Tua sem transportes alternativos

A partir de hoje, deixam de existir os Transportes alternativos à Linha do Tua.As populações de várias aldeias daquela zona perderam o único transporte público de que dispunham.Para o presidente da Câmara de Mirandela, esta situação já era esperada devido à aprovação do Plano estratégico de Transportes. Com este Plano, a CP deixou de pagar, a 1 de Julho, a verba anual de 125 mil euros que assegurava a mobilidade destas populações entre o Cachão e Tua.“Esta situação já era previsível a partir do momento em que o Governo publicou o plano estratégico de transportes, deixando a linha de pertencer à rede ferroviária e assim a CP considera que não tem qualquer responsabilidade com a linha”, refere o presidente da câmara. “A autarquia contactou a CP e a secretaria de estado para garantir a continuidade da responsabilidade perante a linha do Tua porque, no fundo, isso está plasmado no protocolo de intenções e compromissos”, acrescenta. “Ainda aguardamos uma resposta da secretaria de estado pois, por isso, é que mantivemos em funcionamento o metro entre Mirandela e Cachão”. Mas, a manter-se esta decisão, o autarca de Mirandela não garante que a Câmara continue a assegurar a ligação de metro entre Mirandela e o Cachão.“Não posso dar essa garantia porque essa não é uma responsabilidade da câmara, mas sim de todas as entidades que assumiram esse protocolo de intenções e compromissos”, afirma. “O que nós vamos fazer é diligenciar em todos os sentidos para obrigar a que ele seja cumprido. Se existem entidades que assinaram esse compromisso não podemos pegar nele e rasgá-lo porque houve uma alteração no plano estratégico de transportes. Tem de ser cumprido e é isso que nós vamos fazer. Foi com esse bom senso que nós ainda não suspendemos todo o trajecto da Linha do Tua”, salienta.António Branco espera que o protocolo assinado no ano passado e que garante a mobilidade das populações servidas pela Linha do Tua seja respeitado.“Neste momento não existe ninguém responsável pela linha. Nós estamos a assumir o transporte entre o Cachão e Mirandela”, refere, mas lembra que “existe um protocolo assinado a 31 de Março de 2011 em que várias entidades se responsabilizaram por manter a linha em funcionamento e a mobilidade até à construção da barragem e essas entidades têm de assumir as responsabilidades porque existe uma declaração de impacte ambiental que tem de ser cumprida”. A partir de hoje, deixam de existir os Transportes alternativos à Linha do Tua.

Este serviço existia há quatro anos, altura em que os comboios deixaram de circular nesta linha.

Escrito por Terra Quente (CIR)
Retirado de www.brigantia.pt