É o caso de Amadeu Caetano. Este criador de Calvelhe, no concelho de Bragança, garante que se não chover o feno e a palha não chegam até ao final do Verão.
“Está muito complicado. As principais dificuldades são a comida e a água. Costumavam andar no pasto, agora a gente tem que lhe dar de comer em casa. Os rolos que se recolheram já os comeram quase todos. Temos algum milho, mas também não há água para o regar”, lamenta o agricultor, que tem cerca de 30 animais de raça mirandesa.
António Fernandes, produtor de gado nas Quintas do Vilar, na freguesia de Milhão, também se queixa da seca. “Os pastos não têm água e é preciso transportá-la em contentores. Eu gasto mil litros de água por dia só para os animais beberem. E estamos cada vez pior”, realça o criador de gado.
Para contornar esta situação, os produtores têm que comprar alimento para o gado, o que resulta na diminuição do rendimento.
Rendimento não chega
“Estes animais para darem algum resultado deviam-se governar no terreno. Agora se é preciso comprar ração, é preciso levar-lhe a água e comprar palha. Todo o rendimento que eles dão não chega para os governar”, garante António Fernandes.
O responsável da Cooperativa Agro-Pecuária Mirandesa, Nuno Paulo, reconhece as dificuldades dos agricultores, mas garante que não é possível aumentar o preço da carne. “Falar em aumento de preços da carne seria um erro estratégico. Os criadores têm que ser mais eficientes. Têm que ser mais contidos em investimentos que não sejam cruciais para o desenvolvimento da sua exploração”, acrescenta o responsável.
Retirado de www.jornalnordeste.com
Sem comentários:
Enviar um comentário