quinta-feira, 6 de junho de 2013

Enoturismo do Douro vai ter com novas ferramentas de comunicação

     O enoturismo do Douro vai passar a contar com novas ferramentas de comunicação que vão ajudar a organizar a oferta da região, de forma a atrair cada vez mais turistas, foi hoje anunciado.

Um guia, um manual de boas práticas, um novo sítio na Internet e aplicações móveis (para os sistemas Ios e Android) são as novas ferramentas, que serão dadas a conhecer na sexta-feira, em Lamego, durante um seminário internacional de enoturismo.
 
\"Se temos paisagens, vinhos de qualidade, centros de receção, quintas, alojamentos, salas de provas de grande nível e aquela forma de receber tão característica que os estrangeiros valorizam, o que é que falta? Falta alguma organização\", disse à agência Lusa Miguel Santos, da Beira Douro - Associação de Desenvolvimento do Vale do Douro.

Miguel Santos explicou que o guia -- a editar em português, inglês e espanhol - é \"exclusivamente de enoturismo, só entram produtores de vinho do Douro que se dediquem também à atividade turística\".

\"É uma novidade, porque normalmente os guias são genéricos, falam quer de enoturismo, quer de outras modalidades de turismo, enquanto o nosso é exclusivamente dedicado ao enoturismo\", frisou.

Vão ser também lançadas aplicações móveis que ajudarão os utilizadores a \"decidir qual o local onde pretende desfrutar dos vinhos do Douro\".

\"Uma pessoa pode estar no Porto, escolher uma das 29 quintas aderentes, clicar naquela que pretende visitar e fica com o trajeto até ao local\", exemplificou, acrescentando que \"todos os contactos ficam acessíveis e pode ser feita a ligação telefónica ou por email para as quintas\".

Segundo Miguel Santos, esta ferramenta tem também componentes pedagógicas: \"explica um pouco da história dos vinhos do Douro, desde o começo, passando por questões mais técnicas, mas numa linguagem muito acessível, e tem um breve curso de iniciação à prova, explicando como se deve observar, cheirar e degustar\".

A ideia foi \"lançar ferramentas que ajudem as pessoas, porque o público é muito heterogéneo\".

Será também lançado um manual de boas práticas, que ficará disponível na página da Internet e em papel, destinado sobretudo aos operadores de enoturismo, e que faz uma súmula da informação recolhida em quatro regiões vinhateiras de Espanha, Itália, Califórnia e África do Sul.

\"É referido o que achamos que pode ser aplicável no território do Douro e aquele que achamos que não é o caminho. Não são puxões de orelhas, são apenas orientações para os operadores no sentido de se organizarem e de lhes mostrar que às vezes pequenas coisas são determinantes para o sucesso deste segmento turístico\", explicou.

Miguel Santos realçou que a edição do guia e as restantes ferramentas são apenas \"um pequeno passo\", sendo o objetivo \"integrar cada vez mais parceiros\" e \"chegar aos mercados da procura\".

Na sua opinião é determinante que, por exemplo, os turistas que visitam o Porto \"possam pelo menos prescindir de dois dias da sua estada para conhecerem onde o vinho nasce\".

\"Há bons exemplos de regiões produtoras de vinho que tinham alguma atividade no enoturismo, mas que definhavam, e no espaço de dois anos, sobretudo à custa da organização, conseguiram uma grande transformação\", acrescentou.

O seminário internacional que se realiza na sexta-feira em Lamego vai reunir especialistas de Portugal, Espanha, França e Estados Unidos da América.

No final será inaugurado o \"Taste Douro\", um evento enogastronómico que decorrerá até domingo, no Museu de Lamego e que vai juntar arte, vinho e gastronomia.     
Lusa, 2013-06-06

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