas pelo vento agreste
sonho-te como se fosse ontem
e tivéssemos todos os sonhos por realizar

Mara Cepeda

Sem comentários:

Enviar um comentário