É dramática a situação no Vale da Vilariça. A barragem da Burga já não tem água e muitos agricultores começam a ver as culturas a definhar. Em Vilares da Vilariça, no concelho de Alfândega da Fé, a produção de azeitona de conserva já está perdida. Os produtores começam agora a fazer contas à vida.“Tenho dois ou três hectares de azeitona de conserva que está seca. Não foi regada”, lamenta Júlio Caldeira.Também Manuel Jacinto já não tem água para regar o pomar de 150 laranjeiras, que teme que não aguentem a seca.A barragem da Burga serve cerca de 200 agricultores. Luís Mónico é um deles. Com 32 hectares de árvores de fruto diz que os prejuízos são enormes.“Se o S. Pedro não abrir as portas não temos outra hipótese. É deixar secar tudo. Especialmente a fruticultura. Tenho 22 mil pés de morangos que estão a secar todos. Tenho pêssego, damasco, os figos estão a cair. É um prejuízo enorme”, garante Luís Mónico.O presidente da Associação de Beneficiários do Vale da Vilariça sublinha que a situação é complicada e teme que a seca deste ano tenha reflexos nas produções do próximo ano. Fernando Brás diz que não há alternativa e reclama o reforço do sistema de regadio.“Não há outra alternativa. Infelizmente o projecto Proder que foi aprovado há dois anos ainda não foi executado e previa a construção de um dique para reforço do caudal da barragem da Burga. Se tivesse sido feita atempadamente hoje não estaríamos aqui a discutir isto. Espero que avance rapidamente para reforçar o caudal da barragem da Burga neste Inverno para que no próximo ano já haja alguma estabilidade. E que seja colocado o concurso rapidamente para a colocação de contadores. Até porque isso de comparticipação do orçamento geral do Estado não é significativo, andará à volta dos 500 mil euros”, salienta o responsável.
Fernando Brás diz que para já as barragens de Santa Justa e de Ribeira Grande e Arco estão a cerca de 30 por cento da sua capacidade e não se prevêem problemas de falta de água durante o Verão.
Escrito por Brigantia
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