terça-feira, 25 de junho de 2013

e chove porque Deus não chora

Era verão, quente, como convém.
Tarde de calor inclemente e ela sentada,
acabrunhada, no meio do caminho, no meio do pó, corpo só.
Um estalido de ramos secos a partirem-se,
um assobio feliz, trauteando alegre canção.
Som de cascos cadenciados no chão,
pela tarde, quente, de verão.
Nada perturbou a pacatez do momento.
Ela, sentada, acabrunhada, corpo pó...
Ele, feliz, descansado, cavalgando,
alegre melodia assobiada ao vento.
Pequena espiral de pó ergue-se do meio do caminho,
revoluteando piruetas...
Mais vale assim, pequenas, inocentes e reviretas,
que não enormes assassinas destruidoras,
dessas que lá pelos "Esteites" levam tudo pelo ar...
até a vontade de brincar
e chove porque Deus não chora.

Mara Cepeda  (Maria Videira)

Sem comentários:

Enviar um comentário