sábado, 8 de setembro de 2012

Miranda do Douro: Animais espanhóis podem contaminar a pureza do burro mirandês

O secretário técnico da Associação Para o Estudo e Proteção do Gado Asínio (AEPGA) mostrou-se hoje preocupado com a entrada na região transmontana de animais provenientes de Espanha, que podem contaminar a pureza do burro mirandês.


"As raças asininas autóctones espanholas têm excesso de animais, principalmente machos, que já não dispõem de compradores. Por esse motivo, são vendidos em Portugal, sendo oferecidos aos negociantes a baixo preço, o que poderá por em causa a pureza de uma raça autóctone como o burro de Miranda ", avançou à RBA Miguel Nóvoa.
O técnico recordou que existem na região transfronteiriça de Trás-os-Montes com Castela e Leão duas raças autóctones com livros genealógicos diferentes e que é preciso manter a identidade das raças nos dois lados da fronteira.
As raças autóctones em causa são o burro de Miranda e o burro zamorano-leonês, ambas "com características genéticas distintas".
"Estas duas raças não se deveriam cruzar. Terá de haver justiça e seriedade com os negociantes portugueses no ato da comercialização dos animais para que não haja misturas entre os animais de cada raça", acrescentou.
Na opinião de Nóvoa está-se a "desvirtuar" aquilo que são duas raças autóctones, em que cada uma tem as suas características "e não se deveriam misturar".
"Todas as raças devem viver de um equilíbrio entre a oferta e a procura. Enquanto houver procura, deverá haver um incentivo ao nascimento. Quando deixar de haver procura, é preciso ter cuidado com o futuro do património genético", frisou.
Na opinião dos responsáveis pela AEPGA, foi feito muito trabalho para que a raça de asininos mirandeses fosse reconhecida e, por isso, "é preciso continuar a trabalhar para a sua manutenção".
"Ao longo da última década conseguimos atingir os nossos objetivos, ou seja, a valorização do burro mirandês enquanto raça autóctone", disse Miguel Nóvoa.

Retirado de www.rba.pt

Sem comentários:

Enviar um comentário