quarta-feira, 19 de junho de 2013

Projeto transnacional pede subsídios para agricultores pela preservação do lobo

     Associações de seis países, incluindo Portugal, vão propor à Comissão Europeia uma remuneração direta aos agricultores das zonas onde existem alcateias de lobos pelo papel que desempenham na preservação da espécie protegida, anunciou hoje fonte ligada ao projeto.

Promover a coexistência pacífica da atividade pastorícia com o lobo é o propósito do projeto de cooperação transnacional \"Wolf: Wild Life & Farmers\" (Lobo: Vida Selvagem e Agricultores) que junta grupos de ação local de Portugal, Espanha, Estónia, Suécia, Polónia e Roménia.

Além das compensações que existem, nomeadamente pelos ataques de lobos a rebanhos, os promotores deste projeto defendem um reforço dos apoios nas verbas comunitárias para o período entre 2014-2020, que incluam uma \"remuneração direta aos agricultores das zonas onde está identificada a existência de alcateias, por meio de pagamento por serviços ambientais\".

O projeto leva já dois anos em que cada parceiro trabalhou localmente no levantamento das respetivas realidades e as conclusões serão apresentadas nas jornadas transnacionais agendas para 21 e 22 de junho, em Bragança e Santulhão (Vimioso).

A Corane- Associação de Desenvolvimento dos Concelhos da Raia Nordestina, que representa Bragança, Vinhais, Vimioso e Miranda do Douro, é um dos parceiros deste projeto que envolve também outro tipo de associações ligadas à temática.

Das ações e reuniões de trabalho entre os parceiros de diferentes países surgiu um documento com propostas que vai ser enviado à Comissão Europeia, segundo adiantou o presidente da Corane, Artur Nunes.

O documento propõe ainda a regulamentação uniforme e criação de medidas preventivas como a implementação de cercas, dotação dos gados de cães de raças específicas para a pastorícia, assim como a atribuição de medidas compensatórias por danos de ataques de lobos.

Sugere ainda a criação de seguros específicos e de etiquetas de certificação de qualidade para produtos oriundos de áreas com alcateias.

Os promotores do projeto acreditam que desta forma será possível diminuir a animosidade em relação ao lobo e contribuir para o desenvolvimento rural, conservação da natureza e simultaneamente para a preservação desta espécie.
Lusa, 2013-06-19
Retirado de www.diariodetrasosmontes.com

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