sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Empresas dão a volta à crise

»Há negócios que se conseguiram adaptar à nova realidade dos mercados
Apesar de a actual conjuntura económica ser desfavorável para os negócios, em Bragança há empresas que conseguiram dar a volta à crise e adaptar-se à nova realidade dos mercados. Garantem que foi preciso fazer uma reestruturação interna para conseguirem aguentar o impacto da crise económica, ainda assim não escondem as dificuldades sentidas nos últimos três anos.
É o caso da Chamauto, que se dedica ao comércio de automóveis em Bragança. O responsável da empresa, José Luís Baptista, conta que em 2013 foi necessário “fazer alguns ajustes para equilibrar as contas”, tendo em conta a estagnação do mercado.
“A nível nacional houve um aumento de mais de 11 por cento nas vendas de automóveis, no interior do País, devido à desertificação, desemprego e êxodo das pessoas para o litoral, temos uma estagnação de mercado. Estamos a vender 25 por cento daquilo que vendíamos em 2010”, constata o empresário.
Outro caso de sucesso é a Brigoffice, Grafismo e Publicidade. “Tem havido algum trabalho e as coisas vão correndo bem. As empresas têm que se adaptar aos mercados, quer em termos de preços, opções, oferecer uma maior variedade aos clientes para eles poderem optar pelo nosso serviço”, afirma a responsável, Celina Portela.
A perda de poder de compra das pessoas é sentida de perto por algumas empresas. João Lopes, proprietário da Studio 101, garante que é notória a “falta de gente” na cidade de Bragança. Além disso, o empresário constata também que as pessoas deixaram de ter dinheiro para consumir. “As pessoas continuam com vontade de recorrer aos nossos serviços, o que acontece é que vão adiando, porque também têm menos dinheiro”, afirma João Lopes.

Ganhar resistência

O empresário da área da fotografia queixa-se, ainda, da actuação do próprio Estado. “Fomos penalizados pelo facto de termos perdido o serviço das fotografias tipo passe, pois hoje são os próprios serviços estatais que já têm espaços para isso, sem qualidade, mas serve”, lamenta.
As dificuldades agravam-se para empresas que trabalham directamente com a área da construção civil. A Fepronor, em Bragança, viu ao longo dos tempos o seu trabalho reconhecido com diversas distinções a nível nacional. Hoje sente os efeitos da crise.
“Sinto imensas dificuldades, porque esta empresa está associada à construção civil e obras públicas e esse sector foi dos mais fustigados em virtude das políticas do nosso governo, que parou muitas obras. As empresas ligadas a este sector estão agora a pagar a factura. Espero que isto melhore para nós podermos sobreviver, caso contrário não sei até quando poderemos aguentar esta situação”, afirma o responsável da Fepronor, Luís Gonçalves.
Para este ano as perspectivas são de retoma. Ainda assim há quem defenda que as empresas deviam receber mais apoios. “Se a agricultura tem subsídios, mesmo não tendo colheitas, nós comerciantes não tendo clientes também devíamos ter apoios”, remata João Lopes.

Retirado de www.jornalnordeste.com

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