A
ministra do Ambiente defendeu que a barragem de Foz Tua é compatível com a
classificação do Alto Douro Vinhateiro como património da
humanidade
A
ministra do Ambiente defendeu esta terça-feira que a barragem de Foz Tua é
compatível com a classificação do Alto Douro Vinhateiro como património da
humanidade e afastou a possibilidade de suspender as obras por falta de
verbas.
“Íamos
a tempo de parar se tivéssemos no nosso bolso os montantes para pagar as
indemnizações necessárias, que são de várias centenas de milhões de euros”,
disse Assunção Cristas, na comissão parlamentar do
Ambiente, Ordenamento do Território e Poder Local.
No Parlamento foram debatidos
requerimentos apresentados pelo Bloco de Esquerda e o partido Ecologista “Os
Verdes”, que criticam a construção da barragem.
A ministra disse ainda aos
deputados que, para ter o dinheiro necessário para parar a obra, teria de “pedir
mais impostos e os contribuintes portugueses teriam de pagar mais para se parar
a barragem”.
Assunção Cristas frisou que a
barragem ocupa apenas 2,9 hectares do Alto Douro Vinhateiro, o que representa
0,001% do total da área, pelo que aquela infraestrutura não causa grande impacto
na paisagem.
“Já convidámos a UNESCO para
vir a Portugal. A UNESCO esteve cá em Abril de 2011 e foi muito mal recebida. O
Governo de então não a tratou da melhor forma e desvalorizou a questão. Queremos
receber bem a UNESCO e mostrar o que foi feito entretanto”,
disse.
A
governante assegurou que “está tudo a ser feito para minimizar os impactos” e
lembrou que o Douro “tem muitas barragens que fazem parte da classificação” da
UNESCO.
Assunção Cristas disse ainda
aos deputados do BE e dos Verdes que “não estão a ajudar o país ao escolher
aquele caminho”.
A deputada Catarina Martins,
do BE, disse aos deputados que a capacidade de produzir energia daquela barragem
“é muito muito reduzida: 0,1% da energia do país”.
Segundo a bloquista, a
barragem é ruinosa do ponto de vista financeiro, ambiental, económico, turístico
e para a classificação como património da humanidade.
Por seu lado, a deputada de
“Os Verdes” pediu a “paragem imediata das obras”, afirmando que se trata “do
maior crime ambiental que começa hoje em Portugal”.
Na comissão, os deputados do
PSD, CDS-PP e PS mostraram estar a favor da construção da barragem, mas
Agostinho Lopes, do PCP, teceu várias críticas, afirmando que a argumentação da
ministra é “minimalista, não tem sentido, nem é aceitável”.
“É por ser a EDP que não se
pode mexer? Há todas as razões para negociarem se quiserem, tal como fizeram com
as parecerias público-privadas e em todas as alterações contratuais que têm
procedido”, afirmou.
Entretanto, à porta da
Assembleia da República, cerca de 20 pessoas estavam concentradas a exigir a
paragem das obras de construção da barragem de Foz Tua.
Fonte:Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário