quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Desejo

O dia está cinzento.
Constatação visual interiorizada pelo meu coração que acinzentou também, embora já não estivesse muito ensolarado.
Deixei-me influenciar pelo olhar... não filtrei a tristeza do dia que, irremediavelmente, turvou a minha, talvez, alegria.
Nevará? Pergunta a minha necessidade de brancura imaculada.
Como responderei a esta necessidade tão absurdamente premente de pureza?
Que negritude nos envolve!
A palpável tristeza que agora sinto não é parte de mim. Cerca-me como matilha faminta de lobos selvagens e não sei que fazer para dela escapar.
Fora eu um qualquer super herói imaginário com soluções escondidas em cada milímetro cúbico da minha alma, transformaria este mundo desumano e ávido.
As imagens que me invadem são de violência gratuita. Os olhares que vejo choram lágrimas de fome, desespero e desesperança.
As horas passam tormentosas por não saber fazer luz. Que venha, ao menos, a pureza imaculada de um sorriso de criança.

Mara Cepeda  

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