quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Bruxelas não financia estradas

As estradas para ligar Bragança à Puebla de Sanábria e Vinhais à Auto-Estrada Transmontana poderão estar comprometidas, porque a construção de novas ligações rodoviárias não é prioridade no âmbito do próximo quadro comunitário de apoio.
A revelação foi feita, ontem, em Bragança, pelo próprio presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, no âmbito de um debate sobre o programa Portugal 2020.
 
Emídio Gomes admitiu que a construção destas novas estradas pode estar em causa, mas garantiu que a batalha com Bruxelas ainda não está perdida. “É uma batalha ainda não ganha. Ou seja, A Comissão Europeia ao colocar as estradas em prioridade negativa condiciona que aqueles trechos mais longos que ainda são importantes, a ligação a Vinhais, à Sanábria ou a Vimioso, efectivamente é algo com que não nos podemos comprometer neste momento, porque seria demagógico dizer que vamos conseguir. É prudente dizer que é um dossier difícil, não perdido, mas difícil de tratar”, afirma o presidente da CCDRN. Esta é uma questão que preocupa o presidente da Câmara Municipal de Bragança. Hernâni Dias confessa que resta agora sensibilizar o poder político para a importância destas ligações rodoviárias. “As estradas continuam a ser um factor de competitividade e no nosso território atendendo a que ainda temos essa carência o facto de ser uma prioridade negativa preocupa-nos. Temos que ter essa noção e temos que sensibilizar o poder político para que estejam também do nosso lado, no sentido dessas estradas virem a ser concretizadas. A ligação à Puebla de Sanábria é fundamental, porque temos do lado espanhol uma estação do TGV, que é uma infra-estrutura muito importante para o transporte de mercadorias, e estamos tão próximos, que uma ligação ao lado espanhol seria uma mais-valia para o nosso território”, constata o autarca. O autarca de Vinhais e presidente da Comunidade Intermunicipal das Terras de Trás-os-Montes também mostra alguma preocupação com a falta de verbas comunitárias para acessibilidades. Ainda assim, Américo Pereira acredita que estas ligações vão ser construídas. “Estou convicto que esta estrada acabará por ser arranjada ou através de verbas comunitárias ou da própria Estradas de Portugal. De qualquer forma o assunto ainda não está encerrado. Há neste momento um pacote de 100 milhões de euros para acessibilidades e para casos pontuais e eu espero que esta estrada venha a ser incluída neste pacote, sendo certo que a própria CIM já a considerou um investimento prioritário a ligação de Vinhais à Auto-Estrada e de Vimioso a Bragança”, realça Américo Pereira. Este novo programa comunitário privilegia o tecido empresarial. O presidente do NERBA- Associação Empresarial do Distrito de Bragança, Eduardo Malhão, não tem dúvidas que esta é uma oportunidade para as empresas reforçarem a sua competitividade. “Podem a partir do momento que estruturem projectos inovadores, projectos virados para a competitividade e para a internacionalização. Pela participação que tivemos nesta conferência percebeu-se que os nossos empresários estão muito atentos e empenhados e conscientes de que não podemos desperdiçar esta oportunidade. Este é o quadro comunitário das empresas, pela primeira vez há um envelope financeiro muito generoso para as empresas e é preciso fazermos bem esse trabalho de casa e que daí resulte uma mais-valia para todos”, salienta o presidente do NERBA. As principais linhas do novo quadro comunitário de apoio 2014-2020 estiveram em debate, ontem, no pavilhão do NERBA, em Bragança.

Escrito por Brigantia
Retirado de www.brigantia.pt

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