terça-feira, 13 de novembro de 2012

Freguesias divididas a régua e esquadro

A Unidade Técnica dividiu a régua e esquadro e já há autarcas do distrito de Bragança a contestar o novo mapa desenhado pelos elementos nomeados pelo Governo, que avança com a reorganização administrativa do território.
No distrito de Bragança, os municípios com um maior número de uniões de freguesias são Bragança e Vinhais, onde foram criados oito agrupamentos, alguns com mais de duas freguesias (ver tabelas).
No caso da capital de distrito, a Unidade Técnica seguiu a proposta aprovada em Assembleia Municipal. Vinhais recusou-se apresentar qualquer tipo de proposta por estar contra esta decisão do Governo.
O autarca local, Américo Pereira, diz mesmo que esta medida é “uma fraude”. “É uma mentira, porque o que consta do memorando da Troika não é a reforma administrativa das freguesias. É a reforma administrativa dos municípios, isto é do território tutelado pelas Câmaras Municipais, mas como as Juntas de Freguesia têm menos poder, as Câmaras empurraram essa medida para as Juntas e as Juntas deviam ter empurrado para as Comissões de Festas ou para outras coisas do género”, denuncia o autarca.
Américo Pereira sublinha que o problema está no abandono das populações mais desprotegidas. “Nós tínhamos 35 freguesias no concelho de Vinhais e devíamos ter muitas mais, porque onde se justifica a presença do Estado é nos territórios mais fracos”, sublinha o edil.

Alfândega contesta
Em Alfândega da Fé, o mapa desenhado pela comissão não corresponde à vontade das populações. A presidente da Câmara, Berta Nunes, garante que esta proposta vai ser contestada. “Há alguns problemas, nomeadamente no caso de Soeima, em que a população e Assembleia de Freguesia tinham decidido juntar-se a Sambade e a Unidade Técnica considerou que se deveriam juntar-se a Gebelim. O mesmo aconteceu com Valverde, Eucisia, Gouveia e Sendim da Serra e também vamos contestar”, garante Berta Nunes.
Esta medida também não é bem-vinda em Vila Flor, onde a Assembleia Municipal não aprovou uma proposta de reorganização. O vice-presidente da Câmara, Fernando Barros, diz que já estavam a contar com estas agregações, mas lembra que esta medida é rejeitada pelos representantes das populações do concelho.
“Nenhum presidente de Junta concorda que a sua freguesia seja extinta. Isto é uma questão de princípio”, sublinha o autarca.
Ao todo, no distrito de Bragança vão ser criadas 58 uniões e agregadas 62 freguesias.

Retirado de www.jornalnordeste.com

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