domingo, 11 de agosto de 2013

Douro vinhateiro atrai investimento em época de crise

Em época de crise há empresas a apostar no Douro, investindo milhões de euros na construção de adegas ou adquirindo quintas com vista à produção de vinhos na mais antiga região demarcada do mundo. 



O Douro tem sido palco de vários investimentos na área vitivinícola nos últimos tempos, desde a construção de novas adegas à reconversão ou plantação de vinhas ou à construção de unidades de enoturismo.

A empresa Lua Cheia em Vinhas Velhas, que junta os enólogos Francisco Batista, João Silva e Sousa e do empresário Manuel Dias, tem em curso um investimento de cerca de 1 milhão de euros. Depois de terem concessionado a Adega de Martim, concelho de Murça, por 25 anos, os empresários estão a realizar obras para aumentar a capacidade de receção das uvas, vinificação e armazenamento de vinhos.

O enólogo Francisco Batista afirma que foi também adquirida uma propriedade em Vale de Mendiz, concelho de Alijó, com 10 hectares de vinha e onde vão ser reconvertidos mais 6 hectares. A estratégia da empresa passou por uma aposta numa área que era "mais deficitária" no Douro, nomeadamente os vinhos brancos de gama média/alta.

O enólogo explica a escolha de Martim precisamente porque fica localizado numa zona alta e perto de uma importante via de comunicação, o Itinerário Principal 5 (IC5). Em 2009, produziram 50 mil garrafas de branco e atualmente chegam às 120 mil. Francisco Batista refere ainda que 80% da produção é para exportação.

Já a Gran Cruz investiu 14 milhões de euros na construção de duas adegas e de um centro logístico de armazenamento no concelho de Alijó, que entram em funcionamento já nesta vindima. Jorge Dias, diretor-geral da Gran Cruz Porto, refere que a adega de grandes volumes permitirá vinificar cerca de 6 mil toneladas de uvas de 1200 viticultores dos concelhos de Alijó, Murça, Sabrosa, Carrazeda de Ansiães e Vila Flor. Este investimento permitirá concentrar todo ao armazenamento de vinhos e aguardentes, bem como as operações de tratamento desses vinhos.

Por sua vez, o norte-americano Tony Smith e o sócio brasileiro Marcelo Lima criaram a empresa Lima Smith Lda, que já adquiriu duas quintas na região demarcada, a de Covelo e a da Boavista, e, mais recentemente, a marca Quinta das Tecedeiras. Os empresários não divulgam os valores envolvidos. "Estamos a incorporar no nosso portefólio uma marca que é de sucesso, premiada e reconhecida em Portugal e no estrangeiro", afirma Marcelo Lima em comunicado.

Tony Smith acrescenta que já era apreciador dos vinhos Tecedeiras, bem como "da boa reputação que têm em mercados tão diversos como Brasil e China". A empresa relançou em2013 os vinhos Covelo, depois de uma ausência de quatro anos. Já na emblemática Quinta da Boavista, que pertenceu ao Barão de Forrester, o objetivo é reconstruir uma adega.

Fonte: Agência Lusa
Retirado de www.noticiasdonordeste.com

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