Tenho um peso nas pálpebras
como se as quisesse fechar pela noite,
já madrugada,
de um longo e extenuante dia.
De aparência serena,
indevidamente,
engano todos e a mim.
Vejo-me ao espelho e não desgosto.
Outras vezes,
qual artista que faz o esboço da sua obra prima,
examino todas as rugas, todos os defeitos, toda a flacidez.
Fecho os olhos, sacudo os ombros e desisto.
Não esqueço.
Fico triste por já não ser a menina que fui,
encantadora,
vivaz...
Instala-se, na minha alma,
um peso de sono nos olhos vivos e meigos que não conoto feios.
São esverdeados,
de esperança, ainda cheios.
Mara Cepeda
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