Em toda a paisagem da minha pequena aldeia, eu vejo poesia...
Vejo-me ou revejo-me na agreste beleza que me inunda o olhar...
Aqui sou, despida de todos os preconceitos,
o que o meu coração quer que eu seja.
As Fragas Amarelas, simples e naturais como a vontade de ser...
Aqui sou fada, princesa, menina pequenina deitada na rocha nua,
a ouvir o marulhar da água nas pedras lisas do Tuela.
O rio que amo e ao qual entrego a minha alma líquida,
leva as minhas lágrimas em direção ao mar de todos nós,
mesmo aqueles que nascemos em Trás-os-Montes,
filhos de agrestes penedias
Aqui sonho sonhos possíveis.
Aqui tudo é possível, até ser feliz.
Aqui sou quem desejo, absolutamente, ser.
Alguém capaz de calcorrear todos os caminhos,
independentemente, das pedras que é necessários contornar.
Mara Cepeda
(Fotos de Celina Videira)
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