quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Poesia

Fluíam palavras Facilmente
Em versos curtos e audazes
Que eu sentia
Somente
Como duros capatazes

Desprovida de vontade
Sorriam para mim
Autónomas
Senhoras e donas
Do branco aziago
Recalcitrantes

Poetas de mim
Fingindo
Amando e sorrindo
Palavras roubadas
Desgostos de não ser.
Olhava impotente
O ténue véu
Em contra corrente
Descendo do céu.
O papel zombava…

Sou ninguém.
Imagem
Mar sem fronteiras
Anseio ternuras
Marés cheias
Ventre rubicundo
De filhos só meus.

Mara Cepeda

2 comentários:

  1. «sou ninguém»: força está em «sou» e, então, tudo fica diferente: trata-se de uma afirmação de ser, de vida, ainda que a pouco se agarre.

    beisico
    Amadeu

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  2. Agarra-se a muito em mim.
    Tanto que é quase impossível.

    Sinto-me lisonjeada por usares algo do teu tempo comigo.

    Beisico
    Mara

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