anda no ar uma atmosfera estranha
esgotou-se a paciência no mercado
explodimos
choramos
fechamos o rosto à luz da primavera
amuamos como crianças mimadas
olhamos e não vemos o arco-íris
fechamos os olhos
e apenas a escuridão nos cerca...
ensaiamos sorrisos tristes
com lágrimas nos olhos baços
deixamo-nos ir em rios caudalosos
barrentos
tortuosos
de tonitruantes cascatas ancestrais
somos, apenas, o que nos deixam
mesmo galgando arribas
no retesar dos tendões
é primavera mas não se nota
somos andorinhas enlutadas nos beirais
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