segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Miranda do Douro: câmara aposta na valorização da capa de honras mirandesa

A Câmara de Miranda do Douro, iniciou o processo de "valorização" da capa de honras mirandesa, uma peça "única" do vestuário tradicional português e, ainda em uso no Nordeste Transmontano.
O autarca de Miranda do Douro, Artur Nunes refere que será importante recuperar este património, associando-o também às regiões espanholas de Aliste e Zamora.
"No dia 21 de março serão convidados portugueses e espanhóis para desfilar em Miranda do Douro, envergando as respetivas capas de honras, para se perceber o número de capas existentes e a sua antiguidade", revelou.
O número de capas de honras mirandesa "é indeterminado". No entanto, ao longo dos tempos "muitos exemplares foram feitos" e transitaram de geração em geração, assumindo-se como um valor familiar de relevante importância.
Um adepto assumido da capa de honra mirandesa é o bispo da diocese de Bragança-Miranda, D. José Cordeiro. “É uma honra ter uma capa de honras", disse o bispo.
"É uma feliz iniciativa do município de Miranda do Douro, em criar um dia para promover e divulgar a capa de honras", acrescentou.
Para o investigador António Rodrigues Mourinho, a capa de honras mirandesa tem origem na região espanhola de Leão.
"A sua origem remontará aos séculos nove ou 10, portanto medieval, tendo origem na 'capa de chiba', que traduzido do espanhol para português quer dizer 'capa de cabra'", explicou.
Segundo o estudioso, apesar de se pensar que esta peça "sui generis" ser de origem "medieval" só há dois documentos conhecidos [até agora] que referem este tipo de capa e são datados de 1819 e um outro de 1828.
Outras da teorias defendidas é que a capa de honra mirandesa poderá ter surgido da capa pluvial de Arperjes, usada nos mosteiros das Terras de Leão (Espanha).


Retirado de www.rba.pt

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