Ontem não consegui dizer o que me vai na alma, Rui.
Julgo que também hoje não conseguirei. Gostaria muito de dizer à tua valente mulher, Helena, que vos admiro muito. Sempre admirei a vossa força, a vossa valentia... que pena teres ido embora tão cedo!
Sinto, na garganta, um nó que se mantém desde que te soube "doente", no Hospital de Santo António, de má memória para mim e para o Marcolino.
Não consigo que o nó se desfaça, mesmo com o choro convulso da natureza no dia do teu funeral. Quanto choveu Rui! Quantas lágrimas choraram os anjos!
Se alguma vez a tua filha, Sara, eventualmente ler isto, espero que consiga sentir a grande amizade que eu nutria por ti.
Considerava-te um grande amigo, daqueles que nos fazem bem só porque sim, só pelo simples facto de nos concederem a honra da sua amizade.
Tenho os olhos marejados de lágrimas que insistem em cair, mas a maior mágoa é que já não estejas aqui a cuidar do teu filho, a levar a tua filha à escola, a amar a tua mulher, a amparar os teus pais, a tua tia...
A tua família inteira e os teus amigos, Rui, choram-te como se choram os heróis mais sublimes.
Os teus amigos, incrédulos, saíam da igreja como se estivessem a assistir a um mau filme. Não podia ser verdade.
É verdade. Já não estás aqui. Já não nos respondes quando falamos de ti. Já não ouvimos o teu rir e a tua voz bem disposta. Já não podemos contar com a tua disponibilidade e a tua ajuda.
Já não posso dizer "Rui, tenho um problema no blogue. Diz-me como resolvê-lo, por favor!"
Sim. Este blogue é obra tua. Todo o seu design, a sua estrutura... Quase todos os dias aqui vimos e todos os dias nos lembraremos de ti.
Até sempre Rui.
Mara e Marcolino Cepeda
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