A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), em Vila Real, colocou em funcionamento um laboratório para dar apoio aos apicultores, possibilitando a identificação dos agentes patogénicos que afetam as colónias das abelhas.
O responsável pelo projeto, o professor Paulo Russo Almeida, disse hoje à agência Lusa que o Laboratório Apícola (LabApisutad) presta um serviço de extensão à comunidade e de apoio à apicultura nacional.
"E um dos aspetos mais relevantes na apicultura é a parte patológica", frisou. Este setor tem vindo a ser afetado por doenças como a varroa (parasita das abelhas adultas e das larvas), as loques (principalmente a americana), a nosemose e a acarapisose.
Segundo salientou, a nível nacional "há um reduzido número de laboratórios a fazer este tipo de análises e, por vezes, "não têm capacidade de resposta tão pronta quanto seria desejável".
"Desta forma pretendemos aumentar essa capacidade de resposta e aumentar ainda o tipo de técnicas disponíveis", sublinhou.
O responsável referiu ainda que o laboratório pode disponibilizar metodologias mais avançadas do que as utilizadas nas normais análises de rotina e deu como exemplo a possibilidade de identificar as espécies de nosema pela PCR (reação em cadeia da polimerase) ou confirmar, dentro da mesma metodologia molecular, a presença da loque americana ou europeia, identificando o respetivo agente.
Qualquer apicultor pode recorrer ao LabApisutad (http://labapis.utad.pt). O serviço é pago diretamente pelo produtor. Paulo Russo Almeida ressalvou que o laboratório só poderá proceder à análise de amostras subsidiadas pelo Programa Apícola Nacional depois de obter o reconhecimento por parte da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV).
Para a instalação deste serviço, a academia aproveitou os recursos do laboratório de fisiologia animal já existente. Os reagentes necessários para proceder às análises são pagos com as verbas pagas pelos apicultores, sendo que as mais-valias que daí advierem serão também investidas no apiário.
"Esta é uma outra componente de extensão, que serve não só de apoio às aulas práticas dos cursos de Engenharia Zootécnica e Medicina Veterinária da UTAD como servirá também para a realização de cursos de apicultura abertos à comunidade", frisou.
No campus da universidade estão instaladas neste momento oito colónias, mas o objetivo é chegar ainda este ano às 25/30 e, em 2014, às 45/50.
Os cursos abertos à comunidade deverão arrancar no próximo ano.A UTAD tem reforçado a sua intervenção no setor apícola, estando envolvida em investigações como a da incidência da nosemaceranae em Portugal, uma doença que se suspeita poder estar na origem da síndrome do colapso das colónias de abelhas, problema que tem afetado a apicultura em vários países.
Está ainda a apoiar a investigação da vespa velutina, detetada pela primeira vez em Portugal em 2011, e no seu impacto nos apiários portugueses.
Esta universidade, através do professor José Aranha, em colaboração com Associação de Apicultores do Minho e Lima, está organizar tudo num sistema de informação geográfica que permitirá identificar zonas de maior probabilidade de se localizarem os ninhos de vespa e onde a vigilância deve ser reforçada.
PLI // JGJ
Lusa/Fim
Retirado de www.noticiasdonordeste.com
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