As línguas minoritárias, como o mirandês, começam a encontrar espaços próprios para a sua divulgação. É o caso do Centro Social e Paroquial de S. Martinho de Angueira, onde já é usado como língua oficial.
S. Martinho de Angueira é uma das 17 freguesias do concelho de Miranda do Douro onde 75% da população é idosa e vive da agricultura e pecuária, a maioria sem nunca frequentar a escola.
O Centro Social e Paroquial de S. Martinho acolhe cerca de 30 idosos. Todos os utentes têm uma história para contar, falam dos tempos em que eram crianças e que iam para o monte com as “canhonas”, relembram a infância feliz que tiveram nas Terras de Miranda.
“Ia-mos logo cedo com as canhonas e vacas e só voltávamos ao fim do dia, era muito divertido”, relembra Carminda da Conceição, utente de 80 anos.
Idosos não querem que o Mirandês se deixe de falar
Quando questionamos estas pessoas sobre a importância de falar o Mirandês, a resposta é instantânea: “ É muito importante falar Mirandês, porque esta é a nossa língua Mãe, nunca fui à escola e nem sei escrever”, realça Domingos Fernandes, utente do centro.
O desejo de que a língua Mirandesa não desapareça destes idosos reflecte-se nas suas conversas e expressões. “ Gostava que as crianças que vivem e que futuramente viverão falassem todas em Mirandês, a língua não pode morrer connosco”, diz Carminda.
Retirado de www.jornalnordeste.com
Sem comentários:
Enviar um comentário