A cultura mirandesa continua a marcar o Festival Intercéltico de Sendim. Prova disso foi a leitura integral de “Os Lusíadas” em Mirandês.O objectivo foi, segundo Mário Correia, da organização, “chamar a atenção e sensibilizar as pessoas para a existência desta língua”. O responsável também participou na leitura da obra e sublinhou que o Festival “desde a primeira edição, em 2000, que sempre na vertente cultural”.120 pessoas de todas as idades participaram na leitura da obra em mirandês, uma forma de divulgar a cultura e mostrar a vitalidade desta língua minoritária.Francisco Domingues, é professor de Mirandês, e foi um dos participantes. O docente explicou que “é um evento muito importante para a divulgação da língua mirandesa e para futura memória”. «Se um dia o mirandês se vier a perder “Os Lusíadas” ficam gravados integralmente», conclui.O autor da tradução para mirandês de “Os Lusíadas”, Amadeu Ferreira, mostrou-se orgulhoso pela adesão das pessoas e confessou que, nesta altura, faz cada vez mais sentido a leitura desta obra. “Foi posta a ideia a circular nas redes sociais e ao fim de pouco tempo tínhamos mais de 100 inscritos, o mais novo com 7 anos e o mais velho com 83”, explica. «Numa época depressiva é importante chamar a atenção para “Os Lusíadas” e para o Camões, e para a capacidade que a língua mirandesa tem, de colocar esta epopeia em mirandês”, conclui.
O Festival Intercéltico terminou ontem e contou com a presença do secretário de Estado da Cultura, que homenageou Mário Correia, com a entrega de uma medalha de mérito cultural.
Escrito por Brigantia
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