sexta-feira, 1 de junho de 2012

Autarcas vão participar no Enterro da Justiça


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Seis municípios do distrito de Bragança vão participar no Enterro da Justiça, uma manifestação contra o novo Mapa Judiciário, que poderá fazer desfilar dezenas de carros funerários pelas ruas de Lisboa.

A acção, agendada para o dia 10 de Junho, está a ser preparada pelos cerca de 60 autarcas afectados pelos cortes da tutela, que reúnem amanhã, em Coimbra, para decidir as formas de luta definitivas.
O Jornal NORFDESTE sabe, no entanto, que o Enterro da Justiça e o desfile de carros funerários são alguns dos modelos em cima da mesa, embora nenhum dos autarcas do distrito destape a ponta do véu.
Na reunião realizada ontem em Bragança, os representantes dos seis municípios que podem ficar sem tribunal não avançaram pormenores. O presidente da Câmara de Vinhais, Américo Pereira, adiantou apenas que será uma grande manifestação de autarcas, sem multidões e gastos de dinheiro.
“Será algo que terá grande impacto na comunicação social e no país. O que se pretende é que o país perceba a injustiça que estão a fazer com os concelhos onde querem encerrar os tribunais pois estão a mexer com os direitos fundamentais das pessoas”, refere Américo Pereira.
Os autarcas defendem que será uma manifestação suprapartidária, mas o que é certo é que o figurino proposto não agrada a todos. O autarca de Carrazeda de Ansiães, José Luís Correia, discorda do modelo adoptado, dado que a manifestação coincide com o Dia de Portugal.
“Eu concordo com qualquer manifestação contra a extinção de serviços no nosso município, mas tenho a dizer que não concordo com o tipo de manifestação e figurino para o dia em que ela vai ser feita”, considera o autarca.
Divisões à parte, há também presidentes de Câmara que utilizam a ironia para condenar as propostas do Ministério da Justiça. O autarca de Vila Flor, Artur Pimentel, diz que só é possível encerrar tribunais no distrito, porque a população é tão bem comportada que até dispensa a barra da Justiça.
“A minha opinião tem de ser irónica, porque o Governo olha para nós como gente tão bem comportada que não precisa de justiça aqui, há a justiça natural e portanto não é necessário julgamentos nem tribunais”.
Recorde-se que o Ministério da Justiça divulgou, em Janeiro, uma proposta para a reforma do Mapa Judiciário que previa o encerramento de quatro tribunais no distrito de Bragança, um número que pode aumentar para seis, segundo os dados mais recentes.
Retirado de www.jornalnordeste.com

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